Mas sua influência vai muito além disso. É possível que ele seja o cineasta mais citado da história. “Adoro o cheiro de pólvora pela manhã”; “o horror…”; “algum dia, e esse dia pode jamais chegar, eu posso lhe pedir um favor”, “eu farei uma oferta irrecusável” são só algumas das frases icônicas de seus grandes clássicos “O Poderoso Chefão” e “Apocalypse Now”.
Coppola nasceu em 1939 na cidade de Detroit, nos EUA, filho de músicos. De família italiana, o “Ford” foi uma homenagem ao criador da marca de automóveis, que patrocinava a orquestra da qual seu pai era co-diretor.
Aos dois anos, Francis se mudou com a família para Nova Iorque. Durante a infância, o cineasta contraiu poliomielite, o que o manteve de cama por longos períodos. A isso se atribui grande parte da capacidade imaginativa do cineasta que, durante esse tempo, lia muito e brincava com marionetes.
Durante sua adolescência, passou a fazer filmes em uma câmera de 8mm que seu pai lhe dera. Nesse período também estudou para se tornar músico, e pela habilidade na tuba, acabou sendo convidado a integrar a Academia Militar de Nova Iorque.
Mas ele não estudou lá por muito tempo. Era, aliás, um aluno problemático: passou por 23 escolas até se formar no que hoje chamamos de ensino médio.
A contragosto do pai, Francis, em 1955, ingressou na Hofstra College, no curso de teatro. Logo, ganhou uma bolsa de estudos pela qualidade de seus roteiros e pela participação nas produções da escola. Essa participação aumentou seu interesse pela direção das peças.
Nesse período, um filme mudaria sua vida: “Outubro”, de Sergei Eisenstein. Foi então que ele decidiu trabalhar com cinema e não teatro. Mesmo assim, terminou o curso em 1959, e se mudou para Los Angeles onde estudaria cinema na UCLA.
Nesse período, ele começou a trabalhar em um pequeno estúdio cinematográfico, onde terminaria por fazer seus primeiros filmes como diretor de diálogos no começo dos anos 60. Em 1963, dirigiria seu primeiro filme, “Dementia 13”, com o orçamento que sobrara de um dos filmes em que havia trabalhado.
Com a carreira e fama em ascensão no meio, ele acabaria por dirigir “Agora Você é Um Homem” e “Caminhos Mal Traçados” (este com George Lucas como assistente de direção), entre outros filmes de relevância crescente até o seu primeiro hit.
“Patton – Rebelde ou Herói”, de 1970, levou Coppola a outro patamar em uma Hollywood que se renovava. Mas embora não tenha sido comparável ao que viria adiante, este foi o filme que o levou à Paramount para lançar aquele que seria considerado por Stanley Kubrick, outro gênio do cinema, o maior filme já feito.
Em 1972, Coppola lançou “O Poderoso Chefão”, e reestabeleceu um padrão para Hollywood com um épico de quase três horas sobre uma família de mafiosos. Coppola não era a primeira opção da produtora – Sergio Leone recusou o convite para filmar outro filme que se tornaria um clássico, “Era Uma Vez na América”. Marlon Brando também não, mas a sua escolha seria uma exigência do diretor.
Mas “O Poderoso Chefão” também não foi a primeira opção de Coppola. O diretor tinha medo de glorificar a máfia e estimular a violência com o filme. Mas todos se acertaram, afinal, para o bem do cinema.
Coppola fez outros dois filmes, “A Conversação” e “O Grande Gatsby”, entre “O Poderoso Chefão” e sua continuação. Contrariando as expectativas, “O Poderoso Chefão II” foi tão icônico quanto o primeiro, e rendeu ao diretor seu primeiro Oscar – que por muitos foi considerado uma retratação por não terem premiado o primeiro filme da série.
Seu lançamento posterior foi “Apocalypse Now”, de 1979, outro ícone do cinema que conta a história de um soldado enviado para matar um general desertor do exército americano na guerra do Vietnã, e que passa a questionar sua missão ao presenciar os horrores da guerra.
Posteriormente, Coppola ainda dirigiu dezenas de filmes, incluindo “Drácula de Bram Stoker”, “Contos de Nova Iorque” e “O Poderoso Chefão III”, filme que fecha a trilogia. Ele também foi produtor-executivo de vários outros filmes, como “As Virgens Suicidas” e “Encontros e Desencontros” de sua filha Sofia Coppola.
Hoje, Coppola hoje vive nos arredores de Los Angeles, na Califórnia, e divide seu tempo entre cuidar da família, produzir filmes de jovens diretores e assistir filmes de Akira Kurosawa.
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