Um alerta ao consumo de álcool entre os jovens
A 
Organização Mundial da Saúde define droga como sendo qualquer substância não 
produzida pelo organismo que tenha a propriedade de atuar sobre um ou mais de 
seus sistemas, causando alterações em seu funcionamento.
Dentre 
as drogas listadas na Classificação Internacional de Doenças, temos o álcool 
que, mesmo sendo droga lícita, é a substância psicotrópica de uso mais 
disseminado. Seus efeitos se relacionam com os níveis da substância no sangue, 
variando conforme a bebida ingerida, a velocidade de seu consumo e a presença ou 
não de alimentos no estômago.
No 
Brasil, é preocupante o fato dos jovens começarem a beber cada vez mais cedo e, 
ainda, das meninas beberem tanto ou mais que os meninos, o que se revela muito 
assustador, posto que, como o organismo feminino tem mais gordura e menos água, 
a concentração alcoólica é maior, causando dano biológico pior do que nos 
meninos.
A 
justificativa para que o primeiro contato com a bebida ocorra mais cedo é a 
suposta redução do nível de ansiedade (hoje comum à tenra idade), provocada pelo 
uso do álcool. Soma-se a pressão do grupo de amigos, o sentimento de onipotência 
próprio da juventude, o baixo custo da bebida e a ausência de limites sociais - 
iniciando-se em casa.
Não 
se pode esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma substância 
tóxica e que o metabolismo das pessoas mais jovens faz com que seus efeitos 
sejam potencializados, sendo que a exposição do cérebro ao álcool, durante a 
adolescência, pode interromper diversos e importantes processos de 
desenvolvimento desse órgão, possivelmente levando a danos cognitivos 
leves.
A 
intensificação do uso de bebidas alcoólicas em jovens aumenta as chances de 
desenvolvimento de uso abusivo ou de dependência de álcool (aqueles que começam 
a beber antes dos 15 anos apresentam predisposição quatro vezes maior de 
desenvolver dependência dessa substância do que aqueles que fizeram seu primeiro 
uso aos 20 anos ou mais de idade).
Diga-se, 
ainda, que ele é responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de 
violência, muitos deles fatais, a que se expõem os usuários. E, também, é um 
facilitador para o uso de outras drogas - conforme a literatura médica é 
evidente que álcool e cigarro consumidos antes dos 16/17 anos aumentam muito o 
risco de experimentar maconha e, depois, outras drogas.
O 
consumo de álcool por jovens está aumentando no Brasil. E, 
em Porto 
Alegre  
(RS), há alta prevalência desse uso, sendo prática comum entre adolescentes e 
adultos jovens dessa cidade gaúcha dirigir-se às lojas de conveniência em postos 
de gasolina, normalmente com amigos, e, ali, após adquirirem, fazer uso de 
bebidas alcoólicas. A justificativa encontrada para a opção desses locais é que 
eles são bem iluminados e seguros.
A 
par disto, o Poder Público editou leis proibindo estabelecimentos comerciais – 
bares, restaurantes, lanchonetes, padarias, mercados, supermercados, postos de 
gasolina e lojas e conveniência - a venderem bebidas alcoólicas a menores de 21 
anos. A eficácia dessas normas está relacionada à sua aplicação. Intervenções 
nesse sentido devem ser complementadas por mudanças na política que ajudem na 
restrição do acesso ao álcool pelos jovens e que diminuam as consequências 
danosas do beber já instalado, interferências essas iniciadas na microssociedade 
familiar.
Normas 
como essa, à evidência, contribuem para a redução do alto índice de consumo de 
álcool pelos menores, cujos reflexos são nefastos e se prolongam pela vida 
adulta.
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