João Vitor Pascoal - Diario de Pernambuco
Foto: Eduardo Maia/DN/D.A Press |
Fundado em janeiro de 2011, o Partido Militar Brasileiro (PMB), se auto define como um partido "100% de direita", e tem como objetivo principal a "recuperação da ética, moralidade e justiça". Proclamando o fim do que chamam de "marxização" promovida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), o PMB surge como uma alternativa para, segundo os integrantes da legenda dizem, "todos que não acreditam na política de hoje", sobretudo, os que fazem parte da fatia mais conservadora do eleitorado.
Porém, ainda não neste ano. O partido não está regularizado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "São necessárias 492 mil assinaturas, nós já temos 320 mil. Acredito que, até o fim do ano, estaremos regularizados", destaca o presidente do diretório estadual,o sub-oficial Darcírio Barbosa. Por enquanto, o partido entrou em acordo com o Partido Social Liberal (PSL) para que membros do PMB sejam candidatos nas próximas eleições por meio da sigla.
Entre as propostas principais do PMB, estão novas regras, que segundo o partido, vão auxiliar no combate à criminalidade, como a legalização do porte de arma para o "cidadão de bem". "O porte de arma deve ser autorizado para pessoas bem treinadas, sem passagem pela polícia, sem antecedentes criminais. O 'cidadão de bem' não está seguro, a arma seria uma maneira de mudar isso", justifica Darcírio.
A redução da maioridade penal e a privatização dos presídios também estão na pauta do PMB. "Quem comete um crime com 16 anos deve ter a mesma pena das outras pessoas", ressalta. Ele destaca, no entanto, que sistema prisional vigente não é uma alternativa eficaz. "Os presídios hoje são verdadeiras 'escolas do crime', as pessoas saem de lá piores. A solução é a privatização. Além de melhorar os presídios, evitaria desvios de verba", enfatiza. Outra proposta é a pena de morte, mas, somente, para quem tem o "DNA de bandido", como define o presidente estadual. "São aqueles criminosos que cometeram latrocínio, homicídio, estupro", diz Darcírio.
Emanuel Jhonata e Darcírio Barbosa, fundadores do PMB no estado, defendem porte de armas para "pessoas do bem" e a privatização dos presídios. Foto: Jô Calazans/Esp. DP/D.A.Press |
Outras propostas do PMB têm relação ao golpe de 1964. Os membros do partido, ao mesmo tempo em que reconhecem crimes da ditadura, por meio de suas declarações, justificam o que aconteceu. O presidente da juventude do PMB, Emanuel Jhonatan, enfatiza que são contra o pagamento de idenização para as famílias dos perseguidos pelo regime militar, chamados de terroristas anistiados pelo PMB. "A justiça deve ser feita e todos devem pagar pelos seus crimes. Houve tortura e morte na ditadura, mas por conta da desobediência das pessoas. As pessoas torturadas desobedeciam, foram rebeldes. É como em casa, se você desobedece o seu pai, recebe uma punição", compara.
O partido busca também o descredenciar o trabalho da Comissão da Verdade. De acordo com Emanuel Jhonata, "nem tudo que é dito pela comissão reflete os fatos. "Muita coisa que é dita, na verdade, não aconteceu. Nós militares não temos medo de falar. O que foi feito foi admitido". Apesar de ser complacente com as atitudes tomadas pelos militares durante o golpe, Emanuel destaca que a situação atual é totalmente diferente. "Nós viemos do militarismo, mas somos os militares da democracia".
O objetivo do PMB é contar com candidatos próprios nas eleições municipais de 2016. Para este ano, por meio da parceria com o PSL, quatro membros do PMB concorrerão a uma das 49 vagas de deputado estadual, um militar e três civis. Os candidatos não têm experiência política. De acordo com o presidente estadual, Darcírio Barbosa, essa é a maneira de fugir de um meio "contaminado", e continuará sendo adotada após a regularização do partido. "Teremos pessoas sem passagem pela política. Queremos um partido começado do zero, ficha limpa".
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