sábado, 19 de novembro de 2011

Caso Lupi: Ong’s de Adair possuem contratos entre si

A crise no ministério do trabalho parece interminável. O empresário Adair Antonio de Freitas Meira, envolvido no turbilhão de denúncias relacionadas ao ministro do Trabalho Carlos Lupi (PDT) por, supostamente, fornecer avião para deslocamentos do titular da Pasta, está vinculado a, pelo menos, três Ong’s que possuem contratos entre si.
Segundo dados obtidos pelo Contas Abertas, Adair é Diretor Secretário Geral da Fundação Pró-Cerrado (FPC), com sede em Goiânia, Conselheiro Presidente da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi), localizada em Brasília, e membro da Fundação Universitária do Cerrado (Funcer), sediada em Anápolis (GO).
Outro ponto em comum entre as entidades é Antonio Fernandes Junior, Diretor- Executivo da Funcer e que também faz parte do conselho fiscal da Pró-Cerrado.
Além de compartilhar integrantes, as Ong’s também dividem convênios com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A Pró-Cerrado tem o maior número de contratos com o órgão. Foram sete convênios firmados após a carona até o Maranhão dada à Lupi. O maior parceiro da Fundação é a Renapsi. Dos R$ 8,1 milhões repassados para a Fundação, R$ 4,4 milhões foram utilizados em contratos com a Rede, ou seja, 54% da verba total.
Os serviços prestados foram dos mais variados. No convênio 726071/2009, por exemplo, cujo objetivo era qualificar quase três mil pessoas no DF em serviços de venda, atendimento e manutenção, entre outros, a Renapsi foi responsável pelo fornecimento dos lanches, manutenção do equipamento utilizado no curso, transporte dos alunos e a composição da equipe de professores. Para isso, recebeu R$ 1,5 milhão, ou quase 70% dos recursos disponíveis para o convênio. Outros R$ 181 mil foram gastos para a elaboração e confecção de kit para os estudantes. A escolhida para o trabalho foi a Funcer.
Os préstimos da Funcer também são requeridos pela Renapsi. No convênio 743312/2009 com o MTE, a entidade foi contratada para elaborar o material de divulgação do projeto, planejar todas as atividades, recrutar a equipe, criar e desenvolver as apostilas, realizar a inscrição dos alunos, executar o curso, avaliar o processo de aprendizagem, montar e desenvolver o banco de empregos, estabelecer parcerias com empresas do segmento, monitorar e avaliar o curso, emitir o certificado de conclusão, elaborar o relatório de finalização do projeto e concluir até a prestação de contas.
Para tanto, a Funcer recebeu pouco mais de R$ 940 mil, equivalente a 40% dos R$ 2,4 milhões já repassados para a Rede, que ainda o montante de R$ 1 milhão, referente à última parcela do convênio. O valor global do contrato é de R$ 3,3 milhões.
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