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Segundo reportagem da Folha neste domingo, o sistema de transporte sobre trilhos da capital baiana pode estar entre o esquema de cartel que operou em licitações de trens e metrô de São Paulo e do Distrito Federal; além de Salvador; em e-mail de 2000, um executivo da multinacional alemã afirma: "Os colegas [...] de Salvador não têm tanto motivo para rir. Lá também a Alstom pensa que somente ela determina como a divisão deve ser"; podem fazer parte do esquema ainda Cuiabá, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro
18 de Agosto de 2013 às 17:22
Não bastasse a vergonha que os baianos já sentem pelo fato de o metrô de Salvador ter virado escândalo internacional por sua construção de 14 anos (sem previsão de entrar em funcionamento) ao custo declarado de R$ 1,2 bilhão até aqui, uma novidade pode ser mais um capítulo do constrangimento.
Segundo reportagem da Folha neste domingo, o sistema de transporte sobre trilhos da capital baiana, que também já tem superfaturamento declarado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pode estar entre o esquema de cartel que operou em licitações de trens e metrô de São Paulo e do Distrito Federal. Além de Salvador, podem fazer parte do esquema ainda Cuiabá, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro.
Informação consta de documentos apreendidos pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Operações de busca e apreensão realizadas no mês de julho em dez empresas acusadas pela multinacional alemã Siemens de participação num esquema criado para fraudar concorrências obtiveram o material das cidades citadas.
O Cade ainda irá analisar os documentos e que vai apurar com rigor caso encontre "indícios de cartel em outras licitações, mercados ou localidades". De acordo com a Folha, o Cade, vinculado ao Ministério da Justiça, foi acusado pelo governo de São Paulo de ter dirigido as investigações com o objetivo de atingir a oposição.
A Siemens foi a delatora do esquema e terá anistia administrativa devido ao acordo com o Cade. Vale lembrar que na documentação entregue pela Siemens já apareciam conversas sobre outros projetos.
Em e-mail de 2000, um executivo da multinacional alemã afirma: "Os colegas [...] de Salvador não têm tanto motivo para rir. Lá também a Alstom pensa que somente ela determina como a divisão deve ser".
Em Salvador, consórcio em que a Siemens se associou às construtoras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez ganhou em 1999 uma licitação para implantar o metrô, que até hoje não está pronto e já consumiu mais de R$ 1 bilhão.
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