Gabriela Salcedo
O Grupo Eletrobras reduziu os investimentos do período de janeiro a agosto quando comparado ao ano passado. Até agora, R$ 3,4 bilhões foram gastos com obras e equipamentos, dos R$ 9,8 bilhões previstos. O valor aplicado, que representa 34,9% do total previsto, é R$ 106,8 milhões menor do que o do mesmo período do ano passado.
O percentual de execução, entretanto, é similar aos dos anos passados e indica estabilidade da companhia para o período. Já para a dotação autorizada, a redução nos investimentos já havia sido prevista.
Em 2012, por exemplo, a dotação era de R$ 10,3 bilhões – diferença de R$ 406,2 milhões a mais do que este ano – e R$ 3 bilhões (29,6%) foram executados no período. As conjuntura de investimentos foi similar em 2013, quando foram gastos R$ 3,5 bilhões (34,7%) dos R$ 10,2 bilhões dotados, isto é, R$ 369 milhões a mais do que o previsto para este ano.
O levantamento do Contas Abertas foi realizado com base na portaria nº 21, de 29 de setembro de 2014, publicada no Diário Oficial da União. Os valores foram atualizados pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas. Os dados são do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, do Ministério do Planejamento.
De acordo com a Eletrobras, a estatal está anualmente batendo recordes de investimentos, já que considera no seu orçamento global aplicações diretas das 20 companhias que compõe o Grupo Eletrobras e investimentos em parceria com a iniciativa privada. Sendo assim, segundo ela, ao contrário do que indica a Portaria do Ministério do Planejamento, o orçamento para 2014 é de R$ 14,1 bilhões.
A estatal ainda alegou que o planejamento orçamentário é anual. Sendo assim, nem todos os meses têm o mesmo valor de desembolso igualmente divididos. A expectativa é cumprir o orçamento até o final do ano.
Como os dados da própria Portaria apontaram, estudo do Instituto Brasileiro de Economia da FGV chamado “Atualidades sobre os Investimentos e as Grandes Contas das Empresas Estatais Federais no Brasil”, de José Roberto Afonso, diz que os investimentos das estatais no geral, só cresceram, até 2013, por conta do maior grupo delas, a Petrobras. “Sem ela, o investimento das demais estatais é muito baixo e oscila entre estável ou até decrescente, como no caso da Eletrobras”, aponta estudo.
Obras com maior aporte orçamentário
Da obra com maior aporte orçamentário da Eletrobras, para este ano, por exemplo, com R$ 2,1 bilhões para Implantar a Usina Termonuclear de Angra III, foram executados nos passados oito meses do ano apenas R$ 902,2 milhões. Como a execução não é realizada de maneira linear, a Eletrobras deverá aplicar todo o restante da verba, o equivalente a 57,3%, nos últimos quatro meses do ano. Este quadro é similar com a maioria das 135 ações que o Grupo planejou executar este ano.
Com o segundo maior valor previsto para investimento, a obra para ampliar o sistema de transmissão de energia elétrica na região nordeste não foge a regra. Com R$ 629,1 milhões previstos, apenas R$ 267,3 já foram aplicados (42,5%).
Em seguida, está o empreendimento que pode ser considerado exceção entre os cinco com maiores previsões de verbas para execução. Para a chamada “Reforços e Melhorias no Sistema de Transmissão de Energia Elétrica na Região Nordeste”, que possui R$ 433 milhões autorizados, já foram realizados o correspondente a 74,3% do previsto, ou R$ 232,2 milhões
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