Depois de quase três anos de espera, o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) vai iniciar as atividades. O Cenad foi viabilizado pelo Ministério da Integração Nacional (MI) com o objetivo de minimizar os danos provocados pelas chuvas com o monitoramento dos riscos, principalmente em épocas críticas, como o começo do ano. A estrutura física vai funcionar junto ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), fato que acelerou o processo de implantação e permitiu que fosse cumprido o prazo acordado com a Casa Civil.
O papel do Cenad é acompanhar e monitorar as ocorrências de desastres naturais no país. Todavia, desde 2005, estas atividades aconteciam nas dependências do Ministério da Integração, quase sem estrutura física. A falta de espaço adequado impedia que as atividades de coordenação da rede nacional de informações para a prevenção e o atendimento de desastres fossem satisfatórias.
O gestor do projeto, Rui Wagner, explicou que depois da transição para o novo local, que deve acontecer hoje (7) e amanhã, o Cenad vai passar por um período de experiência até o próximo dia 15, com acompanhamento atento sob o processo de funcionamento. “A meta é que a operação plena aconteça até o dia 30. O período reservado para adaptação foi previsto para que, a partir da data, já pudéssemos operar a pleno vapor e com garantia de funcionamento dentro do prazo, considerando ser natural que o projeto necessite de ajustes”, explica.
O gestor do projeto afirmou também que a medida estratégica de aceleração do Cenad, por meio da parceria com o Censipam, foi essencial para que o prazo estipulado fosse cumprido. Segundo Rui, além da estrutura física que o local já possuía, o acordo possibilitou que o projeto aproveitasse a tecnologia e experiência que possuem no trabalho que realizam com a monitoração da Amazônia Legal.
“Obtivemos ganhos significativos com a mudança: redução de custos, redução de tempo de execução, e principalmente de sinergia, com a tecnologia do Censipam. Neste sentido, as parcerias, que também incluem a Casa Civil e o Ministério da Defesa, proporcionaram muitos ganhos, como melhoria de escala, tempo, qualidade, técnica e a possibilidade de se fazer um grande centro de inteligência nacional”, ressalta.
O Censipam possui área construída de 600m², já composta com equipamentos da Defesa Civil. O Cenad vai ocupar apenas pequena parte deste espaço. O rateio das despesas com energia água manutenção, segurança, entre outros, será feito de forma proporcional. O objetivo é que as ações dos dois centros sejam geridas de maneira complementar.
Em entrevista ao Contas Abertas no mês de agosto, o secretário-executivo do MI, Alexandre Navarro, disse que a utilização do novo local diminui o orçamento inicial, de R$ 40 milhões para R$ 10 milhões, justamente por já possuir infraestrutura eficiente.
A intenção é que no futuro o Cenad possa estabelecer parcerias com os Órgãos Estaduais de Defesa Civil e Instituições Técnicas, que disponham de recursos humanos, materiais e institucionais apropriados, bem como de informações úteis ao desenvolvimento das atividades do Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC.
Segundo Rui Wagner, a ideia é que durante o período de chuvas do próximo verão, o Brasil já possa assumir uma nova postura de prevenção e monitoração de desastres para dar assistência de qualidade às pessoas afetadas. “Agora, podemos lidar mais profissionalmente com as conseqüências naturais impostas pelo ambiente e prevenir catástrofes como as do começo do ano. É o início de uma nova fase do país em relação à Defesa Civil”, conclui.
Longo histórico
Durante a espera para implantação do Cenad, cerca de R$ 2,6 milhões em orçamento foram acumulados. Segundo o MI, nenhum centavo era liberado para o projeto devido a dificuldades relacionadas ao terreno que iria abrigar o departamento em Brasília. Entre 2004 e 2007, o ministério desembolsou R$ 2,7 milhões para a implantação do centro nos moldes antigos. Em 2008, quando se previa ampliar o funcionamento do departamento com acréscimo de quase R$ 1,7 milhão, nenhum recurso foi desembolsado. A partir de 2009, o objetivo passou a ser a construção da sede, mas somente agora, isso foi possível.
Outras providências
Outra medida que está sendo tomada para melhorar o sistema de prevenção a catástrofes é a implantação do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), para tratar informações de clima e tempo. O Cemaden é coordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e vai funcionar em Cachoeira Paulista-SP. O processo para contratação de técnicos especializados já está aberto.
A estrutura será mantida junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que já conta com equipamentos voltados para o trabalho, como por exemplo, o super computador Tupã, com capacidade de processamento de cálculos sobre soterramento e derramamento de encostas, junto com satélites e pluviômetros. O Cemaden fornecerá previsões sobre possíveis tragédias. As informações serão tratadas pelo Cenad.
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terça-feira, 8 de novembro de 2011
Centro de prevenção a desastres sai do papel e prevê resultados rápidos
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