Postado em 18 set 2014
Depois de um ano sem dar entrevistas, Eike resolveu falar.
Na entrevista à Folha, o ex-bilionário revela que hoje seu patrimônio é negativo. Deve 1 bilhão de reais.
O que não significa que sua família esteja na miséria.
Ao ver que o barco afundava, Eike rapidamente transferiu parte de seu patrimônio para os filhos.
O caçula é um bebê, e os dois primeiros, jovens que se orgulham de nunca ter lido um livro na vida.
Numa moldura clara e simples, a família Batista é aquilo que se vê.
Exposta em diagnóstico, revela os absurdos pornográficos de um capitalismo sem limites, a formar idiotas bilionários.
“Reis do camarote” à procura de Panicats, músculos e áreas VIPs.
Eike se tornou ídolo de muita gente, que via nele um espelho. Os mesmos fãs que hoje satirizam a sua queda espetacular.
É nas dificuldades que descobrimos os amigos verdadeiros e Eike tinha bem poucos.
A inflação do ego produz um campo magnético muito poderoso a afastar qualquer relação verdadeira.
Mas com dinheiro você ao menos casa com a capa da Playboy e cria dois filhos na ignorância.
O sonho egoísta de Eike era ser o homem mais rico do mundo, e não que esse mundo fosse um lugar melhor.
Hoje torce – ou como diz na entrevista, espera que Deus o ajude – para que suba o preço dos minérios e ele volte a enriquecer.
“Nasci como um jovem de classe média e você voltar para isso é um negócio para mim, sabe, é óbvio que é um baque gigantesco na família”, disse à Folha.
É bastante religioso, supersticioso ou esotérico.
Exige que seus contratos contenham o número 63, não toma decisões antes de consultar seu mapa astral e reza para que Deus aumente o preço dos minérios.
Uma visão estratégica que fez dele expoente da elite dos camarotes. Que o levou ao fundo do poço sem petróleo.
Perto da iniciativa privada de Eike, as estatais parecem muito melhores do que alguns gostariam.
Mas Eike já é um espelho quebrado e falido.
É seu “azar” que agora serve de exemplo.
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