Os Ministérios da Defesa, dos Transportes, das Cidades, da Educação, da Ciência, Tecnologia e Inovação, de Minas e Energia e da Integração Nacional desembolsaram recursos para as empreiteiras investigadas pela operação Lava Jato este ano. Ao todo, os pagamentos somam pouco mais de R$ 2 bilhões em 2014.
A capilaridade das empresas é alta. Se consideradas as unidades orçamentárias que contratam obras e consultorias com as empresas, tal onipresença fica ainda mais evidente. São nove unidades, incluindo o DNIT e a VALEC, que voltaram a ampliar investimentos em obras e equipamentos este ano, logo após a faxina ética por denúncias de corrupção em 2012.
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O segundo maior responsável em executar contratos com as construtoras é o Ministério da Defesa que, por meio do Comando da Marinha, desembolsou R$ 756,5 milhões à Odebrecht. Os recursos são destinados à implantação de Estaleiro e Base Naval para construção e manutenção de Submarinos Convencionais e Nucleares.
A Odebrecht também recebeu R$ 69 mil por meio da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre, ligada ao Ministério das Cidades. Os valores foram pagos para a expansão e melhoria da Malha Metroviária do Sistema de Trens Urbanos da capital gaúcha.
Outros R$ 252,9 milhões foram repassados às empresas pela Secretaria de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional. Essa unidade gestora pagou por serviços às construtoras Queiroz Galvão, Engevix e Mendes Júnior.
O Ministério da Integração Nacional também repassou recursos para a Galvão Engenharia, por meio do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Cerca de R$ 1,2 milhão para construção da Barragem do Figueiredo no Estado do Ceará.
A Engevix ainda recebeu R$ 1,6 milhão do Ministério de Minas e Energia, por estudos de Inventário e Viabilidade para Expansão da Geração Hidrelétrica, e R$ 254,4 mil para implantação da Usina de Conversão de Urânio. O Ministério da Educação, por sua vez, repassou R$ 378,3 mil para a Mendes Júnior realizar a implantação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).
O governo federal quer manter a crise gerada pela Operação Lava-Jato longe do Palácio do Planalto e da presidente Dilma Rousseff. De um lado, está em preparação “agenda positiva” com o reforço da divulgação de ações previstas para até o final do ano. De outro, Dilma seguirá afirmando que apoiará as investigações da Polícia Federal “doa a quem doer”, e deixará a corporação seguir seu trabalho.
Além disso, a presidente está debruçada sobre a definição da primeira leva de seu novo ministério, que deverá trazer os nomes da equipe econômica. Alguns desses temas foram debatidos ontem numa longa reunião de Dilma, com a presença do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no Palácio da Alvorada.
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