domingo, 14 de dezembro de 2014

O professor que ‘amansava cornos’


Do Globo:
Na última semana, o professor brasileiro de literatura na Universidade de Nova Orleans, nos EUA, Idelber Avelar passou a receber acusações de assédio sexual em uma página na internet. O site trazia reproduções de conversas do acadêmico com mulheres comprometidas pelo Facebook, em que era possível ver fotos do seu pênis e outras cantadas do professor. O candidato repudiou as acusações através de uma publicação em sua página pessoal.
Idelber conversava como “amansar os cornos” dos maridos das mulheres e dizia que “sabia que tinha deixado você no cio”. Junto com as reproduções, as mulheres colocavam relatos pessoais sobre como Idelber se aproximou delas e suas abordagens.
“Pela descrição do meu perfil ele achou que eu era uma evangélica casada, mas quando descobriu que eu tinha 15 anos tocou o foda-se e continuou o assédio mesmo assim e eu obviamente me achava o máximo por ganhar a atenção dele. Afinal, era um professor universitário de Nova Orleans, estudioso das letras (eu era apaixonada por literatura), escritor, de esquerda… UAL! Até que um dia eu fiquei com nojo e dei um basta”, afirma uma das publicações. O professor, em resposta pública, afirmou que quando soube que conversava com uma menor, interrompeu o diálogo.

(…)
Prestigiado em debates sobre política e questões sociais, Idelber passou a ser o alvo das discussões dos grupos em que participava. Após o silêncio, o professor utilizou o seu blog e sua página pessoal no Facebook para se defender das acusações consideradas por ele “uma das maiores tentativas de assassinato de reputação da história da internet brasileira”.
“Em primeiro lugar: os linchadores estão falando de alguém com 29 anos de magistério, centenas de ex-alunas, dezenas de ex-orientandas já professoras e ZERO reclamações formais por seu comportamento com mulheres dentro de sala de aula ou na universidade, além de média sempre, em todos os cursos, superior a 4,5 na escala de 5 pontos através da qual professores/as são avaliados por alunos e alunas”, escreveu Idelber.
O professor afirma que as denúncias anônimos não constituem como provas formais e culpa o ressentimento pessoal e político para a onda de denúncia que foram classificadas como macartistas e stalinista. Sobre o debate em torno das conotações sexuais de sua conversa, o acadêmico rebateu:
“Sim, gosto de sexo. Sim, falo muito de e faço muito sexo. Com quatro regrinhas claras: consensualmente, com adultas, jamais com chefes ou subordinadas e em privacidade. Anal, ménage, BDSM, cuckolding: é isso que escandaliza o ‘feminismo’ no século XXI? Coisas que fariam Sade bocejar de tédio no século XVIII? Retrocedemos 250 anos, é isso?”
Idelber também afirmou que as acusações foram inquisitoriais e que moverá ações cível e criminal contra “os responsáveis, tanto pela violação de privacidade como pela difamação”

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