terça-feira, 30 de junho de 2015

“Ei, você ainda fica com as bochechas vermelhas depois do sexo?”

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“Você não mudou nada. Sempre com cara de criança. Sempre calado. Pensativo. Às vezes eu tinha que fazer a pergunta e a resposta para que nossas conversas não morressem.”
Pedro arregalou os olhos e encarou Márcia. Fazia cinco anos que não a via, mas parecia que estivera com ela na noite anterior. Fora a roupa, agora muito mais elegante, ela não mudara nada. Os cabelos pretos como uma noite siberiana de inverso continuavam a escorrer pelas suas costas como uma capa de super-herói.
Os óculos pretos de aro fino, antes sem marca, agora Armani, ainda lhe davam o ar ingenuamente sexy de professora. Os grossos lábios vermelhos sem batom – batom para quê? Um fêmur deslocado aos 15 anos deixara a perna direita de Márcia ligeiramente menor que a esquerda. Pedro adorava vê-la caminhar. Ninguém se movia com tanta graça, achava. O maior espetáculo da Terra. Márcia vestia um tailleur rosa de executiva. Subitamente passou pela cabeça de Pedro a idéia absurda de dizer coisas assim: “Ei, você sabe que eu prefiro você de jeans e camiseta branca, como no passado? Você ainda fica com as bochechas vermelhas depois do sexo? Você pode me deixar ver, pela última vez, aquela tatuagem de golfinho na virilha direita?”
Quantos anos ela já tinha? Trinta? Não, 31. Era quatro anos mais nova que ele. Pensou na Sofia de Machado de Assis. “O tempo, como um escultor vagaroso, a ia esculpindo ao correr dos longos dias.” Uma vez, no primeiro aniversário do dia em que alugaram um apartamento e foram morar juntos, escrevera isso no cartão em que lhe dera as obras completas de Machado em três volumes. Quando o deixou, ela não as levou. Os livros de Machado jaziam desprezados numa estante do pequeno apartamento em Pinheiros. Pedro se perguntou o que Márcia teria feito do cartão. Provavelmente o jogara fora, pensou. Ela jamais guardara nada, ao contrário dele.
Ele era médico pediatra, ela gerente comercial de uma editora de revistas. Ele fora um aluno dedicado e em certos anos brilhante, ela estudara sempre apenas o suficiente para passar. Às vezes, nem isso. Mas é possível que ela fosse mais inteligente que ele. A pior parte da vida de médico, para ele, era ser chamado de doutor. Doutor Pedro. Achava pomposo, achava ridículo. Pedia a todos que o chamassem simplesmente de Pedro. “Você deve ter achado estranho eu aparecer depois de tanto tempo, não é, Pedro? Telefonar e marcar um almoço exatamente nesse restaurante.”
Esse restaurante. A cantina Speranza, na Bela Vista. Freqüentavam com assiduidade nos bons tempos. Um restaurante charmoso e barato, bom para gente de dinheiro contado como ele ontem e hoje e para ela ontem.
“Você nunca quis ir a outros restaurantes. Sempre a Speranza, sempre a lazanha à romanesca, sempre a Coca-Cola, sempre a musse de chocolate. A primeira coisa em que eu reparei hoje foi o seu pedido. Lazanha e Coca. Se pelo menos fosse Coca zero. Quase que eu falei quando o garçom anotou o pedido: e musse de sobremesa para ele. Pedro, Pedro, você nunca vai mudar?”
Pedro achou no tom de voz de Márcia alguma coisa que sugeria que ela podia estar à beira de lágrimas ou gargalhadas. Não estava preparado para lágrimas. Preferia gargalhadas. Era mais fácil enfrentá-las.
“Eu precisava dizer certas coisas. Coisas que não foram ditas.”
Pedro fez um gesto com as mãos como dizendo que não, ela não tinha que lhe dar satisfação nenhuma. Algumas palavras talvez tivessem importância num passado já remoto, não agora.
“Quando eu decidi ir embora, sabia que não conseguiria falar com você. Olhar para você e dizer adeus. Mas imaginava escrever uma carta que explicasse tudo. Aí eu peguei a caneta e… e nada. A gente pensa que certas coisas são mais fáceis de escrever do que de dizer, mas isso é uma ilusão.”
Passou rápido por Pedro a lembrança de que Márcia jamais fora, mesmo, uma boa redatora. Estudara jornalismo, mas depois se fixara no departamento comercial de uma revista. Vendia anúncios com competência, mas tinha problemas sérios com o português. Tinha o maior atributo de um bom vendedor: a simpatia instantânea.
Ela tirou os óculos e os pôs na mesa. Era um sinal, Pedro sabia, de que estava emocionada. Era como se a vista turva a ajudasse a enfrentar melhor certas situações difíceis. Pedro sentiu uma súbita e absurda vontade de pedir a ela que caminhasse pelo restaurante, para ver aquele andar inigualável e majestoso em sua leve oscilação, mas tinha noção do ridículo de tal pedido e permaneceu calado.
“Não sei quantas vezes iniciei um bilhete de explicação e rabisquei tudo. No fim desisti. O silêncio era mais digno do que uma carta vulgar de despedida, cheia de lugares-comuns e de erros de português.”
Uma amiga de Márcia lhe telefonou, um dia, para dizer que ela decidira sumir um pouco para pensar na vida. Deixar o emprego, deixar o namorado, deixar a cidade, deixar tudo. A amiga disse que ela fora viajar para ninguém sabia onde. Pedro dormira depois, algumas vezes, com essa amiga. Aprendeu ali que o sexo pode ser sinônimo de desespero. Naqueles dias, Pedro só se sentia vivo quando estava dentro de uma mulher.
Alguns meses depois da partida de Márcia, Pedro a viu numa coluna social, mulher de um homem 20 anos mais velho que ela, Luciano. Ele era um figurão do mundo publicitário. Conquistara leões de todas as espécies em Cannes e era sócio de americanos numa grande agência. Márcia era sua segunda mulher. Pouco mais de uma ano depois, leu também numa coluna social que Márcia e Luciano tiveram um filho. Quase desesperara ao sabê-a perdida, perdida para sempre, mas um dia atendeu uma criança com leucemia e compreendeu que seu problema até que era pequeno. Não sabia como dizer àqueles pais pobres e desesperados que em dois anos seu filhinho estaria morto.
“Quando nós fomos morar juntos, eu pensei que era para sempre, Pedro. Mas tudo mudou, depois. Você, Pedro. Você mudou, cada vez mais monomaníaco. Primeiro ouvia músicas variadas, depois só Nirvana, depois só o Acústico do Nirvana, depois só My Girl. Deus, às vezes passo dias sem conseguir tirar essa maldita música da cabeça.” Cantarolou um trecho, desafinada como sempre. Ninguém é perfeito, pensou Pedro.
Ocorreu a ele que não poderia haver prova de amor maior do que gostar de ouvir cantar uma mulher desafinada. E ele gostava de ouvi-la. “My girl, my girl / Don’t lie to me / Tell me where did you sleep last night.”
A história da música, sabia Pedro, era a história deles dois, a história de milhares, milhões de casais, aqui, ali, em todos os lugares. A falência de um romance, a tristeza, o desamparo, a perplexidade. Sempre a mesma história. Ridícula achar que um caso de amor possa ser especial, quimera vã e despropositada de amantes pretensiosos. Ocorreu a Pedro que Márcia entrara no restaurante acusando-o de não ter mudado em nada e agora o acusava de ter mudado em tudo. O que poderia chamar de caso sem solução.
“Depois foram os livros. Você lia tudo, me fez ler até Guerra e Paz. Demorei seis meses, mas consegui. Depois só Machado de Assis, depois só conto, sei o nome, Um Capitão de Voluntários. Quantas vezes você leu esse conto? Cento e oitenta, 320? E ainda dizia que era um conto menor do Machado de Assis. Menor! Eu comecei a ficar com medo. Eu tinha medo de você. Ainda tenho. Você pode imaginar o que é, de repente, descobrir que o homem com quem você dorme é um desconhecido? Um… um… um lunático?”
Márcia olhou para um jovem casal numa mesa ali perto. Estavam completamente entretidos um com o outro. Por baixo da mesa ela tocava os pés dele. De tempos em tempos ele se erguia parcialmente sobre a mesa para beijá-la.
“Parece que estou vendo a gente alguns anos atrás. Acho que um relacionamento começa a terminar quando as conversas começam a terminar. Aquele casal ali. Parece que eles poderiam conversar dias, anos sem parar. Sabe do que eu mais sinto saudade? Das nossas conversas do início. Eu gostava tanto do som da sua voz dizendo meu nome.”
Márcia fez uma pequena pausa como para se lembrar de alguma conversa que tivera, no começo, com Pedro. Depois prosseguiu. “Que coisa mais absurda ter 20 anos e acreditar em palavras tolas e sem sentido como amor. Ora, o amor. Devia estar escrito assim em todos os dicionários. Amor: o mesmo que ficção. E cuidado ao usar porque machuca.”
Márcia começou a chorar baixinho. Pedro pensou em abraçá-la, confortá-la, mas viu o absurdo de confortar quem vencera o embate entre os dois, a parte vitoriosa, a mulher que o abandonara para crescer na vida. Ele era, ali naquela mesa, o derrotado. Ao fim de alguns segundos, ela já se recuperara. Os olhos verdes estavam levemente avermelhados. E só.
“Não sei se isso tem importância, mas eu só comecei a namorar o Luciano depois que deixei você. Enquanto nós estávamos juntos, sempre fui fiel.”
Fiel. Que palavra mais ridícula, pensou Pedro. Ninguém é fiel a ninguém. As pessoas só são fiéis a si próprias. Às vezes, nem a elas mesmas. Pedro achou pelo tom de voz de Márcia que ela pronunciara a palavra fiel como se julgasse merecer uma condecoração.
“É verdade: nunca dormi com ninguém quando estávamos juntos. Eu… eu simplesmente não tinha a menor vontade.”
Era a Márcia de sempre, pensou Pedro. Usava “dormir” como sinônimo de copular. Podia ser pior, ele sabia. Márcia podia preferir “fazer amor”. Falava de Luciano como se fosse um velho conhecido de Pedro.
“Não podia terminar bem. Você parecia não gostar mais de nada, só de ler Machado de Assis e escutar o Nirvana. Eu tinha uma festa, você não ia. Queria ver um filme, você não ia. Pareço está ouvindo o que você dizia de cinema. Cultura de preguiçoso. Quem não tem preguiça de lê livro. Quem tem vê filmes. Você sempre foi tão cínico. Mesmo agora. Eu falo essas coisas todas, tão importantes para mim, tão duras que levei cinco anos para conseguir dizer, e você me olha impassível, com um sorriso pregado no canto dos lábios. Eu nunca atingi você, não é, doutor Pedro?” Ela acentuou a palavra doutor. “Me pergunto quantos dias você demorou para perceber que eu tinha ido embora.”
Pedro achou que não era o momento de falar no quanto sofrera. Não ia falar no dia em que pegara uma tesoura e, num acesso de fúria, rasgara todas as fotos do dois. Como sempre, quem precisava falar era ela, não ele. Reparou que ela não tocara na comida, uma salada de salmão acompanhada de água sem gás. Tudo bem, Márcia não fora ali para comer.
“Ainda no dia anterior eu esperei alguma coisa, um gesto, um sinal que mostrasse que eu tinha alguma importância pra você. Que você me achava tão importante quanto My Girl e um Capitão de Voluntários. Mas nada. Você tinha se refugiado num mundo no qual eu não conseguia entrar. A sua indiferença me magoava mais do que tudo. Mais do que as espinhas que eu tive aos 14 anos. Mais do que a tentativa de estupro que eu sofri de um primo meu aos 16.”
Pedro demorara algum tempo para entender que essa indiferença fingida era apenas uma autodefesa errada e inútil. Sabia que perderia Márcia, algum dia, para alguém mais adequado que ele. Um homem que a levasse para dançar, para viajar, que a fizesse sorrir. Alguém como Luciano. Pedro sempre olhara Márcia de cima para baixo, uma perspectiva que só poderia mesmo levar o casal ao colapso. Márcia e Luciano parecem feitos um para o outro. Dois vitoriosos, que se olhavam de igual para igual. Pareciam tão felizes, os dois, nas fotos das colunas sociais.
Por saber que a perderia, Pedro construíra um mundo ao qual Márcia não pertencia. Uma tolice, sabia agora, mas a vida é exatamente isso, uma sucessão interminável de tolices. E a gente só percebe que cometeu um erro grave num relacionamento depois que já é muito tarde para corrigi-lo.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Top 10 praias da Europa


Top 10 praias da Europa

Para você conhecer o melhor do litoral europeu, saiba quais são e onde estão as mais belas praias da Europa.

Sempre surpreendente, a Europa, além de riqueza histórica e cultural, é dona também de praias incríveis. 

Pensando em marcar uma viagem para a Europa? Que tal conhecer o melhor do seu litoral? Veja agora esta lista com dez das melhores praias do Velho Continente, uma em cada país, e monte seu roteiro se preparando para conhecer paraísos que são donos de uma beleza estonteante, até mesmo para quem está acostumado com os cenários paradisíacos encontrados aqui no Brasil ou no Caribe. Dê uma olhada nas fotos e tire as suas próprias conclusões!
1. Navagio Beach – Grécia
Impossível não cair de amores pela praia mais bonita da Grécia. O visual, formado por água cristalina, areia branca e um imenso paredão rochoso, ganha o coração dos visitantes, que não se cansam de admirar a paisagem. Localizada na ilha de Zaquintos, a Navagio Beach ou Praia do Naufrágio, além de surpreender os viajantes com seus encantos, mexe com o imaginário dos sortudos que têm a chance de conhecê-la com as lendas e mitos em torno do barco ali naufragado.
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2. Cala Mariolu – Itália
A Itália também é dona de praias incríveis. Seu litoral é bem eclético, oferecendo opções de destinos capazes de agradar os mais variados perfis de viajantes, desde os que buscam tranquilidade aos que querem badalação. Um lugar democrático, que pode deixar qualquer um destes visitantes feliz é a Sardenha, onde fica a Cala Mariolu, uma praia afastada, que fica lotada durante o verão, atraindo italianos e estrangeiros que querem desfrutar de alguns minutos no paraíso.
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3. Oludeniz – Turquia
Na costa sul da Turquia, perto da cidade de Fethiye, fica Oludeniz Beach, vilarejo que abriga a Blue Lagoon, praia que lidera o ranking das mais belas do país. Ali, a água azul e a areia branca ganham o verde das montanhas como aliado para criarem, juntos, um cenário encantador. Protegida por uma reserva ambiental, a praia fica bastante badalada nos meses de julho e agosto, auge do verão europeu. Além do mar tranquilo, outra grande atração da região é o paraquedismo, atividade obrigatória para quem quer ver do alto toda a beleza do lugar.  
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4. Saona Beach – Espanha
Na ilha de Formentera, a menor das Ilhas Baleares, na Espanha, o que não faltam são praias deslumbrantes. A Ilha conta com 20 km de praia e o grande destaque fica por conta de Saona Beach. Pequena e tranquila, é um refúgio para quem quer evitar as multidões que tomam conta de outras praias famosas como Illetes e Pujols.  
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5. Porthcurno Beach – Reino Unido
No litoral sudoeste da Inglaterra, mais especificamente no condado da Cornualha, a praia de Porthcurno é uma joia rara no litoral inglês. Cercada por paredões rochosos, a água cristalina vai de encontro à areia branca, criando um espetáculo que pode ser melhor observado e aproveitado durante a maré baixa, quando o espaço para acolher os banhistas aumenta.
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6. Praia da Marinha – Portugal
Na costa algarvia, uma das regiões mais bonitas da Europa, a Praia da Marinha é o grande destaque. Suas falésias, as diferentes tonalidades se sua água cristalina e as piscinas naturais que se formam em meio às rochas compõem um cenário fascinante, que pode ser explorado de diferentes maneiras. Localizada na cidade de Carvoeiro, é parada obrigatória para os visitantes que querem conhecer o melhor do litoral português.
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7. Lagoa Azul – Malta
Malta é um dos menores países da Europa e abriga algumas de suas mais belas praias. Na ilha de Comino, fica a famosa e fotogênica Lagoa Azul, nome que despensa apresentações. Cercada por rochas e com pouca areia, esta baía comprida e estreita mais lembra uma grande piscina, onde diferentes atividades são realizadas. O mergulho e os passeios de barco ajudam a montar o roteiro de quem quer tranquilidade, enquanto explora um dos cenários mais bonitos de todo o continente europeu.
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8. Brac – Croácia
Na verdade, Brac é uma ilha da Croácia. Ali, assim como em boa parte do litoral europeu, as praias não têm muita areia e são cercadas principalmente por rochas, o que não tira o mérito destes pequenos pedaços do paraíso. Uma das praias mais famosas da ilha é Zlatni Rat, cuja estreita faixa de areia lembra a língua de um lagarto. Com águas tranquilas e esverdeadas, a Praia de Lovrecina também é muito disputada pelos barcos e visitantes que circulam pela ilha.
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9. Nice – França
Dentre as cidades que fazem parte da Riviera Francesa, Nice é a mais famosa. O luxo dos resorts à beira-mar e dos iates atracados no porto indica o vai e vem de celebridades que não se cansam do litoral francês. Suas praias chamam a atenção pela transparência de suas águas e pela badalação que toma conta de toda a orla, principalmente no verão, quando a cidade recebe visitantes de todos os lugares do mundo.  
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10. Sveti Stefan – Montenegro
Outro pequeno país europeu, Montenegro também é dono de um litoral luxuoso, que serve como pano de fundo para férias de milionários e celebridades. Neste cenário, a principal estrela, contudo, é a Ilha de Sveti Stefan, que foi transformada em um resort exclusivo. As instalações ocuparam o lugar de um antigo vilarejo construído ainda na Idade Média, detalhe que atrai a atenção e o olhar dos viajantes que chegam até a Europa com o objetivo de conhecer suas particularidades.

10 das regiões mais bonitas da Europa


10 das regiões mais bonitas da Europa
segunda-feira, 11 maio 2015
Impossível se cansar da Europa. E mais uma prova disso são essas regiões de beleza única, encontradas no Velho Mundo. Confira!

Estes cantinhos europeus são irresistíveis, se você for um apaixonado por cenários bucólicos e pitorescos. Dá uma olhada!

A Europa é um continente incansável. Depois de conhecer as capitais, que servem como porta de entrada para o Velho Mundo, todo o viajante volta com gostinho de quero mais. São tantas cidades lindas e apaixonantes, que as viagens entre os destinos europeus são inesgotáveis. Como prova disso, hoje vamos falar sobre mais uma opção de roteiro, citando 10 regiões europeias que são capazes de fazer bater mais rápido o coração de qualquer viajante. Confira!
Cinque Terre – Itália
As cinco vilas com casinhas coloridas que se estendem ao longo de um relevo montanhoso formam um cenário pitoresco. O charme de Monterosso, Vernazza, Riomaggiore, Corniglia e Manarola fascina os visitantes que têm o privilégio de conhecer este pedacinho da Itália, que entra facilmente na lista dos mais bonitos do país. E olha que o que não faltam no território italiano são lugares bonitos.
Toscana – Itália
Viu só? A Itália de novo. Impossível não mencionar a Toscana quando o assunto é região bonita na Europa. O local, bucólico, com seus vinhedos, construções medievais, abriga ainda cidades badaladas como Florença e Pisa. É a rota perfeita para quem quer uma viagem inesquecível ao longo de um dos lugares mais encantadores do mundo.
Veja também: De carro pela Itália.
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Riviera Francesa – França
Também conhecida como a Costa Azul, a Riviera Francesa é a prova de que a França também é dona de cenários paradisíacos. As praias movimentadas, em cidades como Nice, são pinceladas pela água azul e contornadas por construções luxuosas, onde é possível passar dias sem querer voltar para casa.
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Terras Altas – Escócia
Os apaixonados por cenários campestres podem e devem elencar a região das Terras Altas como destino durante uma eurotrip. Os vales verdes, por onde atravessam rios e lagos, abrigam castelos medievais e outras construções que mexem com o imaginário dos viajantes. Os passeios de trem são muito famosos na região e fazem com que os visitantes se sintam dentro de um conto de fadas.
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Alpes Suíços – Suíça
Os picos cobertos por neve, os lagos e as vilas charmosas fazem dos Alpes Suíços uma das mais belas regiões da Europa. Ali também é possível andar de trem, mas outras possibilidades mais radicais aguardam os visitantes. Estamos falando do esqui e das escaladas, que acontecem frequentemente nas cidades e vilarejos locais. Quem preferir uma atividade mais tranquila pode se deliciar com um chocolate quente em um café e visitar atrações culturais, que também são encontradas facilmente nas principais cidades da região.
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Algarve – Portugal
A região mais meridional do território português tem particularidades responsáveis por cativar os visitantes. Com o clima mediterrânico, seu verão é longo e seco, enquanto o inverno dura poucos dias, característica mais que perfeita para aproveitar as águas cristalinas e mornas que banham a sua costa. Diversas cidades fazem parte da rota dos viajantes que decidem explorar a região do Algarve. É o caso de Carvoeiro (foto), Faro, Loulé, Vilamoura e muitas outras, onde a beleza do mar contrasta harmonicamente com o charme bucólico do campo e a preciosidade de construções históricas. 
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Andaluzia – Espanha
Esta comunidade autônoma da Espanha, repleta de construções erguidas ainda na Idade Média e épocas anteriores a este período, é uma obra de arte para os apaixonados por cenários antigos. São 26 cidades, dentre as quais se destacam Córdoba e Sevilla, como as principais nos roteiros turísticos que exploram a região.
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Baviera – Alemanha
A Alemanha está cheia de regiões pitorescas e encantadoras para os viajantes brasileiros. E o estado independente da Baviera é um destes lugares. Na capital Munique, onde acontece a tradicional Oktoberfest, a modernidade e badalação recebem os visitantes, enquanto que nos lugares mais afastados predomina o clima interiorano, graças ao toque bucólico de suas paisagens. Um dos destaques é a cidade de Füssen, onde fica o Castelo de Neuschwanstein.
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Cotswold – Inglaterra
Cenário de conto de fadas. Esta é a melhor definição para a região rural de Cotswold, na Inglaterra. Ali fica uma das cidades mais charmosas de toda a Europa, a encantadora Bibury, dona da arquitetura típica da região. Outros municípios, igualmente fascinantes, e estradas bucólicas, com campos floridos e ovelhas por todos os lados, são algumas belezas que complementam a rota de quem decide explorar Cotswold.
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Flandres – Bélgica
A Bélgica está dividida entre a região norte e a região sul. O lado norte do país é conhecido como Flandres e é ali que ficam algumas das mais belas cidades belgas. Bruges é o maior destino turístico da região, mas outros lugares fazem os viajantes se apaixonarem rapidamente, como Gent, Mechelen, Hasselt, Oostende e Leuven, onde os roteiros se dividem entre espaços culturais e artísticos, gastronomia de primeira e castelos medievais.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

“Durante o sexo, ela me contava coisas como o elogio que tinha recebido do chefe”

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Meu amigo Fred achava que tinha encontrado o amor de sua vida. Daniella, dizia ele, era perfeita. Repórter da seção de cultura de um grande jornal. Bonita, sexualmente petulante, inteligente. Falava de Proust, de Almodóvar e de artes marciais e não recusava as fantasias de Fred. Piercing no mamilo, que ela dizia deixá-la em estado de contínua excitação, tatuagem de golfinho na virilha esquerda.

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Tudo bem que Fred é uma gangorra sentimental, sempre à procura da mulher perfeita, mas sua descrição de Daniella me fez acreditar que aquela história duraria pelo menos algumas semanas. Não durou mais que dez dias. Quando Fred me disse por que tinha demitido uma mulher tão sensacional como Daniella, vi que ele tinha toda razão.
Daniella era a Mulher Tagarela.
Um homem suporta muitas coisas. Dor de dente, congestionamento, jogadores mercenários. Pedágios que se multiplicam, Faustão e Gentili, Marta e Galvão, Big Brother e Lobão. Sogras, juízes de futebol, supermercados sábado pela manhã. É incrível a resistência do homem às calamidades.
O que não dá para suportar é a Mulher Tagarela.
Daniella, me disse Fred, era uma Mulher Tagarela. Seu assunto favorito, como sempre acontece nesses casos, era ela mesma. Daniella se julgava uma eterna manchete. Contava suas histórias com entusiasmo barulhento. Seus olhos se arregalavam ao falar de si própria. A voz se erguia progressivamente entre uma frase e outra como num elevador, até se transformar quase que num grito. Não havia pausa, não havia brechas pelas quais o pobre Fred conseguisse deter o vulcão verborrágico da linda Daniella.
“Tudo bem que a mulher fale antes e depois do sexo”, disse Fred. “Mas durante fica difícil. Não estou falando de conversa sexual. Ela me contava coisas como elogios que tinha recebido do chefe, e de como tinha sido merecido. Eu tinha caprichado nas preliminares e então para ela já estava ok.”
A Mulher Tagarela não tem limites. Simplesmente não consegue ouvir. Depois de escassos segundos de aparente atenção, você nota em seus olhos fugidios que ela não esta ouvindo. Seus pensamentos estão na verdade voando em torno dela mesma. Nada do que você faz é capaz de prender o interesse da Mulher Tagarela.
Fred é um jornalista aspirante a escritor. Contou empolgado a Daniella que uma editora de livros tinha decidido publicar o seu primeiro romance. O primeiro romance publicado de um aspirante a escritor é mais importante que o primeiro sexo ou que a primeira vez que dirige um carro. Ela bocejou e respondeu que a professora de português dizia sempre que ela tinha a melhor redação entre todos os alunos.
Foi quando Fred desistiu.
Fred queria o básico. Nada além do básico. “Ela não precisava nem ler o manuscrito”, ele me disse. “Bastava pedir uma cópia e depois dizer que tinha achado alguns trechos legais.” Nos poucos dias em que estiveram juntos, Fred conheceu compulsoriamente toda a história de Daniella. Detalhes em geral pouco animadores de seus namorados passados. Johnny falhara algumas vezes. Lúcio tinha ejaculação precoce e se recusava a enfrentar a verdade e procurar um médico. Danny Boy gostava de vê-la com outro cara na cama, era um corno feliz. Edu, com certeza, não escovava os dentes. Tavito nunca tinha lido um livro, era um burro. Mundão nem sequer conseguia chupá-la com competência.
A Mulher Tagarela só tem palavras positivas para ela mesma.
Apenas uma espécie se compara a ela.
É o Homem Tagarela.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Top 10 praias da Europa


Top 10 praias da Europa

Para você conhecer o melhor do litoral europeu, saiba quais são e onde estão as mais belas praias da Europa.

Sempre surpreendente, a Europa, além de riqueza histórica e cultural, é dona também de praias incríveis. 

Pensando em marcar uma viagem para a Europa? Que tal conhecer o melhor do seu litoral? Veja agora esta lista com dez das melhores praias do Velho Continente, uma em cada país, e monte seu roteiro se preparando para conhecer paraísos que são donos de uma beleza estonteante, até mesmo para quem está acostumado com os cenários paradisíacos encontrados aqui no Brasil ou no Caribe. Dê uma olhada nas fotos e tire as suas próprias conclusões!
1. Navagio Beach – Grécia
Impossível não cair de amores pela praia mais bonita da Grécia. O visual, formado por água cristalina, areia branca e um imenso paredão rochoso, ganha o coração dos visitantes, que não se cansam de admirar a paisagem. Localizada na ilha de Zaquintos, a Navagio Beach ou Praia do Naufrágio, além de surpreender os viajantes com seus encantos, mexe com o imaginário dos sortudos que têm a chance de conhecê-la com as lendas e mitos em torno do barco ali naufragado.
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2. Cala Mariolu – Itália
A Itália também é dona de praias incríveis. Seu litoral é bem eclético, oferecendo opções de destinos capazes de agradar os mais variados perfis de viajantes, desde os que buscam tranquilidade aos que querem badalação. Um lugar democrático, que pode deixar qualquer um destes visitantes feliz é a Sardenha, onde fica a Cala Mariolu, uma praia afastada, que fica lotada durante o verão, atraindo italianos e estrangeiros que querem desfrutar de alguns minutos no paraíso.
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3. Oludeniz – Turquia
Na costa sul da Turquia, perto da cidade de Fethiye, fica Oludeniz Beach, vilarejo que abriga a Blue Lagoon, praia que lidera o ranking das mais belas do país. Ali, a água azul e a areia branca ganham o verde das montanhas como aliado para criarem, juntos, um cenário encantador. Protegida por uma reserva ambiental, a praia fica bastante badalada nos meses de julho e agosto, auge do verão europeu. Além do mar tranquilo, outra grande atração da região é o paraquedismo, atividade obrigatória para quem quer ver do alto toda a beleza do lugar.  
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4. Saona Beach – Espanha
Na ilha de Formentera, a menor das Ilhas Baleares, na Espanha, o que não faltam são praias deslumbrantes. A Ilha conta com 20 km de praia e o grande destaque fica por conta de Saona Beach. Pequena e tranquila, é um refúgio para quem quer evitar as multidões que tomam conta de outras praias famosas como Illetes e Pujols.  
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5. Porthcurno Beach – Reino Unido
No litoral sudoeste da Inglaterra, mais especificamente no condado da Cornualha, a praia de Porthcurno é uma joia rara no litoral inglês. Cercada por paredões rochosos, a água cristalina vai de encontro à areia branca, criando um espetáculo que pode ser melhor observado e aproveitado durante a maré baixa, quando o espaço para acolher os banhistas aumenta.
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6. Praia da Marinha – Portugal
Na costa algarvia, uma das regiões mais bonitas da Europa, a Praia da Marinha é o grande destaque. Suas falésias, as diferentes tonalidades se sua água cristalina e as piscinas naturais que se formam em meio às rochas compõem um cenário fascinante, que pode ser explorado de diferentes maneiras. Localizada na cidade de Carvoeiro, é parada obrigatória para os visitantes que querem conhecer o melhor do litoral português.
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7. Lagoa Azul – Malta
Malta é um dos menores países da Europa e abriga algumas de suas mais belas praias. Na ilha de Comino, fica a famosa e fotogênica Lagoa Azul, nome que despensa apresentações. Cercada por rochas e com pouca areia, esta baía comprida e estreita mais lembra uma grande piscina, onde diferentes atividades são realizadas. O mergulho e os passeios de barco ajudam a montar o roteiro de quem quer tranquilidade, enquanto explora um dos cenários mais bonitos de todo o continente europeu.
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8. Brac – Croácia
Na verdade, Brac é uma ilha da Croácia. Ali, assim como em boa parte do litoral europeu, as praias não têm muita areia e são cercadas principalmente por rochas, o que não tira o mérito destes pequenos pedaços do paraíso. Uma das praias mais famosas da ilha é Zlatni Rat, cuja estreita faixa de areia lembra a língua de um lagarto. Com águas tranquilas e esverdeadas, a Praia de Lovrecina também é muito disputada pelos barcos e visitantes que circulam pela ilha.
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9. Nice – França
Dentre as cidades que fazem parte da Riviera Francesa, Nice é a mais famosa. O luxo dos resorts à beira-mar e dos iates atracados no porto indica o vai e vem de celebridades que não se cansam do litoral francês. Suas praias chamam a atenção pela transparência de suas águas e pela badalação que toma conta de toda a orla, principalmente no verão, quando a cidade recebe visitantes de todos os lugares do mundo.  
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10. Sveti Stefan – Montenegro
Outro pequeno país europeu, Montenegro também é dono de um litoral luxuoso, que serve como pano de fundo para férias de milionários e celebridades. Neste cenário, a principal estrela, contudo, é a Ilha de Sveti Stefan, que foi transformada em um resort exclusivo. As instalações ocuparam o lugar de um antigo vilarejo construído ainda na Idade Média, detalhe que atrai a atenção e o olhar dos viajantes que chegam até a Europa com o objetivo de conhecer suas particularidades.

sábado, 20 de junho de 2015

Por que os cachorros cheiram o rabo uns dos outros?




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Por que os cachorros cheiram o rabo uns dos outros?

Por

 Bióloga





“Por que meu cachorro fica cheirando o traseiro dos outros cachorros quando levo ele pra passear?”
Júlio Cesár
Acho que esse é uma dúvida muito frequente.
 Praticamente tudo o que um cão precisa saber de outro está no ânus. Naquela região se encontram as glândulas anais, que produzem um líquido de cor castanha de cheiro forte.Parece nojento , mas o odor fornece a outros cachorros informações importantes, como a raça, se é macho ou fêmea e, especialmente, o estado de espírito do animal.

O cheiro exalado pelo ânus do cão, funciona como se fosse uma espécie de carteira de identidade. A comunicação canina é feita pelo olfato de duas maneiras: pela eliminação de aromas específicos nas fezes, urina ou secreções glandulares e também pelo cheiro de seu próprio corpo. Essa comunicação usa mensagens químicas chamadas de feromônios.

Cachorros muito submissos tapam completamente suas glândulas anais, para evitar que os outros sintam seu cheiro. É por isso que esses cães saem por aí literalmente “com o rabo entre as pernas” dando origem inclusive, ao famoso ditado popular! E o contrário também é verdadeiro: quando um cão deseja demonstrar autoridade, levanta o rabo para exalar mais cheiro e assinalar:
“Sou o dono do pedaço!”.

EuNaoSouCachorroNAO - YouTube

www.youtube.com/watch?v=PxNmQYbbkco
26/01/2009 - Vídeo enviado por AleZawadzki
Eu Não Sou Cachorro Não Waldick Soriano Composição: Waldick Soriano Eu não sou cachorro, não Pra
FONTE : BLOD  IDERVAL.BLOGSPT.COM

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Essa imagem de cães policiais esperando sua comida é capaz de derreter qualquer coração

Por | Super Incrível

ReproduçãoReprodução

Está aí uma imagem que vai derreter até os corações mais gelados possíveis. Tirada em uma academia de policiais da China, a foto mostra uma fila de seis cães esperando por seus almoços  e segurando seus pratos entre os dentes.

Um labrador preto dá início a fila e é seguido por outros cinco pastores alemães. A concentração dos animais é visível pelas orelhas em pé dos últimos cinco animais.

“Um bom cão policial precisa de quatro coisas para ser realmente bom: olhar muito atento, grande apetite, coragem e muito ‘ciúme’ de suas coisas, uma possessão por seus objetos. Podemos ver muito isso na foto”, afirma um treinador de cães policiais do local onde foi tirada a foto.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

A mão dos malafaias e felicianos na agressão da menina que saía de uma festa do candomblé

A menina Kailane
A menina Kailane

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Os homens que apedrejaram a menina carioca Kailane Campos, de 11 anos, que saía de uma festa do candomblé têm um segredo. Se não um segredo, algo que preferem fazer longe de olhos curiosos.

Trancados em uma sala, enchem-se de coragem e se entregam a um ritual bem ensaiado.
Sob a liderança de um homem de temperamento febril, exaltam histórias envolvendo crimes violentos, tortura, morte de crianças, escravidão, incesto e banhos de sangue.
As histórias são saudadas com urros desumanos. Uma das mais populares é sobre um alguém espancado que sangrou até a morte atado a pedaços de pau.
Olhado assim, um culto baseado na história de Jesus Cristo – seja ele católico, ou protestante, ou de qualquer outra denominação cristã –, não parece ele alguma coisa torpe e repulsiva?
Senão, vejamos. Qual é, então, a diferença entre o que foi dito acima e acompanhar o que prega uma mulher vestida de branco que dança rodando e fumando um charuto e fala com a voz grossa? O charuto que ela fuma durante o culto, talvez.
O que dá o direito a este grupo de pessoas, então, de jogar uma pedra na cabeça de uma criança de 11 anos? A Lei, certamente, não é. Em vigor desde 5 de janeiro de 1989, a lei nº 7.716 considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões no país.
“O que chamou a atenção foi que eles começaram a levantar a bíblia e chamar todo mundo de ‘diabo’, ‘vai para o inferno’, ‘Jesus está voltando’”, disse a avó de Kaliane, a mãe de santo Kátia Marinho, de 53 anos.
Kaliane, segundo a avó, foi criada nesta religião e até já frequentou a escola pública com a indumentária típica do candomblé, que usava naquele dia: um pano de cabeça e a saia de ração branca.”Continuo na religião, nunca vou deixá-la. É a minha fé. Mas não saio de mais de branco. Nem no portão eu vou. Estou muito, muito assustada. Tenho medo de morrer. Muito, muito medo”, disse Kaliane.
Como dormir em paz sabendo-se que somos uma sociedade em que um bando de adultos pusilânimes é capaz de atirar pedras na cabeça de uma criança por causa de sua religião?
Que sejam encontrados e punidos. Mas fico pensando: a razão não lhes falta à toa. Ela foi tirada, a golpes de falácia fundamentalista, por pastores que não fazem senão incitar o ódio.
Vou soltar uma frase dita em um culto evangélico e que acabou vazando para a imprensa. Tentem adivinhar o autor.
“Eu profetizo a falência do reino das trevas. Profetizo o sepultamento dos pais de santo. Profetizo o fechamento dos terreiros de macumba. Profetizo a glória do Senhor na Terra.”
Nosso deputado federal Marco Feliciano.
O notório pastor Silas Malafaia já ordenou a seus fiéis que boicotassem a novela “Salve Jorge”, de 2012, porque esta seria uma expressão usada para invocar a entidade Ogum, presente em religiões de matriz africana. Disse, na TV, que se um pastor invadisse um centro da macumba, deveria ser metido na cadeia.
No discurso ladino dos pastores milionários, as religiões trazidas pelos escravos são a representação do inimigo, e seus seguidores, perigosos enviados do demônio.
Tal é a situação que quando Malafaia quer bater em Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus e da Rede Record, diz que não há diferença entre um templo da IURD e um terreiro de macumba. “Como exemplos, podemos citar a sessão dos descarrego, o culto da rosa branca, os banhos de arruda, a sexta-feira forte, o culto dos empresários, sem contar a utilização do sal grosso”, escreveu Malafaia.
A questão que nos está posta, como sociedade, é uma de responsabilidade. Somos chamados a agir mais.
A mensagem de tolerância, de aceitação do diferente, que está chegando a lugares em que nunca chegou, não pode vir desacompanhada de ação.
Quem é diferente está colocando a cara no sol. A menina Kailane se sentiu segura a ponto de desfilar suas roupas do candomblé na rua. Levou pedradas.
O menino Rafael Barbosa de Melo, de 14 anos, foi espancado até a morte no fim de semana no Espírito Santo porque se vestia com roupas chamativas e tinha trejeitos “diferentes”.
Na medida em que a discussão avança e mais gente aceita a diversidade do mundo, quem toma coragem para se assumir como o que é corre mais perigo na mão de monstros estimulados pela pregação psicopata de malafaias e felicianos.
Enquanto tudo isso acontece, os homens que fazem leis com bíblias debaixo do braço rezam um Pai Nosso contra a parada gay na Câmara de Deputados, uma das mais nobres casas de nosso Estado laico.
E o sangue das crianças escorrendo.