Japão está à frente da França, mas Constituição permite ação somente em caso de ataque direto contra o país
Denise Chrispim MarinAs Forças de Autodefesa japonesas têm o quinto maior orçamento do mundo, de US$ 56,8 bilhões em 2013, segundo o relatório IHS Jane´s Annual Defense Budget Reviews. A França, um dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONLU, está logo atrás no ranking.
O Japão está munido de um contingente de 140 mil soldados, 141 navios de guerra e 410 aviões militares. No entanto, segundo a Constituição japonesa, esse poderio pode entrar em ação somente se houver um ataque direto contra o Japão. O país não pode sair em socorro dos vizinhos atacados nem reagir a um bombardeio a uma base americana em seu território.
A limitação tem sido percebida nas participações japonesas em forças de paz e de transição das Nações Unidas e na coalização comandada pelos EUA no Iraque. Se uma tropa aliada é atacada, os soldados japoneses têm de se conter. Só podem revidar se estiverem na linha de fogo e estão proibidos de atuar em missões de ataque.
A intromissão de submarinos e navios chineses no mar territorial japonês, intendificada neste ano, tem sido revidada apenas com alertas verbais e manobras militares. Sem um disparo do lado chinês, os comandantes dos navios de guerra do Japão nada podem fazer.
Esses limites, porém, não impedem o alto grau de preparo dessas forças. “A Marinha e a Força Aérea do Japão dariam uma surra nas forças chinesas em caso de conflito pela posse das ilhas Senkaku/Diaoyu. A marinha japonesa é uma das mais potentes do mundo”, avaliou Christopher Nelson, da consultoria Samuels International, levando em conta o uso apenas de armas convencionais.
“Revisionismo” sobre 2ª. Guerra irrita vizinhos
Políticos e autoridades ligados ao governo de Shinzo Abe, Primeiro-ministro do Japão, não facilitam sua tarefa de conferir às Forças de Autodefesa do Japão a atribuição de ataque militar. Nos últimos meses, vários deles fizeram declarações públicas negando atrocidades cometidas pelo Exército Imperial japonês nos anos 30 e 40, em especial na China e na Coreia. A controvérsia está respingando nos EUA e causando preocupação adicional na Coreia do Sul.
Katsuto Momii, presidente da NHK, a rede pública de televisão japonesa, disse que o uso de escravas sexuais nos países sob ocupação era algo “comum em qualquer guerra”. O comentário fez com que a embaixadora dos EUA, em Tóquio, Caroline Kennedy, filha do ex-presidente John F. Kennedy, cancelasse um encontro que teria com ele. Katsuto recusou-se a retirar sua afirmação.
FONTE: O Estado de São Paulo
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