segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Aqui está o melhor jeito de saber se alguém está mentindo, de acordo com a ciência


Aqui está o melhor jeito de saber se alguém está mentindo, de acordo com a ciência


Os seres humanos são notoriamente detectores de mentira muito ruins. Em experimentos científicos, os nossos níveis de precisão são apenas ligeiramente maior do que a probabilidade comum (50%) – e às vezes mais baixo. O problema é que a maioria desses experimentos se concentra na capacidade das pessoas em detectar mentiras por conta própria. O que aconteceria se as pessoas juntassem seus recursos cognitivos e trabalhassem juntas para desvendar a desonestidade?
Essa é a premissa da nova investigação liderada por Nadav Klein, um estudante de doutorado na Universidade de Chicago, e Nicholas Epley, Ph.D de lá. Os pesquisadores conduziram uma série de experimentos para testar o quão bem as pessoas poderiam prever mentiras trabalhando individualmente e em grupos.
Em um experimento, os participantes assistiram a gravações em vídeo de pessoas que haviam dito verdades e mentiras sobre coisas como as melhores férias que já tiveram. Alguns participantes relataram individualmente se eles achavam que as pessoas no vídeo estavam mentindo, enquanto outros trabalhavam em grupos de três para chegar a um consenso.
Em outro experimento, os participantes assistiram a clipes de vídeo de Golden Balls, um game show britânico em que as pessoas tentam convencer os seus parceiros que elas estão dispostas a dividir uma soma de dinheiro – mesmo que elas possam estar tentando roubar todo o dinheiro para si. Mentiras nestes casos eram consideradas de “alto risco” porque envolviam risco financeiro significativo.
Os resultados mostraram que, no primeiro experimento, grupos eram cerca de 8% melhores na detecção de mentiras do que os indivíduos por si só. Na experiência de mentiras de alto risco, grupos eram cerca de 4% mais precisos.
A chave para o desempenho superior de grupos “parece ser a discussão que se passa antes que eles atinjam o seu veredito. Em um estudo subsequente ainda não publicado, no qual os grupos não têm de chegar a um consenso, Klein descobriu que nem sequer importa se todos no grupo concordam – desde que se tenha a oportunidade de discutir as suas opiniões, a exatidão do indivíduo aumenta.
Pesquisas anteriores sugerem que multidões de pessoas podem produzir julgamentos mais precisos do que indivíduos simplesmente porque elas vão vir com uma média relativamente precisa. Em um experimento famoso, por exemplo, as pessoas tentaram adivinhar o peso de um animal e seu palpite média era de apenas 500 gr.
No entanto, esta estratégia provavelmente funciona melhor para estimar números do que para fazer julgamentos sociais, como os participantes foram convidados a fazer neste experimento.
Esta pesquisa tem algumas implicações práticas importantes. Por um lado, Klein diz: “Todo o dinheiro que é gasto em treinamento de pessoas a serem melhores detectores de mentira pode ser melhor gasto treinando para agir em grupos. É uma forma potencialmente barata de aumentar a detecção de mentiras.”
Há também a oportunidade para as pessoas aplicarem estes achados em suas vidas profissionais. Quando um gerente está tentando descobrir se um funcionário está mentindo, a melhor aposta pode ser trazer um colega de trabalho ou dois e discutir as provas. O mesmo vale para os agentes de seguros que estão tentando detectar a fraude – ajuda ter uma outra pessoa ao redor.
Esses resultados são relativamente simples, mas potencialmente revolucionários. Se pudéssemos desistir da ideia de tentar se tornar polígrafos humanos e aceitar que precisamos de alguma ajuda externa, podemos melhorar drasticamente a precisão de nossos julgamentos sociais. [ScienceAlert]

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