Das cinco campanhas mais caras, quatro foram do PSDB. Cada governador eleito pelo partido recebeu R$ 21,7 milhões, em média, para a eleição. Os demais declararam ter arrecadado, em média, R$ 11,6 milhões
Antonio Anastasia, de Minas, foi o candidato a governador que mais arrecadou nesta campanha: R$ 38 milhões
Edson Sardinha
Os governadores eleitos pelo PSDB tiveram mais facilidade para arrecadar recursos de campanha do que o candidato do partido à Presidência, José Serra. Enquanto Serra terminou a campanha com um déficit de R$ 9,6 milhões, os oito governadores eleitos pelo PSDB levantaram, em média, o dobro da arrecadação dos demais 19 candidatos vitoriosos. Juntos, os governadores tucanos receberam R$ 173,69 milhões, média de R$ 21,7 milhões, para gastar com a campanha. Os outros candidatos levantaram R$ 220,6 milhões, média de R$ 11,6 milhões.
São do PSDB quatro dos cinco eleitos que fizeram as campanhas mais caras aos governos estaduais. O campeão, entre eles é o governador reeleito de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB-MG). Vice de Aécio Neves (PSDB), Anastasia assumiu o mandato em abril e conseguiu reunir, ao longo da campanha, R$ 38 milhões para garantir mais quatro anos de governo.
Veja quanto cada governador eleito arrecadou
O vice-campeão na arrecadação de recursos é o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com R$ 34,22 milhões. O terceiro colocado também é do PSDB. O senador Marconi Perillo (PSDB-GO) reassumirá em janeiro, pela terceira vez, o governo de Goiás depois de ter arrecadado R$ 29,48 milhões.
O quinto colocado entre os eleitos também é tucano, o governador reeleito de Alagoas, Teotônio Vilela, que declarou ter recebido R$ 26,7 milhões para a campanha. Entre Marconi e Teotônio - os únicos entre os donos das cinco campanhas mais caras eleitos no segundo turno -, aparece o governador reeleito do Ceará, Cid Gomes (PSB), que levantou R$ 28,9 milhões.
Os dados fazem parte de levantamento do Congresso em Foco a partir da prestação de contas apresentadas pelos candidatos à Justiça eleitoral. O prazo para a entrega dos dados dos candidatos que participaram do segundo turno, no dia 31 de outubro, venceu na última terça-feira (30).
Procurado pelo Congresso em Foco, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que não sabia do montante arrecadado pelos governadores eleitos pelo partido. Ao tomar conhecimento do levantamento, feito pelo site a partir de informações divulgadas pelo TSE, Guerra afirmou que era preciso analisar caso a caso.
“Eu não conheço as declarações dos outros candidatos. As nossas prestações de contas foram cumpridas de maneira ortodoxa. Tudo depende de cada circunstância. A generalização é imprudente”, afirmou. “A relação número de eleitores por despesas eleitorais não consegue ter lógica. Alguns estados com população mínima têm campanha mais cara do que outros, com população maior. Isso teria de ser visto caso a caso”, acrescentou.
O presidente do PSDB reconheceu que o partido teve dificuldade maior para levantar dinheiro para a campanha do candidato tucano ao Planalto. “Para a oposição, é mais difícil”, afirmou. De acordo com a prestação de contas apresentada esta semana, Serra fechou a conta no vermelho: arrecadou R$ 120 milhões e gastou R$ 129,6 milhões. A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), teve déficit ainda maior, de R$ 27,7 milhões. Dilma arrecadou R$ 148,8 milhões e gastou R$ 176,5 milhões.
Reeleitos tiveram vantagem
Entre os governadores, quem teve melhor arrecadação, em média, foram os reeleitos. Os 13 governadores que renovaram o mandato arrecadaram, ao todo, R$ 242,82 milhões, média de R$ 18,67 milhões. Os dois reeleitos com mais recursos foram Anastasia e Cid Gomes.
Depois dos reeleitos, o melhor aproveitamento foi registrado entre aqueles que se elegeram com o apoio dos atuais governadores. Os quatro eleitos nessa situação receberam R$ 46,98 milhões, média de R$ 11,74 milhões. Os que mais arrecadaram, entre eles, foram Alckmin e Renato Casagrande (PSB-ES), que recebeu R$ 9,46 milhões.
Já os dez governadores eleitos que fazem oposição aos atuais ocupantes do cargo levantaram R$ 108,18 milhões, uma média de R$ 10,81 milhões. As campanhas mais caras entre os oposicionistas locais foram as de Marconi Perillo, em Goiás, e do governador eleito do Paraná, Beto Richa (PSDB), que recebeu R$ 23,71 milhões.
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