Gilberto Carvalho sai dizendo não é ladrão e vai ganhar R$ 60 mil mensais no SESI. Ou R$ 3,1 milhões nos próximos quatro anos.
Gilberto Carvalho, o "não ladrão" do PT "não quadrilha", vai substituir Jair Menegelli no Conselho do SESI ganhando R$ 60 mil por mês. O antigo chefe faturou, em 11 anos, R$ 8,5 milhões. É um belo descanso do guerreiro para o homem que abafou e enterrou o assassinato de Celso Daniel, entre outras "bondades".
Na troca de comando da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que transmitia o cargo para Miguel Rossetto, roubou a cena de seu sucessor. Num discurso que ele mesmo classificou como “sincericídio”, Gilberto disse que os petistas não são ladrões. Segundo ele, o governo petista mudou a cara do país combatendo a desigualdade. E dando uma resposta atrasada ao candidato tucano derrotado à Presidência, Gilberto disse que tem orgulho de pertencer à quadrilha a que Aécio Neves se referiu como sendo o governo Dilma.
— E aquele que disse que perdeu a eleição para uma quadrilha, eu quero responder que é essa a nossa quadrilha Para eles, pobre é quadrilha. É essa quadrilha dos pobres, que foi injustamente vencida na história e que agora é tratada com um mínimo de dignidade, quero dizer com muito orgulho que pertenço a essa quadrilha e nós vamos continuar mudanças nesse país — discursou Gilberto, dizendo que deixa o governo com uma kitnet rural e um apartamento financiado pelo Banco do Brasil.
Ele desafiou que seja feito acompanhamento da evolução patrimonial de quem acusa os petistas. Gilberto disse que não vai levar “desaforo para casa”. Mais tarde, em entrevista, ele esclareceu que estava, de fato, respondendo ao senador Aécio.
O ex-ministro, que está no Palácio do Planalto desde a chegada do PT à Presidência, em 2003, aproveitou para defender os companheiros que foram condenados no processo do Mensalão. Ele reconheceu, no entanto, que alguns erraram, mas que todos pagaram o preço por isso. Gilberto citou o Luiz Gushiken, que foi ministro da Secretaria de Comunicação Social, e que, segundo ele, morreu sem o “devido reconhecimento”.
— A imensa maioria dos nossos companheiros, ministros e assessores trabalha aqui por amor, trabalha aqui para servir. Nós não somos ladrões. Não vamos levar desaforo para casa. Temos dignidade. É verdade que há entre nós aqueles que tombaram e aqueles que caíram nos erros. Diferentemente de antes, cada um de nossos companheiros que cometeu um erro foi punido, pagou um preço doloroso para nós, mas pagou o preço e isso eu espero que sirva de fato para um novo padrão republicano — disse.
Gilberto chegou a pedir desculpas à presidente Dilma Rousseff pelas dores de cabeça que suas declarações à imprensa já causaram. Antes de ser ministro de Dilma, Gilberto foi chefe de gabinete dos dois governos de Lula. ( O Globo)
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