sábado, 30 de maio de 2015

Mulheres atraentes detestam mulheres atraentes.

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Mexo em meus livros e acho Casa de Encontros, do bom escritor inglês Martin Amis. Meio reacionário, mas um cara inteligente e provocador que vale a pena conhecer. É passado na Rússia sob a ditadura bolchevista, que sob Lênin prometeu o céu aos russos e com Stálin e sucessores entregou o inferno. A trama é um triângulo amoroso: o narrador e seu irmão disputam uma mulher sexualmente ousada, à frente de seu tempo. Um trecho me chama a atenção. O narrador diz para sua filha, uma mulher bonita: “Estou prestes a descrever uma jovem extraordinariamente atraente, e a experiência me diz que você não vai gostar, porque é isso o que você também é. E na minha experiência uma mulher atraente não quer nem ouvir falar de outra mulher atraente”.
Amis está certíssimo, como diria o superlativo agregado José Dias. No mundo ideal da mulher atraente, todas as outras seriam parecidas com a Susan Boyle. A mulher atraente prefere ouvir um programa de rádio de uma hora sobre futebol comandado pelo Juca Kfouri a suportar uma referência de segundos a uma rival na beleza. Vibra mais com a desgraça de uma competidora do que com seus próprios triunfos. Examina com a severidade de um aiatolá a outra e enxerga nela instantaneamente todos os defeitos reais ou imaginários, do penteado ao esmalte, passando pelo sotaque e pelo prato que pede ou deixa absurdamente de pedir num restaurante. Condena com ênfase a igual mesmo sabendo-a inocente.
A mulher atraente é, com suas semelhantes, cruel como um cossaco russo e dura como um cigano búlgaro. Mais que frontal, ou rivotril, ou lexotan, ou mesmo a companhia promissora de um homem interessante, o que acalma a mulher a mulher atraente é a visão idílica, majestosa, incomparável de uma mulher-bomba, uma terrorista da estética e dos cuidados mais elementares com o corpo e os trajes. O ódio vai aumentando à medida que o tempo vai passando e a mulher atraente vai deixando de ser atraente, como vimos na entrevista que uma veterana jornalista inglesa fez com Belle de Jour, a abnegada e bem torneada cientista que teve que cobrar 300 libras por hora no sexo para poder pagar o doutorado com que tanto sonhara. Mas disso já falamos e discutimos em outro post.
É para protegê-la das demais mulheres atraentes em sua fúria assassina que a natureza fez que surgíssemos nós, os homens solidários e prestativos, cavalheirescos e gentis. Há uma sabedoria na natureza que me comove e me emociona em alguns de seus capítulos inspiradores. Ter-nos trazido ao mundo para defender a mulher atraente, vítima da psiquê fascinantemente agressiva das pessoas de seu próprio gênero, é um deles. Me faz pensar que há algum sentido na vida, ou pelo menos pode haver

quarta-feira, 27 de maio de 2015

O segredo para a felicidade no Butão

Pensar na morte ajuda a viver melhor, segundo os butaneses
Pensar na morte ajuda a viver melhor, segundo os butaneses
Publicado na bbc. O autor, Eric Weiner, é um viajante filosófico e autor de livros como A Geografia da Felicidade.
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Em uma visita a Thimpu, a capital do Butão, me encontro conversando com um homem chamado Karma Ura e abrindo meu coração para ele. Talvez seja o fato de ele ter o nome Karma, ou o ar rarefeito do lugar, ou a maneira como viajar derruba minhas defesas, mas decido confessar a ele algo muito pessoal.
Semanas antes, completamente do nada, eu tinha sentido uns sintomas estranhos: falta de ar, tontura, dormência nas mãos e nos pés. Primeiro, achei que estivesse sofrendo um ataque cardíaco ou enlouquecendo. Ou as duas coisas.
Fui ao médico, que pediu uma série de exames e encontrou…”Nada”, disse Ura.
Antes mesmo de eu completar a frase, ele já sabia que meus medos não tinham fundamento. Eu não estava morrendo, pelo menos não tão rápido como temia. O que tive foi um ataque de pânico.
O que eu queria saber era: por que agora – afinal, minha vida estava indo impressionantemente bem – e o que eu poderia fazer a respeito?
“Você precisa pensar na morte cinco minutos por dia”, respondeu Ura. “Isso vai curá-lo”.
“Como?”, perguntei, estupefato.
“É esse medo da morte, esse medo de morrer antes de ter realizado o que desejamos ou de ver nossos filhos crescerem. É isso o que está incomodando você.”
“Mas por que eu iria pensar em algo tão deprimente?”
“As pessoas ricas do Ocidente não tiveram que tocar em mortos, feridas abertas, coisas apodrecidas. Isso é um problema. Essa é a condição humana. Temos que estar prontos para o momento em que deixamos de existir”, concluiu.
Lugares, assim como as pessoas, têm a capacidade de nos surpreender, desde que estejamos abertos a surpresas e não presos a noções preconcebidas.
Este reino nos Himalaias é famoso por sua inovadora política de ‘Felicidade Interna Bruta’. É uma terra onde a satisfação impera e a tristeza não ganha visto de entrada.
O Butão é de fato um lugar especial (e Ura, diretor do Centro de Estudos Butaneses, uma pessoa especial), mas esse aspecto é mais sutil e, francamente, menos ensolarado do que a imagem de um Shangri-La de sonhos que projetamos do país.
Na realidade, ao sugerir que eu pensasse sobre a morte uma vez por dia, Ura estava sendo generoso comigo. Na cultura butanesa, as pessoas devem pensar sobre a morte cinco vezes por dia.
É algo notável para qualquer nação, mas especialmente para uma tão igualada com a felicidade como o Butão.
Será que, no fundo, esta é uma terra de sombras e desespero?
Não necessariamente. Pesquisas recentes sugerem que, ao refletirem sobre a morte com tanta frequência, os butaneses podem estar enxergando algo que o resto de nós não percebe.
Eles sabem que a morte é parte da vida, querendo ou não, e ignorar essa verdade essencial tem um custo psicológico pesado.
Linda Leaming, autora do maravilhoso livro A Field Guide to Happiness – What I Learned in Bhutan About Living, Loving and Waking Up (“Um guia de campo para a felicidade – O que aprendi no Butão sobre viver, amar e acordar”), também sabe disso. “Percebi que pensar na morte não me entristece. Isso me faz aproveitar o momento e enxergar coisas que normalmente não veria”, afirma. “Meu conselho é: vá até lá. Pense no inimaginável, naquilo que você tem medo de pensar várias vezes por dia.”
Diferentemente da maioria de nós no Ocidente, os butaneses não isolam a morte. A morte e suas representações estão em toda parte, especialmente na iconografia budista, onde encontramos ilustrações coloridas e macabras.
Ninguém, nem mesmo as crianças, está protegido dessas imagens, ou de danças rituais que reencenam a morte.
Os rituais são um recipiente para as dores, e no Butão esse recipiente é grande e pertence a todos. Quando alguém morre, decreta-se um luto de 49 dias que envolve rituais elaborados e cuidadosamente planejados.
“É melhor do que qualquer antidepressivo”, diz Tshewang Dendup, ator butanês. Eles podem parecer um pouco aéreos durante esse período, mas na realidade estão descarregando seu luto através dos rituais.
Mas por que os butaneses têm uma atitude tão diferente em relação à morte? Um motivo simples é o fato de ela estar em toda parte. Para um país tão pequeno, ele oferece muitas maneiras de morrer: nas traiçoeiras curvas das estradas; em um ataque por um urso; em um envenenamento por cogumelos.
Outra explicação está nas crenças budistas, sentidas profundamente no país, especialmente na reencarnação. Se você sabe que terá outra chance na vida, terá menos medo do fim desta vida.
Como dizem os budistas, você não deveria temer a morte mais do que teme se livrar de roupas velhas.
O que não quer dizer, claro, que os butaneses não sentem medo ou tristeza. Mas, como Leaming afirma, eles não fogem dessas emoções. “Nós do Ocidente queremos resolver logo quando estamos tristes. Temos medo da tristeza. É para nós algo a superar e a tratar com medicamentos. Mas no Butão existe uma aceitação. É parte da vida.”
A lição de Ura, no entanto, ficou marcada em mim. Hoje consigo pensar na morte uma vez por dia. A não ser que esteja especialmente estressado. Aí penso nela duas vezes por dia.

terça-feira, 26 de maio de 2015

7 hotéis inusitados na Europa


7 hotéis inusitados na Europa

Confira alguns dos hotéis mais inusitados em toda a Europa e escolha um lugar diferente para se hospedar!

Castelos medievais, construções históricas e monumentos de fama internacional dão forma a hotéis inusitados na Europa.

O Velho Continente tem atrações de sobra para fascinar e entreter visitantes, durante todo o ano. E nem na hora de hospedar, a Europa deixa de surpreender quem visita destinos tradicionais como a França e Alemanha ou países menos populares, entre os viajantes brasileiros, como a Finlândia e a Suécia.
Leia também: 6 meios de hospedagem inusitados ao redor do mundo.
Com esta lista de hoje, você pode passar a noite em quartos temáticos com decoração inspirada nos mundos de James Bond e de Maria Antonieta, em um hotel sobre palafitas, em um autêntico castelo que inspirou uma das histórias infantis mais famosas dos Irmãos Grimm e até dormir dentro de um Boeing sem sair do chão. Confira a seleção de hotéis inusitados:
Seven Hotel – França
James Bond, Maria Antonieta e até Alice no País das Maravilhas são alguns dos personagens, reais ou fictícios, que inspiraram a decoração do Seven Hotel, em Paris, capital da França. Outro destaque são os 28 quartos conhecidos como Levitation, onde a iluminação sob a cama faz o hóspede sente que flutuando enquanto dorme.
Schloß Schönbrunn Suite – Áustria
O Palácio de Schönbrunn, patrimônio cultural da Áustria que um dia serviu de residência para a imperatriz Elisabeth e do imperador Franz Joseph, abriga uma suíte de 167 m² que pode ser alugada como quarto de hotel. Considerada única do gênero na Europa, a Schloß Schönbrunn Suite inclui, no melhor estilo imperial, um salão, dois quartos, uma sala de estar e dois banheiros, além de contar com vistas exclusivas dos jardins e fontes dessa construção do século 17.
Hôtel Palafitte – Suíça
Construídos sobre as águas calmas do Lago Neuchâtel, no oeste da Suíça, os 24 quartos do Hôtel Palafitte têm acesso direto para esse clássico natural da região, declarado o maior lago do país. O estabelecimento é considerado o único hotel europeu do gênero.
Hotel Metamorphis – República Tcheca
Localizado a poucos passos do centro histórico de Praga, o Hotel Metamorphis seria mais um 4 estrelas do Velho Continente, não fosse pelo inusitado Beer Spa, onde acontecem tratamentos de relaxamento feitos com lúpulo, levedura e... cerveja, em uma banheira com uma torneira de onde sai a bebida que pode ser consumida, ilimitadamente.
Jumbo Stay – Suécia
Este modelo de aeronave, o Boeing 747-212B, construído em 1976, abriga desde 2009 um hotel com 27 quartos. O hotel Jumbo Stay, considerado o primeiro do mundo a funcionar no interior de um modelo aéreo como esse, está localizado na pista de pouso desativada do aeroporto de Estocolmo, capital da Suécia.
Dornröschenschloss Sababurg – Alemanha
Localizado em Sababurg, o Dornröschenschloss Sababurg é um lugar de contos de fadas, literalmente. Esse hotel está instalado em uma construção do século 14 que, segundo os Irmãos Grimm, serviu de inspiração para a criação da história da Bela Adormecida. Para dar um clima ainda mais fabuloso, o estabelecimento oferece jantares com a presença da própria Bela Adormecida e seu príncipe, que contam histórias, ao som de violino tocado ao vivo.
Hotel Kakslauttanen – Finlândia
Os iglus do Hotel Kakslauttanen oferecem aos hóspedes o que o Ártico tem de melhor para oferecer: sua paisagem externa. Localizado próximo ao Parque Nacional Urho Kekkonen, na Finlândia, esse estabelecimento abriga construções envidraçadas que possibilitam a observação das famosas Luzes do Norte, mais conhecidas como aurora boreal.

domingo, 24 de maio de 2015

10 das regiões mais bonitas da Europa


10 das regiões mais bonitas da Europa

Impossível se cansar da Europa. E mais uma prova disso são essas regiões de beleza única, encontradas no Velho Mundo. Confira!

Estes cantinhos europeus são irresistíveis, se você for um apaixonado por cenários bucólicos e pitorescos. Dá uma olhada!

A Europa é um continente incansável. Depois de conhecer as capitais, que servem como porta de entrada para o Velho Mundo, todo o viajante volta com gostinho de quero mais. São tantas cidades lindas e apaixonantes, que as viagens entre os destinos europeus são inesgotáveis. Como prova disso, hoje vamos falar sobre mais uma opção de roteiro, citando 10 regiões europeias que são capazes de fazer bater mais rápido o coração de qualquer viajante. Confira!
Cinque Terre – Itália
As cinco vilas com casinhas coloridas que se estendem ao longo de um relevo montanhoso formam um cenário pitoresco. O charme de Monterosso, Vernazza, Riomaggiore, Corniglia e Manarola fascina os visitantes que têm o privilégio de conhecer este pedacinho da Itália, que entra facilmente na lista dos mais bonitos do país. E olha que o que não faltam no território italiano são lugares bonitos.
Toscana – Itália
Viu só? A Itália de novo. Impossível não mencionar a Toscana quando o assunto é região bonita na Europa. O local, bucólico, com seus vinhedos, construções medievais, abriga ainda cidades badaladas como Florença e Pisa. É a rota perfeita para quem quer uma viagem inesquecível ao longo de um dos lugares mais encantadores do mundo.
Veja também: De carro pela Itália.
Passagens aéreas para Itália
Riviera Francesa – França
Também conhecida como a Costa Azul, a Riviera Francesa é a prova de que a França também é dona de cenários paradisíacos. As praias movimentadas, em cidades como Nice, são pinceladas pela água azul e contornadas por construções luxuosas, onde é possível passar dias sem querer voltar para casa.
Passagens aéreas para França
Terras Altas – Escócia
Os apaixonados por cenários campestres podem e devem elencar a região das Terras Altas como destino durante uma eurotrip. Os vales verdes, por onde atravessam rios e lagos, abrigam castelos medievais e outras construções que mexem com o imaginário dos viajantes. Os passeios de trem são muito famosos na região e fazem com que os visitantes se sintam dentro de um conto de fadas.
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Alpes Suíços – Suíça
Os picos cobertos por neve, os lagos e as vilas charmosas fazem dos Alpes Suíços uma das mais belas regiões da Europa. Ali também é possível andar de trem, mas outras possibilidades mais radicais aguardam os visitantes. Estamos falando do esqui e das escaladas, que acontecem frequentemente nas cidades e vilarejos locais. Quem preferir uma atividade mais tranquila pode se deliciar com um chocolate quente em um café e visitar atrações culturais, que também são encontradas facilmente nas principais cidades da região.
Passagens aéreas para Suíça
Algarve – Portugal
A região mais meridional do território português tem particularidades responsáveis por cativar os visitantes. Com o clima mediterrânico, seu verão é longo e seco, enquanto o inverno dura poucos dias, característica mais que perfeita para aproveitar as águas cristalinas e mornas que banham a sua costa. Diversas cidades fazem parte da rota dos viajantes que decidem explorar a região do Algarve. É o caso de Carvoeiro (foto), Faro, Loulé, Vilamoura e muitas outras, onde a beleza do mar contrasta harmonicamente com o charme bucólico do campo e a preciosidade de construções históricas. 
Passagens aéreas para Portugal
Andaluzia – Espanha
Esta comunidade autônoma da Espanha, repleta de construções erguidas ainda na Idade Média e épocas anteriores a este período, é uma obra de arte para os apaixonados por cenários antigos. São 26 cidades, dentre as quais se destacam Córdoba e Sevilla, como as principais nos roteiros turísticos que exploram a região.
Passagens aéreas para Espanha
Baviera – Alemanha
A Alemanha está cheia de regiões pitorescas e encantadoras para os viajantes brasileiros. E o estado independente da Baviera é um destes lugares. Na capital Munique, onde acontece a tradicional Oktoberfest, a modernidade e badalação recebem os visitantes, enquanto que nos lugares mais afastados predomina o clima interiorano, graças ao toque bucólico de suas paisagens. Um dos destaques é a cidade de Füssen, onde fica o Castelo de Neuschwanstein.
Passagens aéreas para Alemanha
Cotswold – Inglaterra
Cenário de conto de fadas. Esta é a melhor definição para a região rural de Cotswold, na Inglaterra. Ali fica uma das cidades mais charmosas de toda a Europa, a encantadora Bibury, dona da arquitetura típica da região. Outros municípios, igualmente fascinantes, e estradas bucólicas, com campos floridos e ovelhas por todos os lados, são algumas belezas que complementam a rota de quem decide explorar Cotswold.
Passagens aéreas para Inglaterra
Flandres – Bélgica
A Bélgica está dividida entre a região norte e a região sul. O lado norte do país é conhecido como Flandres e é ali que ficam algumas das mais belas cidades belgas. Bruges é o maior destino turístico da região, mas outros lugares fazem os viajantes se apaixonarem rapidamente, como Gent, Mechelen, Hasselt, Oostende e Leuven, onde os roteiros se dividem entre espaços culturais e artísticos, gastronomia de primeira e castelos medievais.

sábado, 23 de maio de 2015

Frases escolhidas de Montesquieu sobre o egocentrismo

"Como falta luz ao elogio, quando este reflete para o mesmo lugar de onde procede!"
“Como falta luz ao elogio, quando este reflete para o mesmo lugar de onde procede!”
Em 1721, Montesquieu, um dos filósofos que mais influenciaram os revolucionários franceses de 1789, publicou um romance chamado Cartas Persas, que segundo contemporâneos “vendeu como pão recém saído do forno”. Epistolar, o livro contêm reflexões sobre diversos temas – amor, liberdade, religião e islamismo. As frases abaixo foram retiradas dessa obra prima. É mais um capítulo de nossa série “Conversas com Escritores Mortos”, em que já entrevistamos gênios como Tolstói, Sêneca e Virginia Woolf.
Em seu romance epistolar Cartas Persas, o senhor alega que um dos piores defeitos que uma pessoa pode ter é a falta de modéstia. Como assim, Monsieur?
Encontramos, por toda a parte, pessoas que não param de falar de si mesmas; sua conversa é um espelho que apresenta, o tempo todo, uma impertinente figura. Além de não sentir o mínimo interesse pelos outros, falam das menores coisas que lhes sucederam, e pretendem que o interesse pessoal que por elas sentem as engrandeça aos olhos de todos. Não há nada pior do que a companhia de um egocêntrico.
O que define as pessoas egocêntricas?
Tudo fizeram, tudo viram, tudo disseram, tudo pensaram; constituem um modelo universal, um tema inesgotável de comparação, uma fonte de exemplos que nunca seca.
Para quem isso é mais prejudicial – para o próprio egocêntrico ou para o ouvinte?
Para o ouvinte, principalmente, porque sente uma genuína vontade de se enforcar. E, ah!… Como falta luz ao elogio, quando este reflete para o mesmo lugar de onde procede!
O que podemos fazer para não agir dessa maneira?
Pode parecer contraditório, mas a vaidade é muito útil. Feliz quem é tão vaidoso que nunca elogia a si mesmo, que receia seus ouvintes e não compromete o próprio mérito com a arrogância alheia.
E o que define a virtude?
A discrição. Conheci pessoas em quem era tão natural a virtude que mal se fazia perceber – e, assim, tais pessoas se consagravam ao dever sem necessidade de dobrar-se a ele, e seguiam-no como que por instinto. Longe de se vangloriar de suas preciosas qualidades, parecia que sequer as notavam.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Quer saber se existe racismo no Brasil? Faça o teste do pescoço

racismo_questao_social
Publicado no Geledés.

1. Andando pelas ruas, meta o pescoço dentro das joalherias e conte quantos negros (as) são balconistas.
2. Vá em quaisquer escolas particulares, sobretudo as de ponta, do tipo Objetivo e Dante Alighieri, entre outras, espiche o pescoço para dentro das salas e conte quantos alunos negros há. Aproveite, conte quantos são donos e quantos professores são negros, e quantos estão varrendo o chão.
3. Vá em hospitais, tais quais o Sírio Libanês, enfie o pescoço nos quartos e conte quantos pacientes são negros. Gire o pescoço a contar quantos médicos negros há . Aproveite para espichar bem o seu pescoço nos corredores e conte quantos negros limpam as vidraças e servem cafezinho.
4. Quando der uma volta em algum Shopping ou no centro comercial de seu bairro, gire o pescoço para as vitrines e conte quantos manequins de loja representam a etnia negra consumidora. Enfie o pescoço nas revistas de moda , nos comerciais de televisão e conte quantos(as) modelos (as)  negros (as) fazem publicidade de perfumes, carros, viagens, vestuários e etc. Reflita acerca da auto e baixa estima das crianças negras e brancas.
5. Vá às universidades públicas, observe nos cursos mais concorridos da USP, PUC e UNICAMP, torça o pescoço a procurar pelos negros e negras. Conte. Quantos são professores, alunos e serviçais.
6. Espiche o pescoço numa reunião dos partidos PSDB e DEM, como exemplo, conte quantos políticos são negros desde a fundação dos mesmos. Depois faça uma reflexão a respeito de alguns partidos serem contra todas as reivindicações das comunidades negras, sobretudo as Cotas Raciais e pense mais um pouco qual é a necessidade de incluir sem inserir, como num Apartheid , as insígnias Tucanafro, PMDBafro e por aí vai…
7. Gire o pescoço 180° durante as passeatas dos médicos que protestam contra os médicos estrangeiros e conte quantos médicos (as) negros (as) marcham. Nos consultórios, relembre por quantos médicos você passou na vida e quantos destes eram negros?
8. Meta o pescoço nas cadeias, nos orfanatos, nas casas de correção para menores, e conte quantos são brancos. É mais fácil. Veja nos noticiários, dos erros dos policiais que atiram em jovens pra matar sem que tenham oportunidade de um julgamento justo, conforme manda lei. Melhor contar quantos dos jovens mortos pela polícia são brancos, também fica mais fácil.
9. Gire o pescoço a procurar quantas empregadas domésticas, serviçais, faxineiros, favelados e mendigos são de etnia branca. Pergunte-se qual a causa dos descendentes de europeus ou orientais não serem vistos embaixo das pontes, em favelas, na mendicância ou varrendo o chão. Meta o pescoço nos livros, internet e pesquise:  Quando seus ascendentes chegaram ao Brasil? Quando terminou a Abolição?
10. Espiche bem o pescoço na hora do Globo Rural e conte quantos fazendeiros são negros, depois tire a conclusão de quantos são sem-terra, quantos são sem-teto. Gire o pescoço durante a exibição do programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios e conte: Quantos empresários são negros?
11. Nos canais abertos de televisão, acessíveis à maioria da população pobre e preta, e por vezes a única opção de lazer, gire o pescoço nas programações e conte quantos apresentadores, jornalistas ou âncoras de jornal e artistas em estado de estrelato, são negros. Onde as crianças negras se veem representadas? Pergunte-se se esta espécie de racismo ocular é construtivo para a auto estima dos pequenos filhos de determinada etnia?
12. Enfie seu pescoço dentro das instituições bancárias e conte quantos negros são gerentes, quantos são caixas, quantos estão em cargos de chefia e quantos são faxineiros. Se puder, espiche o pescoço e conte quantos negros são donos de banco.
13. Vá num dos bairros mais caros de sua cidade, de seu estado, gire seu pescoço pelas ruas, dentro das casas, no comércio. Quantos negros são moradores? Quantos são seguranças e empregados domésticos ? Aproveite e torça seu pescoço nos ‘melhores’ restaurantes, quantos clientes são negros? Aliás, conte quantos ‘chef de cousine’ são negros? Pergunte-se sobre a diferença de salários entre estes últimos e as cozinheiras, que são em sua maioria formadas por mulheres negras.
14. Sobre linchamentos, em sua maioria as pessoas morrem por motivos torpes ou inocentes por terem sido  confundidos com bandidos. Estique seu pescoço e conte quantos destes linchados com requinte de crueldade, eram loiros de olhos azuis?
15. Torça o pescoço a procurar mulheres que criam seus filhos sozinhas. Mulheres do tipo que tem de trabalhar o dia todo por um salário mínimo, deixando seus filhos sozinhos à mercê da criação da rua e que depois serão as mesmas que irão chorar a morte de seus filhos expostos nos itens 8 e 14. Quantas são brancas?
16. Viaja muito em companhias aéreas? Espiche o pescoço na cabine e conte quantos pilotos e ou co-pilotos são negros? Aproveite girar o pescoço pra cima e pra baixo nos corredores e conte quantas comissárias de bordo negras a companhia aérea  brasileira contratou.

– * Aplique o Teste do Pescoço no seu dia a dia, em todos os lugares e tire suas próprias conclusões. Questione-se: somos de fato um país pluricultural, uma ‘Democracia Racial’ tratados iguais e com as mesmas chances? Desde quando existe esta diferença que você viu? Procure na História do seu país, regresse 500 anos e encontre as respostas. Depois de se informar, tente continuar a ser contra Cotas, Bolsa família e outras políticas reparatórias e de justiça histórica.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Quando o sexo torna-se um tormento

dispareunia
Publicado na BBC Brasil.

A britânica Angela Lyons, de 66 anos, 44 deles casada, diz ter um casamento feliz, mas incompleto: ela não faz sexo com seu marido.
Ela sofre de dispareunia, uma condição que faz com que as relações sexuais envolvendo penetração sejam dolorosas.
Um estudo publicado em 2008 na revista Menopause, com base em resultados de um questionário anônimo, concluiu que 40% das mulheres sofrem do distúrbio.
No entanto, outro relatório, publicado no Scandinavian Journal of Public Health, diz que a dispareunia afeta somente 10% das mulheres.
Especialistas, no entanto, dizem que determinar o número real de mulheres que experimentam a dor durante o sexo é difícil porque muitas têm vergonha de procurar ajuda.
“É mais comum em mulheres de meia-idade, entre 40 e 45 anos, ou após o parto com episiotomia (quando é feita uma incisão cirúrgica para facilitar o nascimento do bebê)”, explica Mariano Rosselló Gayá, especialista em Medicina Sexual do Instituto de Medicina Sexual na Espanha.

Causas

“As causas físicas ou orgânicas podem ser falta de lubrificação, hímen hipertrofiado, distúrbios de abertura vaginal, irritação, infecção, atrofia vaginal, cicatrizes ou ferimentos anteriores”, enumera Gayá.
“As pacientes relatam dor de média ou alta intensidade que pode acontecer em dois locais, seja na primeira seção do canal vaginal, seja no interior do órgão, durante penetrações mais profundas. A sensação é de ardor, queimadura ou dor aguda”.
“É preciso, contudo, separar se se trata de uma dor que acontece em todas as ocasiões do coito ou apenas algumas vezes, e em que circunstâncias ou posições.”
Na opinião de Gayá, é importante procurar ajuda, porque o distúrbio pode transformar a vida sexual das mulheres em um tormento.
“A dispareunia pode levar as mulheres não apenas a desfrutar das relações sexuais, mas evitá-las por completo, de forma a não sentir dor”.
“Muitas mulheres aguentam essa situação e se resignam, mas logicamente os efeitos a médio prazo sobre a relação e a cumplicidade são devastadores. Uma consulta com um médico, a tempo, pode evitar, inclusive, o fim da relação de um casal”.
“O homem também sofre porque se sente o causador da dor que sua parceira está sentindo, quando, ironicamente, quer o oposto”, acrescentou Gayá.

Menopausa e parto

A dispareunia é mais comum em mulheres na pós-menopausa ou naquelas que foram submetidas a um parto com episiotomia.
Durante a menopausa, o declínio nos níveis do hormônio feminino estrogênio, que normalmente mantém os tecidos úmidos e saudáveis, pode causar secura vaginal.
“Além disso, após a menopausa, a vagina não é tão elástica e extensível como antes”, explica Kate Lough, fisioterapeuta em Glasgow.
Isso acontece porque a diminuição do estrogênio também afeta a proteína do colágeno que ajuda a manter o tecido saudável.
Esse foi o caso de Angela Lyons.
Mas, depois de reunir coragem de ir ao médico, o problema dela melhorou somente com um creme de estrogênio.
Outras mulheres podem sentir dor durante a relação sexual em virtude da cicatrização do períneo após a episiotomia.
Normalmente, o problema pode ser resolvido através de um procedimento simples ─ conhecido como procedimento de Fenton ─ onde o tecido cicatricial é removido.
A técnica é geralmente realizada com anestesia local e a recuperação é rápida, com o paciente deixando o hospital no mesmo dia da cirurgia.

Causas psicológicas

“Há também causas psicossexuais que podem ser abordadas durante a consulta”, conta Gayá.
“Uma das mais comuns é a falta de excitação, o que reduz a lubrificação vaginal ou impede o relaxamento muscular adequado para facilitar a penetração”.
“Um trauma sexual anterior também pode ser a causa se ele tiver deixado sequelas”, disse.
“Também podem influenciar fatores como o medo do sexo ou da gravidez, pouca educação sexual e alto nível de estresse ou ansiedade mantido ao longo do tempo.”
Em todos os casos, é importante consultar um especialista para conseguir apoio adequado para cada caso.
“Hoje podemos escolher tratamentos farmacológicos ou cirúrgicos se for um problema anatômico da abertura vaginal, ou por terapia psicossexológica nos casos em que a dispareunia aparece na forma de somatização de um conflito pessoal ou do casal.”

quarta-feira, 20 de maio de 2015

TERCEIRIZARAM A SELEÇÃO BRASILEIRA



A seleção do Brasil não é do Brasil! Os contratos secretos da CBF com empresários que lucram milhões de dólares com realização de amistosos deram a investidores estrangeiros o controle total sobre a maior seleção da história, sequestrando a emoção do torcedor para garantir lucros e transformando os jogadores em meros atores de uma indústria do entretenimento.
Pelos acordos, a lista de convocados precisa atender a critérios estabelecidos pelos parceiros comerciais e qualquer substituição precisa ser realizada em “mútuo acordo" entre CBF e empresários. O contrato deixa claro: o jogador que substituir um “titular" precisa ter o mesmo “valor de marketing" do substituído.
As condições fazem parte de minutas de contratos secretos obtidos pela reportagem e que revelam, de forma inédita, como a CBF leiloou a seleção brasileira em troca de milhões de dólares em comissões a agentes, cartolas, testas de ferro e o envolvimento de empresas em paraísos fiscais, longe do controle da Receita Federal brasileira.
Desde 2006, a CBF mantém um contrato com a companhia ISE para a realização dos amistosos da seleção. O acordo foi mantido em total sigilo por quase 10 anos. Documentos obtidos pela reportagem revelam agora que a ISE é uma empresa de fachada com sede nas Ilhas Cayman. Não tem escritório nem funcionários. É mera Caixa Postal, número 1111, na rua Harbour Drive, em Grand Cayman. A ISE é apenas uma subsidiária do grupo Dallah Al Baraka, um dos maiores conglomerados do Oriente Médio, com 38 mil funcionários pelo mundo.


 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Agatha Christie conta o que é preciso fazer para descobrir o assassino em seus livros


“Na verdade, deve-se suspeitar de todo mundo até o último minuto.”
O teólogo e escritor Ronald Knox escreveu uma lista de regras do romance policial. Eram várias, e em geral consistentes. Mas Agatha Christie provou que, ao quebrá-las (contato que houvesse sensatez e verossimilhança), uma escritora de mistério poderia se elevar ainda mais em sua esfera literária. Consagrada como uma brilhante arquiquebradora de regras, Christie enganou seus leitores de modo audacioso em muitos de seus romances mais famosos. Por isso, a escolhemos para ser a estrela de nossa nova Conversas com Escritores Mortos.
Mrs. Christie, o que a levou a escrever romances policiais?
Dizem que todo mundo ama o amor – transporte esse ditado aos assassinatos e terá uma verdade infalível. Ninguém deixa de se interessar por um assassinato.
É curioso pensar, Mrs. Christie, que dois de seus principais detetives (Miss Marple e Hercule Poirot) tem certa idade. Isso não os prejudica na hora de perseguir suspeitos ou qualquer coisa do tipo?
Miss Marple e Hercule Poirot jamais correm atrás de suspeitos. Para investigar um mistério não é preciso resignar-se a gelar os pés na lama, a tremer de frio enquanto se queima por dentro – a prudência e o autocontrole são muito mais úteis do que a impulsividade e a energia. Ao percorrer as ruas desgovernadamente atrás de criminosos em potencial, você pode derrubar uma vendedora, pobre mulher, e espalhar as maçãs de seus cestinhos…
Como se envestigar, então?
Sente-se em uma poltrona confortável, tome um chocolate quente e permita que os eventos sigam seu curso – e exercite suas pequenas células cinzentas, é claro.
Alguma dica em relação a como identificar um assassino?
Se é que existe um denominador comum, um sinal, um indício que o ajude a reconhecer um assassino no meio de pessoas aparentemente normais e amáveis, me sinto inclinada a dizer que é a vaidade. Nunca conheci um assassino que não fosse vaidoso. Nove entre dez vezes, é a vaidade que os leva a fazer o estrago. Podem até sentir medo de serem pegos, mas não conseguem deixar de se exibir e de se gabar e geralmente tem certeza de que foram espertos demais para serem descobertos – e eles querem falar. Cometer um assassinato deixa o autor do crime em uma situação bastante solitária. Você quer contar a alguém tudo o que aconteceu… E nunca pode. E isso faz com que você queira contar ainda mais. Portanto, se você não pode falar como fez isso, pelo menos pode falar do assassinato em si… Discuti-lo, criar teorias… Analisá-lo.
Mais alguma dica?
Para descobrir o assassino em algum dos meus livros, faça uso da eliminação. Por exemplo, é impossível, realmente impossível, que um honrado, tolo e arrogante inglês esfaqueie um inimigo 12 vezes. Duas vezes, no máximo três – nunca doze. É importante se lembrar de que nem mesmo os narradores, os cadáveres e as crianças estão livres de suspeita.
A senhora aprecia a arte da fofoca?
Mexericos maliciosos são inoportunos e indelicados, mas em geral verdadeiros.
Para finalizar, Mrs. Christie, a senhora acha que há algum padrão de comportamento entre os seres humanos?
A verdade é que todo mundo é muito parecido. Muitas pessoas (a maior parte delas) não me parecem ser nem boas, nem más, mas apenas bastante tolas. Portanto, devemos agir com elas com base em suas personalidades.
Como assim?
Quando pensamos que, em cada dez pessoas que encontramos, pelo menos nove poderiam ser induzidas a agir da maneira que quisermos apenas pela aplicação do estímulo correto! Existem os homens arrogantes – grite mais alto do que eles e eles obedecerão. Há os homens contraditórios – intimide-os na direção oposta àquela que você quer que eles sigam. E há os impressionáveis, que viram um automóvel porque ouviram uma buzina, o carteiro porque ouviram um barulho na caixa e assim por diante – ouça-os, mas não os leve a sério.
Algo a acrescentar?
Em um assassinato, o que importa não é o culpado – e sim o inocente. Porque o assassinato não afeta apenas a vítima e o assassino, afeta também os inocentes.
Hmmm…
Pensemos no caso Bravo, há cerca de cem anos. Livros ainda são escritos sobre ele. É um caso perfeito. Todos eram suspeitos: a mulher, a sra. Cox, o dr. Gully, até mesmo o próprio Charles Bravo poderia ter tomado veneno, apesar do veredicto do juiz. Várias teorias são plausíveis, mas o fato é que agora ninguém chegará à verdade. O que se sabe é que Florence Bravo foi abandonada pela família e morreu de bebedeira; a sra. Cox, condenada ao ostracismo, foi obrigada a viver até a morte sob a suspeita de ser uma assassina aos olhos dos que a cercavam; e o dr. Gully foi arruinado social e profissionalmente… Alguém era culpado e escapou à condenação, é claro – mas os outros eram inocentes e acabaram condenados.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

QUE PENA, MINISTRO JOAQUIM BARBOSA....




 
Tinha tudo para entrar para a história, derrubando conchavos, despindo o formalismo e a hipocrisia de muitas togas, subvertendo formas de ver o mundo, trazendo para o Supremo os ares da contemporaneidade e a marca altiva de sua cor e dos que conquistaram tudo sem nunca ceder.

Mas faltou-lhe algo: a persistência de propósitos. Refugiou-se na comodidade da aposentadoria, traindo aqueles que contavam com ele para moralizar a Justiça. Abriu caminho para que este governo corrupto nomeasse figuras ideologicamente comprometidas como o advogado Luiz Fachin.  

sexta-feira, 15 de maio de 2015

SHOW,SHOW : De imagens !



   
A Sadhu, a holy man of Hinduism, from Varanasi


An elderly woman begs on a ghat - or set of holy stairs - in Varanasi

A Sadhu is pictured in Varanasi, one of the oldest inhabited places on Earth

Keeping spirits high: An Indian pauper plays the flute inside Jaswant Thada, the memorial palace in Jodhpur, built in 1899 and dedicated to Maharaja Jaswant Singh II, the ruler of the province who lived from 1873 and 1895


A portrait of a Sadhu, a holy man of hinduism, in Varanasi


Read more: http://www.dailymail.co.uk/news/article-3077951/The-face-poverty-Intimate-portraits-Indian-paupers-reveal-toll-life-villages-people-survive-33-pence-day.html#ixzz3Zwqp0mDC
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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Por que uma mulher que só quer sexo assusta os homens?

sexo

O prazer pelo prazer é direito dos dois sexos
“Não foi bom pra você?”
Eis a pergunta que funciona como um soco, um banho de água com gelo, um desesperador aperto na parede.
Bem, foi bom. Mas não é bom que se queira saber se foi bom – especialmente quando a pergunta provém da insegurança.
Sim, foi bom. Eu só prefiro dormir sozinha. É que eu me espalho demais e não gosto de cheiros estranhos na minha cama. De alguma maneira eu a ocupo inteira. Seria muito cafajeste te pedir pra ir embora agora?
Uma porta fechada e um abismo de paranoias: como assim uma mulher que só quer sexo casual?
Pois é, camarada. Não deve ser fácil crescer em um mundo em que te fazem acreditar que toda mulher dedica sua existência a lhe colocar um bambolê no dedo esquerdo, adora flores e conchinha, e, no auge dos vinte e poucos, encontrar alguém que te peça licença em plena madrugada depois de orgasmos bem aproveitados e gemidos incontidos.
A impressão que eu tenho – enquanto uma dessas mulheres estranhas às projeções da maioria – é que o estranhamento de alguns homens diante de uma mulher que transa casualmente é tamanho que se torna uma questão de honra conquistá-la.
Não para tê-la – longe disso! – mas pela ânsia de provar a si mesmo que você não estava errado. Seu pai não estava errado quando disse que as mulheres são carentes, românticas e emocionalmente dependentes. Seus amigos não estavam errados quando disseram “cuidado, aquela ali é louca!” para todas as mulheres que quiseram qualquer envolvimento fora dos lençóis.
Não é desejo, camarada, é estranheza. É ego. É honra. Porque “como assim uma mulher não quer namorar? Tudo bem que não queira ir pro altar, mas nem um cinema? Nem um filme no domingo? Nem conhecer a minha mãe?”
É difícil admitir, mas, nos próximos anos, será a única escolha viável.
Uma mulher que lhe fecha a porta e só te liga quando tem vontade não é apaixonante – e nem desapaixonante. É só uma mulher que, como você, quer prazer.
Não quer se apaixonar, não quer receber chocolates, nem declarações, nem apelidos, nem jantar com a sogra. Só prazer, como você tantas vezes quis em sua vida.
E se foi isso que os homens talvez sempre esperaram de nós, não tem espanto: porque agora é isso que nós esperamos de nós.
Todos nós queremos prazer. Só falta (a alguns) aceitar.

A PM da Bahia descobriu como lidar com a violência: criminalizou as tatuagens

ESPAÇO DO LEITOR:

GABRIEL DE CAMAÇARI..................POR EMAIL

A capa da cartilha da PM da Bahia
A capa da cartilha da PM da Bahia


Ter no corpo a frase “amor, só de mãe” pode não ser uma boa ideia na Bahia. Uma vez abordado por um policial, sua declaração à flor da pele pode lhe valer a pecha de estuprador saído da cadeia. Isso se o agente da lei em questão leu a Cartilha de Orientação Policial de Tatuagens: Desvendando Segredos (http://goo.gl/EJtlh8).
Publicada em 2012, a cartilha é fruto do trabalho de pesquisa do então tenente Alden José Lázaro da Silva, hoje capitão da PM, e possui os selos oficiais do estado da Bahia e da Polícia Militar da Bahia na sua ficha técnica, além de expediente contendo o nome do ex-governador Jacques Wagner.
Tendo a forma de um catálogo ilustrado, que junto com verbetes explicativos da relação entre modalidades de crimes e desenhos tatuados, pretende ser um relatório em retratos da criminalidade presente às penitenciárias do estado e do país, depois de analisados “mais de 30 mil fotos/documentos”.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia declarou que o texto foi considerado interessante pela secretaria, que imprimiu uma tiragem distribuída para policiais e guardas metropolitanos. Segundo o capitão Alden, “é utilizado oficialmente por centenas de instituições policiais e penais. Já teve mais de 80 mil visualizações na internet e foi visto por mais de 10 mil agentes de segurança durante encontros/palestras.”
Esse almanaque é usado pela terceira polícia mais violenta do país, atrás somente de São Paulo e Rio. O texto é muitas vezes ambíguo na descrição das tatuagens e dos crimes que estariam ligados a elas:
Duende/Gnomo: Identifica um possível usuário/traficante de drogas
Captura de Tela 2015-05-11 às 12.27.58

Se pretende ser explicativo, o uso da barra entre usuário e traficante, generalizando e fundindo duas posições distintas, deixa muita abertura de interpretação em um exemplo prático, que se extremado, pode gerar um usuário tratado violentamente numa abordagem na qual foi confundido com o traficante, por receio de sua periculosidade. Mas o fato é que violência nenhum dos dois deve sofrer.
Em outros verbetes, a ambiguidade e a relativização continuam:
São Sebastião: Quando o indivíduo praticou crimes contra a liberdade sexual o indivíduo é obrigado a fazer. Também é associado a liberdade ou a vontade de sair do cárcere
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A definição põe em um mesmo nível ações completamente diferentes entre si. Reforçado pelo fato do verbete estar abaixo de um subtítulo que diz  “Tatuagens que identificam presos homossexuais E/OU que foram estuprados” como se significassem a mesma coisa.
Diabo: Matador/Pistoleiro. Pode indicar também que o indivíduo tem pacto com o Diabo
Captura de Tela 2015-05-11 às 12.27.39
Lá se foi, além da racionalidade, o benefício da dúvida e o direito que determina que todas as pessoas são inocentes, até prova em contrário. Seguindo essa lógica, o que pode acontecer quando um jovem soldado da polícia baiana, que acaba de ler o manual publicado e distribuído por seus superiores, vê um homem “em atitude suspeita” com uma tatuagem de Nossa Senhora Aparecida, que segundo a cartilha pode “representar um latrocida, um estuprador ou mesmo fé/proteção”?
Se das 3 alternativas apresentadas, duas representam um elemento perigoso para a sociedade, um gesto mais drástico pode ganhar uma legitimidade torta, para somente depois vir á tona a triste constatação de que o suspeito era somente um devoto.
A cartilha tem uma versão digital usada em grupos de discussão e blogs ligados a policiais, além de várias entrevistas e depoimentos do autor. O texto remete aos estudos de Cesare Lombroso, médico psiquiatra italiano do século XIX que “provou” que criminosos tinham características físicas específicas.
Não é algo novo no estado da Bahia: conta-se que na Guerra de Canudos a cabeça de Antonio Conselheiro foi enviada ao médico Raimundo Nina Rodrigues, estudioso das teorias de Lombroso. Ela hoje está no IML soteropolitano.
Rodrigues, sob a ótica do positivismo criminológico, registrou em seu ensaio “A loucura epidêmica de Canudos: Antonio Conselheiro e os jagunços” (1897), suas observações sobre o crânio do profeta do sertão a seguinte, e ao que parece desapontada, passagem:
… nenhuma anomalia que denunciasse traços de degenerescencia: é um craneo de mestiço onde se associam caracteres anthropogicos de raças differentes. Só relataremos aqui, pois, as indicações mais importantes. E um craneo dolichocephalo e mesorrhyno, quasi sem dentes, e com notavel atrophia das arcadas alveolares. Tem uma capacidade de 1670 cc. (…) E pois um craneo normal. Esta conclusão, que está de accordo com as informações recolhidas sobre a historia do alienado, confirma o diagnostico de delirio chronico de evolução systematica”. 
O manual de conduta gera uma pergunta: não seria ele um dos sintomas do despreparo e violência sistemáticas da PM da Bahia?
Por mais salvaguardas que o texto do Capitão Alden José procure fazer, como colocar que “nosso objetivo não é discriminar pessoas que possuam tatuagens”, ele faz a perigosa constatação: “Por trás de uma simples aparência artística, alguns tipos de tatuagens representavam um complexo sistema de representações criminosas”.
E mesmo ponderando que ”as informações desta cartilha servem apenas como mais uma ferramenta para facilitar o seu [do policial] trabalho de reconhecimento“, o uso de tal cartilha é tão arcaico quanto a imagem das duas armas que atravessam o brasão da Polícia Militar da Bahia, a terceira que mais mata no país.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Países destino dos sonhos dos brasileiros


Enquete Skyscanner: país destino dos sonhos dos brasileiros

Qual é o país destino dos seus sonhos? Veja os resultados da pesquisa e dê a sua opinião!


Hoje, divulgamos os resultados da pesquisa realizada com o intuito de descobrir qual é o país destino dos sonhos dos brasileiros. Veja quais foram os países mais mencionados e nos conte: estes destinos também fazem parte dos seus sonhos?
1. Grécia


Dentre as respostas obtidas em relação aos países, 35% indicaram a Grécia como destinos dos sonhos. Também pudera. O país tem tudo o que brasileiro gosta: gastronomia variada, riqueza cultural e histórica e praias, muitas praias. Todas igualmente belas, cada uma com suas particularidades e preciosidades. As ilhas gregas mexem com o imaginário, não apenas dos brasileiros, como também de viajantes de outros lugares do mundo, com suas águas cristalinas e intensamente azuis, areia branca e o contraste com a arquitetura particular. Mykonos, Santorini e Zaqynthos são os principais destinos gregos, quando o objetivo é conhecer belas praias. Já a capital Atenas e outras cidades antigas cumprem sabiamente a missão de agradar os apaixonados por história.
→ Leia também: As mais belas ilhas gregas.
2. Itália


Em seguida, com 30% das recomendações, vem a Itália. O país é todo um mundo de possibilidades, atraindo viajantes de todo o globo principalmente por ser uma das civilizações mais antigas do mundo e por preservar muitos símbolos do seu passado glorioso, a começar pelo Coliseu, em Roma. É no território italiano que fica o menor país do mundo, o Vaticano, e é ali também que estão algumas das praias mais bonitas do planeta. Sardenha é o destino mais paradisíaco da Itália e fascina os visitantes com suas águas cristalinas e intensamente azuis. Em meio a tudo isso, há ainda cidades bucólicas, cercadas por vales e colinas, onde o colorido toma conta de cada detalhe. Cinque Terre, Veneza, Florença, Piza e Verona são apenas alguns dos exemplos que podem mostrar quão bela é a Itália.
3. Portugal


O terceiro país mais mencionado na enquete é Portugal, com 20% das indicações entre as nações sugeridas. O país lusitano é outra preciosidade para quem gosta de viajar. Os roteiros ali se dividem entre as vinícolas da cidade do Porto, as praias cercadas por enormes falésias ao longo do seu território e os cartões postais de Lisboa, que estão entre os mais famosos da Europa. Outras cidades que devem ser visitadas no país são Coimbra, Sintra, Fátima e Tomar, todas igualmente encantadoras.
4. Argentina


Representando a América do Sul entre os países mencionados durante a enquete, a Argentina aparece em 4º lugar, com 11% das indicações. A Terra dos Hermanos é dona de uma diversidade incrível, atraindo o olhar de dois perfis bem específicos de viajantes: os aventureiros/mochileiros que querem desbravar os mistérios da Patagônia, e os que prezam por roteiros mais tranquilos, onde a cultura e a história convivem em perfeita harmonia. Para estes últimos, Buenos Aires e as cidades produtoras de vinho são protagonistas durante a viagem, pois permitem o contato com todo o charme argentino. Bariloche e Ushuaia são as cidades indicadas por quem quer viver aventuras inesquecíveis em meio a paisagens deslumbrantes.
5. Alemanha


Com 9% das menções feitas na enquete, a Alemanha aparece como o 5º país destino que faz parte dos sonhos dos viajantes brasileiros. Dono da tradicional Oktoberfest, o país germânico soube se renovar ao acompanhar as mudanças trazidas pela modernidade, mas não deixou de preservar seus costumes e tradições, mantendo a salvo também sua arquitetura de estilo único. Para admirar esta faceta alemã de grande charme, a dica é percorrer as cidades da Rota Romântica, onde construções medievais e pequenos municípios parecem ter parado no tempo. Em Berlim, o contraste com estes destinos bucólicos não poderia ser mais perfeito. A capital do país tem ares cosmopolitas e modernos, garantindo atividades capazes de agradar todos os visitantes que desembarcam em seus aeroportos.