O maior evento esportivo que o Brasil já sediou foi realizado com a ajuda das empreiteiras investigadas pela operação Lava Jato da Polícia Federal. As empresas participaram de sete dos 12 estádios construídos para a Copa do Mundo de 2014. Ao todo, essas arenas somaram R$ 4,6 bilhões, o equivalente a 57,3% dos R$ 8 bilhões previstos no orçamento total dos estádios.
A Odebrecht foi a empresa com maior capilaridade pelas arenas da Copa. A empreiteira esteve envolvida em quatro estádios, sendo que dois deles, ela construiu sozinha. Os outros dois empreendimentos foram realizados em consórcio com outras empresas. A Arena Pernambuco e a Arena Corinthians, que custaram R$ 532,6 milhões e R$ 820 milhões, respectivamente, foram levantadas exclusivamente pela Odebrecht.
Já no Maracanã, a empresa dividiu a obra com a empreiteira Andrade Gutierrez. O custo total da reforma no maior estádio da capital carioca somou pouco mais de R$ 1 bilhão. Na Arena Fonte Nova, em Salvador, a Odebrecht dividiu responsabilidades com outra envolvida no escândalo da Petrobras, a OAS. O estádio teve orçamento de R$ 689,4 milhões.
A OAS, que teve cinco executivos e funcionários presos, também foi responsável pela construção da Arena das Dunas, em Natal. O estádio custou R$ 400 milhões, dos quais R$ 396,6 milhões foram financiados via BNDES. O espaço tem capacidade para receber até 42 mil pessoas.
A Galvão Engenharia S.A é outra empreiteira da Lava Jato envolvida na construção das arenas da Copa. A empresa participou do consórcio que construiu a Arena Castelão, em Fortaleza. O custo total do empreendimento ficou em R$ 623 milhões. O consórcio ainda contou com as empreiteiras Andrade Mendonça e BWA.
A Mendes Júnior, por sua vez, recebeu R$ 570,1 milhões para deixar a Arena Pantanal pronta para os jogos do mundial no Brasil. No início de 2013, a construtora passou a tocar sozinha as obras da arena, depois da saída da Santa Bárbara Engenharia do consórcio. O estádio foi inaugurado no início de abril deste ano.
A maior parcela dos gastos com os estádios da Copa foi realizada por meio de financiamentos do BNDES aos governos estaduais que sediaram o megaevento. É o caso, por exemplo, da Arena Castelão, para a qual o estado do Ceará pediu empréstimo de R$ 351,5 milhões para ser construída.
Livre das empreiteiras
Os estádios de Belo Horizonte (Mineirão), de Porto Alegre (Beira-Rio), de Manaus (Arena Amazônia), de Curitiba (Arena da Baixada) e de Brasília (Mané Garrincha) não foram construídos por empreiteiras ligadas à Lava Jato. Ao todo, as obras somaram R$ 3,4 bilhões. A Andrade Gutierrez se destaca nas construções de três dessas arenas: Mané Garrincha, Beira Rio e Arena Amazônia, que somam custos de R$ 2,4 bilhões.
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