terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Guerra monetária europeia atropela Plano Levy

Por Cesar Fonseca em 21/01/2015

no site Independência Sul Americana

Mario Draghi atropela Plano Levy
JOAQUIM LEVY VAI TER A CORAGEM DE GUIDO MANTEGA DE DENUNCIAR GUERRA MONETÁRIA DESENCADEADA PELO BANCO CENTRAL EUROPEU OU VAI SE CONFORMAR COM O CHUMBO GROSSO QUE VEM POR AÍ, COMO ANUNCIA OS PRÓPRIOS BANQUEIROS, COMO O PRESIDENTE DO ITAÚ, ROBERTO SETÚBAL? Mario Draghi atropela Plano Levy. O Encontro de Davos é uma ducha de água fria para as economias emergentes sul-americanas e, especialmente, brasileira. Os juros internos terão que subir porque vem por aí guerra monetária que provocará enchente inflacionária. Enxugar a dinheirama especulativa de fora para dentro é o grande perigo para o povo brasileiro. A moeda nacional sofrerá pressão, tornando a produção brasileira mais cara do que a dos concorrentes no ambiente de grande disputa comercial, acelerada pela crise global, cujos efeitos estão aí, mesmo, sinalizando desastres – paralisia, desemprego, tensão social etc. A grane mídia nacional, serviçal dos banqueiros, não vai fundo no assunto, preferindo tentar encontrar pêlo em ovo, ou seja, não perceber que as pressões inflacionárias em marcha são produzidas não internamente, mas pelos fatores externos, pela crise dos ricos, que tomam decisões, exportando seus pepinos para os outros. O perigo agora é a decisão de Mario Draghi, que concentra as atenções em Davos. Levy vai ter a coragem de peitá-lo?

O Plano

Levy não

kkkkkkkkk
Tombini se prepara para responder a Mario Draghi: puxar ainda mais a taxa de juro no Brasil que afetar fortemente as forças produtivas em nome do combate à inflação. Pode ser tiro nágua. A dívida vai subir fortemente e o real sobrevalorizar-se. O resultado já viu: depressão econômica mais acelerada no ritmo do ajuste economicida de Joaquim Levy.

O grande debate em Davos deverá ser a decisão do Banco Central Europeu de encharcar a praça capitalista global com uma injeção de 500 bilhões de euros, ao mesmo tempo em que as taxas de juros, na Europa, ficarão na casa dos zero ou negativa, impondo, aos aplicadores nos títulos emitidos pelo BC, eutanásia do rentista.

Atolada em crise deflacionária, a União Europeia, rachada, politicamente, parte para a mesma jogada adotada pelo Banco Central dos Estados Unidos: expansão monetária, que, para a periferia capitalista, como a praça brasileira, significa guerra monetária, cujas consequências serão enchentes inflacionárias.

Os detentores de títulos europeus, assim como aconteceu com os detentores de títulos americanos, durante a expansão monetária adotada pelo FED, buscarão juros positivos fora da Europa, dos Estados Unidos e do Japão, as três praças capitalistas poderosas que adotam as mesmas providências contra a ameaça de deflação.

Chegando no Brasil, onde é livre a circulação de capital especulativo, sem nenhuma regulamentação efetiva, dado que o BC brasileiro vai na onda dos banqueiros internacionais, devido à dependência brasileira de poupança externa para financiar seus déficits em conta corrente do balanço de pagamentos, esse dinheiro quente, fugindo da eutanásia do rentista, encharca a base monetária, sinalizando inflação explosiva.

O BC de Tombini, então, corre, puxando o juro para evitar a enxurrada.

tem bala

na agulha

kkkkkkkkkkkkkkk
Setubal, o toto poderoso do Banco Itau, de Davos, avisa: vem passaralho por ai, grosso e rombudo, detonada pela expansão monetária decretada pelo Banco Central Europeu, para tentar salvar a Europa da deflação. Deflação por lá que vira inflação por aqui, sob ajuste de Levy, que eleva juro e joga a produção e o consumo no chão.

A tradução dessa providência tombiniana, de estar sempre correndo atrás do prejuízo, enxugando gelo, é, em primeiríssimo lugar, sobrevalorização do real; em segundo, aumento da dívida; e, terceiro, aumento do risco, dado por essa expansão do endividamento inflacionário-monetário, que, outra vez, eleva o juro, intensificando círculo vicioso.

O resultado final dessa guerra monetária à vista, detonada pelo Banco Central Europeu, é aumento geral dos custos internos.

Pressão inflacionária irresistível somada à dificuldade do setor produtivo em cumprir a promessa – vazia – que o ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio, senador Armando Monteiro Netto(PTB-PE), anda fazendo de aumentar as exportações, como compensação(?) pelo aumento das restrições internas decorrentes do ajuste fiscal de Joaquim Levy.

O real sobrevalorizado pela segunda guerra monetária – a primeira foi detonada pelos americanos; a segunda, agora, pelos europeus – coloca as exportações brasileiras na geladeira.

Tudo fica, ainda, mais difícil, sabendo que a China, grande receptora das exportações brasileiras, especialmente, de commodities, impõe redução do nível de atividades, porque os mercados, para as exportações chinesas, na Europa, nos Estados Unidos e, também, na América do Sul, estão, igualmente, em retração, no compasso da crise global, que, como reconhece Delfim Netto, continua em cena, provocando destroços gerais nas forças produtivas globais.

Como os industriais paulistas, que, alienadamente, pregaram choque fiscal, como saída ideal, para ajustar a economia, irão exportar, se a guerra monetária decretada por Mario Draghi, empurra euro nas fronteiras brasileiras, obrigando Tombini a puxar mais e mais os juros, sobrevalorizando, artificialmente, o real?

para enfrentar

a guerra monetária

kkkkkkkkkkkkkkk
Mais feliz do que nunca o presidente do Bradesco, Mr. Trabuco: seu comandado, no Ministério da Fazenda, Joaquim Levy, faz o jogo dos banqueiros. Aumentarão as taxas de lucro dos bancos e a “credibilidade” dos mercados, no Brasil, está de volta. O juro no longo prazo sinaliza queda, mas o de curto prazo está em alta. Como no longo prazo, todos estaremos mortos, o bom, mesmo, é que, no curto, venham os lucros  em grande cavalgada levyana.

Vão, logo, logo, sentir saudades de Guido Mantega…

Se a guerra monetária europeia bloquear a possibilidade de avanço das exportações, algo tão certo como dois mais dois são quatro, e a dívida continuar se expandindo, por conta do juro alto, para conter pressão inflacionária de fora para dentro, Joaquim Levy sofrerá maiores pressões dos credores para cortar gastos.

Economicídio expresso no draconiano ajuste fiscal.

Como será possível, salvo por meio de depressão econômica, promover ajuste, no ambiente de deterioração externa, sendo transferida para o cenário interno, por nova guerra monetária?

Nem os banqueiros estão se entendendo.

O presidente do Bradesco, Trabuco, com ares de santidade, diz uma coisa, e o presidente do Itaú, Setubal, diz outra, completamente, diferente.

Trabuco vê – talvez, somente, ele está vendo – retorno da credibilidade na economia brasileira com a implementação do Plano Levy, enquanto Setúbal, participando do encontro de Davos, alerta que vem chumbo mais grosso ainda sobre a economia brasileira, em decorrência das decisões do Banco Central Europeu, de acelerar expansão – guerra – monetária, para tentar salvar a Europa da deflação.

praticada pelas

potências imperialistas

kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Vai ser atropelada peloa guerra monetária detonada por Mario Draghi. A contagem regressiva começou para ele.

Quem está falando a verdade?

Talvez, os dois banqueiros: Trabuco sente que o ajuste fiscal é bom para os bancos, interpretando essa bonança como produto do arrocho fiscal, que só favorece o especulador financeiro, no caso, ele, Trabuco, pois o Bradesco vai ter sua lucratividade bem mais gorda, com o aumento previsível do juro interno, a ser, provavelmente, anunciado hoje por Tombini, para enfrentar a inflação – guerra monetária etc.

Já Setúbal alerta para mais providências drásticas, que, claro, significa o mesmo que Trabuco está falando, ou seja, juro alto, também, bombeador dos lucros imediatos do Itaú.

O perigo é matar a economia, as forças produtivas: se isso acontece, no ambiente em que acirra guerra monetária global, os bancos, também, correrão perigo.

O fato é que as grandes potências – Estados Unidos, Europa e Japão – acossadas pelo mesmo problema, tendência deflacionária do capitalismo na sua fase ultra-financeira especulativa, partiram para nova guerra monetária.

Guerra monetária europeia contra guerra monetária americana.

Tudo para tentar salvar as forças produtivas, na Europa, no espaço global que está ficando pequeno para todos os competidores.

Guerra, minha gente.

Se, com menor competitividade, por conta dessa guerra de moedas, a indústria nacional terá mais dificuldade para entrar nas praças ricas, dada a sobrevalorização artificial do câmbio, o perigo se amplia, também, para o agronegócio, sabendo que a China se volta para dentro, nesse ambiente monetário global conflagrado.

Sobraria, como solução, o mercado interno brasileiro, que foi a salvação nos últimos anos.

Mas, nesse momento, o Plano Levy cuida de destruí-lo, para engordar lucro

Nenhum comentário:

Postar um comentário