Eis que “Tio Sam” consegue a tão almejada meta de  manter um efetivo do seu exército no território brasileiro para, sob a capa de  um acerto, mais do que suspeito com a Companhia do Desenvolvimento dos Vales do  São Francisco e do Parnaíba (CODEFASF), assumir a consultoria pertinente ao  desenvolvimento da hidrovia do Rio São Francisco, a ser entregue, sem nenhuma  consulta ao povo brasileiro, de mão beijada, ao Corpo de Engenharia do Exército  Americano.
Em seu pronunciamento, o Tenente-Brigadeiro Douglas Fraser,  oficial-general, lotado no Comando Sul das Forças Armada dos EUA, sem maiores  delongas, já se manifestou, é de pasmar, como verdadeiro “dono da cocada preta“, falando da importância do trabalho conjunto com a CODEFASF: -“É um privilégio  vir ao Brasil para conhecer melhor esse projeto. Esperamos que haja um  fortalecimento dessa parceria com novas ações a partir dessa cooperação com a  CODEFASF.
Que tremenda autoconfiança. Parece que estou vendo o militar  americano dizer: -” esses cucarachos engolem qualquer coisa... quem sabe até um “mensalãozinho” e eles permitam que nosso aquartelamento seja erigido justo ao  lado das hidrelétricas de Paulo Afonso ou de Sobradinho. 
É de se  perguntar agora: onde estão os “nacionalistas” do PT, da CUT, da UNE, das  esquerdas brasileiras, enfim, daquele “timinho do Foro de São Paulo” que se  esgoela vociferando sempre contra o “imperialismo yankee”? Onde estão os “carapintadas”, os estudantes, as associações de classe? Enfim, as Forças  Armadas não vão se manifestar sobre esta entrega de soberania? 
Afinal de  contas, o fato subliminar e ameaçador já ultrapassou em muito a idiossincrasia  da Comissão da “Verdade”, de mão única para a investigação dos excessos na  guerra revolucionária dos anos 60/70. Que não se duvide, não se trata mais agora  de abaixar a crista para a OEA quanto à determinação de um monumento a ser  erigido na Academia Militar das Agulhas Negras.
Por fim chegou a hora da  verdade: será que vamos admitir que uma tropa estrangeira se estabeleça em  território nacional para “dar pitaco” em obras que a arma de engenharia do nosso  Exército já deu provas cabais de competência e probidade no uso de recursos  provenientes do orçamento da união?
Paulo Ricardo da Rocha Paiva é Coronel de Infantaria e  Estado-Maior na Reserva. Artigo original, sem cortes. 
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