O governo federal começou a executar ação para realizar o cadastro biométrico em 2008 e, até as eleições gerais, 23,8 mil eleitores já haviam sido cadastrados e votaram por biometria. Entre janeiro de 2008 e setembro de 2014, período que antecedeu o pleito, R$ 180,5 milhões já haviam sido gastos com a iniciativa. Sendo assim, para cada voto com reconhecimento biométrico, o governo federal gastou R$ 7,57.
Embora a ação já esteja sendo executada há sete anos, os desembolsos foram maiores em 2014. Com previsão anual de R$ 120,2 milhões, até setembro R$ 53,1 milhões foram gastos com o cadastramento dos eleitores. Considerado o mês do pleito, até o dia 5 deste mês, R$ 69,4 milhões foram executados, o equivalente a 57,8% do previsto.
Veja aqui tabela ano a ano.
A iniciativa chamada “Implantação do Sistema de Automoção de Identificação do Eleitor” já foi concluída em quatro unidades federativas do país: Alagoas, Amapá, Distrito Federal e Sergipe. As quatro juntas possuem eleitorado de 5.803.083 pessoas. Dessas, 16.631 não fizeram o cadastro biométrico.
Eles não tiveram as digitais reconhecidas pelo sistema – um sensor que “escaneia”as digitais em alta definição – por motivos variados. Geralmente são pessoas que efetuam trabalhos manuais que ocasionam descamações severas na palma da mal ou utilizam produtos químicos. Tais eleitores votam normalmente, ao apresentar documento de identidade.
O novo sistema de votação tem como objetivo, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), torná-lo verdadeiramente democrático e mais seguro, já que o cadastro das impressões digitais dos eleitores impede que uma pessoa tente se passar por outra na hora da votação.
Biometria nas eleições
Apesar de ser um sistema defendido pelo aumento da segurança no pleito, a urna eletrônica com reconhecimento biométrico causou várias queixas por parte do eleitorado, principalmente no primeiro turno das últimas eleições.
Em Niterói (RJ), por exemplo, eleitores tiveram de esperar mais de quatro horas em fila para conseguir votar, estendendo o período de votação para até as 19h. Os desgastes com as falhas na biometria chegaram ao ponto do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro emitir resolução para uso de urnas convencionais no segundo turno. Contudo, tal decisão foi derrubada pelo TSE, que obrigou o município a fazer uso do sistema de identificação digital dos eleitores.
No Distrito Federal também houve reclamações da espera para votar. Na cidade satélite de Águas Claras, as filas extensas fizeram com que a votação se estendesse até às 18h30.
Em todo o país, cerca de 5.012 urnas eletrônicas com reconhecimento biométrico tiveram de ser substituídas (1,1% do total), por conta de problemas técnicos ou com o reconhecimento das digitais.
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