quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Festas e homenagens duplicaram no governo Lula; gastos somam R$ 154 milhões
Milton Júnior
Do Contas Abertas
Com os recentes cortes nas emendas parlamentares que destinavam verbas para festas e eventos e a crise econômica que se iniciou em 2008 e avançou ao longo do ano seguinte, o governo federal não teria muitos motivos para comemorar. Durante os últimos quatro anos, no entanto, não faltaram “festividades e homenagens”. Neste período, quase R$ 114 milhões foram gastos nessa rubrica – R$ 63,6 milhões a mais que o valor desembolsado no último mandato de Fernando Henrique Cardoso.
Durante o primeiro mandato do governo Lula, os gastos da administração federal direta com festividades (não incluindo aí empresas estatais e sociedades de economia mista) atingiram R$ 40,8 milhões, atualizados monetariamente. O valor é inferior aos gastos do último mandato de FHC (R$ 50 milhões), mas se somados aos gastos realizados entre 2007 e 25 de dezembro de 2010 atinge mais uma cifra digna de ser incluída na série nunca antes na história deste país – R$ 154,4 milhões. Clique aqui para ver o gráfico.
Os campeões em gastos com festividades e homenagens durante os últimos quatro anos foram os Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores (MRE). O Ministério da Defesa computou R$ 39,4 milhões – quase 40% de toda a despesa no período. O Contas Abertas entrou em contato com a assessoria da Defesa para saber os motivos que fizeram do órgão o primeiro em gastos na rubrica “festividades e homenagens”. Entretanto, até o fechamento da matéria, o órgão não comentou o assunto.
Já o MRE desembolsou R$ 17,6 milhões. Os recursos envolvem solenidades nas diversas embaixadas brasileiras no exterior, além de gastos em cerimônias, buffets e outros eventos oficiais. De acordo com a assessoria do órgão, os dispêndios do MRE foram destinados à recepção de autoridades estrangeiras, a eventos de política externa, a almoços, a reuniões ministeriais com parte das atividades no Itamaraty e a cúpulas. A assessoria destaca que os gastos refletem a política externa adotada pelo atual governo, que pretendeu ampliar a presença do Brasil no mundo.

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