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 União (Executivo, Legislativo e Judiciário) aumentou em 43% os gastos 
com publicidade quando comparados a igual período em 2011. Os valores 
passaram de R$ 255,4 milhões no ano passado para R$ 364,8 milhões neste 
exercício: aumento de quase R$ 110 milhões. Vale ressaltar que 2012 é 
ano eleitoral em todos os municípios do país e que o apoio da presidente
 Dilma Rousseff pode ser crucial em diversas localidades. 
Para o cientista político
 da Universidade de Brasília, Antonio Flávio Testa, aumentar os gastos 
com publicidade em ano eleitoral é uma tática recorrente nos governos 
federais. O objetivo, segundo ele, é tornar as ações mais visíveis. “A 
intenção é sempre minimizar qualquer tipo de ações e críticas contra o 
governo. Esse tipo de artifício é usado por qualquer partido que chegue 
ao poder”, explica.  
Apesar
 disso, o professor explica que isso não vai, necessariamente, mudar a 
opinião da grande massa de eleitores que não sabe ler ou escrever na 
totalidade. “Vale a máxima: ‘Se não ajuda, também não prejudica’. O que 
essas campanhas arquitetam é formar opinião favorável, ou seja, atingir 
um eleitorado pequeno, mas muito forte do ponto de vista qualitativo: 
formadores de opinião, pessoas que podem escrever artigos e 
intelectuais”, disse.  
Quando o gasto é 
analisado mês a mês, a preocupação com a proximidade das eleições que 
ocorrerão no dia 7 de outubro parece evidenciada. Os meses de julho e 
agosto foram os campeões nos valores desembolsados: R$ 61,5 milhões e R$
 63,3 milhões, respectivamente. Os montantes representam mais do que o 
dobro do que foi aplicado em junho - R$ 28,4 milhões. 
Segundo a publicação 
“Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições”, de 2012, 
os agentes públicos federais, neste ano de eleições municipais, devem 
ter cautela na prática da publicidade para não infringir o § 1º do art. 
37 da Constituição, que veda a promoção de autoridades ou servidores 
públicos em publicidade oficial, ou para não fazer propaganda a favor de
 candidato ou partido político, sob pena de configurar abuso de poder.  
Dentro do orçamento, os 
dispêndios nessa área são divididos em publicidade de “utilidade 
pública” e publicidade “institucional”. A primeira tem o objetivo de 
informar, orientar, prevenir e alertar a população sobre temas 
específicos. Já a segunda pretende divulgar informações sobre atos, 
obras, programas, metas e resultados de governo. Os gastos cresceram nas
 duas categorias de publicidade do governo federal. 
Proporcionalmente, o 
aumento dos custos com a publicidade institucional, que é realizada 
exclusivamente pela Presidência da República, foi mais significativo. 
Nessa rubrica os gastos cresceram 77,9% (R$ 64,8 milhões nos oito 
primeiros meses de 2011 contra R$ 115,3 milhões em igual período de 
2012).  
Nos gastos com 
publicidade de utilidade pública, a relação foi consideravelmente menor:
 31% de aumento. Foram R$ 249,5 milhões gastos em 2012 ante os R$ 190,5 
milhões de 2011. Nessa rubrica, o Ministério da Saúde é o campeão nos 
desembolsos, sendo responsável por 45,6% do montante total. Entre 
janeiro e agosto deste ano, a Pasta pagou R$ 113,7 milhões em 
publicidade de utilidade pública. Em 2011, considerado o mesmo período, o
 Ministério da Saúde também ocupou o primeiro lugar com R$ 69 milhões 
aplicados.  
O segundo lugar no 
ranking de dispêndios nessa categoria de gastos foi ocupado pelo 
Ministério da Educação, com R$ 20,6 milhões em 2012 contra os R$ 10,5 
milhões desembolsados no ano passado. A Presidência da República também 
executa gastos com utilidade pública e ocupa a terceira colocação: R$ 
19,6 milhões foram aplicados este ano. Em 2011, os valores chegaram a R$
 27 milhões. 
O pódio conta ainda com 
os ministérios do Esporte e das Cidades, que desembolsaram R$ 19,6 
milhões e R$ 17 milhões, respectivamente. Os gastos da Pasta comandada 
por Aldo Rebelo (PCdoB-SP) mais do que duplicaram em relação ao mesmo 
período do ano passado, quando R$ 8,2 milhões foram aplicados nessa 
categoria de publicidade.  
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terça-feira, 18 de setembro de 2012
Em ano eleitoral, União gasta R$ 110 milhões a mais com publicidade
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