As despesas confidenciais do governo federal com o  cartão corporativo contabilizaram mais de R$ 31,8 milhões em 2010 –  cerca de R$ 4,2 milhões (15%) a mais que no ano anterior. A maior fatia  da conta partiu da Polícia Federal (PF), com R$ 13,8 milhões, seguida da  Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que fechou a fatura anual  com R$ 11,2 milhões, e da Presidência da República, com R$ 6,8 milhões.  Desde que o método eletrônico de pagamento passou a ser utilizado pelos  órgãos federais, os gastos conhecidos como “sigilosos" somam quase R$  135 milhões.  Entre 2002 e 2010, não  foi revelado o destino de aproximadamente R$ 135 milhões. O montante  equivale a 38% de tudo o que foi pago pelo governo federal no período  com o cartão. Nos últimos nove anos, a liderança nos pagamentos  sigilosos ficou por conta da Abin, que, por intermédio do Gabinete de  Segurança Institucional (GSI), também faz a segurança presidencial.  De acordo com a  assessoria do GSI, o departamento “tem por hábito não comentar estes  gastos”, por questões de segurança. Por isso, os motivos de as despesas  da Abin saltarem de R$ 6,7 milhões, em 2009, para R$ 11,2 milhões, em  2010, não podem ser explicados.  A blindagem na divulgação  dos gastos com esse recurso eletrônico ganhou força após polêmica  envolvendo o uso dos cartões por ministros de Estado. Em 2008, ano em  que a então ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da  Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, deixou o cargo por denúncias de  irregularidades no uso do cartão corporativo, os gastos secretos  chegaram a R$ 18,3 milhões – 14% maior em relação ao exercício anterior.  Já em 2009, o salto foi ainda maior (50%), contabilizando R$ 27,6  milhões no fim daquele ano (veja a tabela).   Quem também tornou  folclórico o uso do dinheiro eletrônico foi o ministro do Esporte,  Orlando Silva, que ficou conhecido pela compra de uma tapioca, em 2007.  Ele devolveu o valor depois que a irregularidade foi detectada e afirmou  ter confundido o cartão corporativo com seu pessoal  | 
domingo, 23 de janeiro de 2011
Gastos secretos crescem e chegam a R$ 135 milhões em nove anos
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