segunda-feira, 30 de maio de 2011

Maio Cinzento,Cinco anos da operação navalha

A Operação Navalha era uma organização criminosa que atuava desviando recursos públicos federais nos Estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, São Paulo, Alagoas e no Distrito Federal. No total, 46 pessoas foram presas

O mês de Maio está fazendo aniversário,"de tristes lembranças"
O grupo era organizado em três níveis. No primeiro, atuavam pessoas diretamente ligadas à construtora Gautama. No segundo, estavam os auxiliares e intermediários, principalmente os responsáveis pelo pagamento das propinas. No último havia autoridades públicas que tinham a função de remover obstáculos à atuação da organização criminosa. Confira a lista dos suspeitos de integrar a quadrilha que tiveram a prisão preventiva decretada:
Nível 1:
Zuleido Veras - dono da Gautama e apontado como chefe da quadrilha;
Rodolpho de Albuquerque Soares Veras - filho de Zuleido e acusado de ser o principal braço da quadrilha em Salvador (BA). Dirige a construtora Mandala, que também pertence ao pai e seria usada para atender aos pagamentos de propinas;
Maria de Fátima Palmeira - diretora comercial da Gautama e era o braço direito de Zuleido. Segundo as invetigações, ela ocuparia posição de destaque na quadrilha;
Flavio Henrique Abdelnur Condelot - funcinário da Gautama e teria como função criar a manter relações favoráveis aos interesses do grupo com pessoas que tinham cargos estratégicos, intermediando inclusive o pagamento de propinas. Teria obtido junto ao Ministério das Cidades a destinação de R$ 10 milhões para obras que seriam executadas em Camaçari, na Bahia;
Abelardo Sampaio Lopes Filho - engenheiro e diretor da Gautama em Alagoas. Segundo as investigações, ele seria responsável pelas medições irregulares no Estado. Teria tido atuação destacada dentro da quadrilha nas obras da BR 319, no Amazonas;
Bolívar Ribeiro Saback - empregado da Gautama em Alagoas, trabalharia como lobista negociando a liberação de recursos públicos para a organização criminosa;
Rosevaldo Pereira Melo - empregado da Gautama em Alagoas, também atuaria como lobista ao lado de Bolívar. Antes de trabalhar na Gautama, foi servidor público da Companhia de Água e Saneamento do Estado e usaria sua influência para conseguir recursos para a quadrilha;
Tereza Freire Lima - secretária da Gautama. Participaria do esquema providenciando o pagamento de propinas;
Florêncio Brito Vieira - empregado da Gautama. Trabalharia diretamente com o pagamento de propina. Os investigadores o flagraram várias vezes sacando dinheiro no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. O transporte do dinheiro era feito, na maior parte das vezes, por via aérea;
Gil Jacó Carvalho Santos - diretor financeiro da Gautama. Atuaria no pagamento de propinas;
Humberto Rios de Oliveira - empregado financeiro da Gautama. Auxiliaria Florêncio e Gil no transporte do dinheiro;
Jorge S. dos S. Barreto - engenheiro que atende a organização em Salvador. Foi ele que elaborou o projeto para liberação dos R$ 10 milhões do Ministério das Cidades para obras em Camaçari;
Vicente Vascncelos Coni - diretor da Gautama no Maranhão. Teria intermediado, por diversas vezes, o pagamento de vantagens a servidores públicos daquele Estado;
Dimas de Soares Veras - irmão de Zuleido Veras e empregado da Gautama. Ele administrava os interesses da empresa no Piauí;
Henrique Garcia de Araújo - responsável por transporte de recursos. Teria exercido relevante papel na lavagem de lucros auferidos pela organização criminosa. Administra ainda uma fazenda do grupo que serviria para lavar dinheiro comprando e vendendo gado;
Ricardo Magalhães das Silva - empregado da Gautama em Sergipe e responsável pelo acompanhamento das obras e processos de medição naquele Estado;
João Manoel Soares Barros - empregado da Gautama no Piauí. Teria ajudado a fraudar o processo de licitação que permitiu à Gautama executar as obras de construção de redes de distribuição de energia elétricas em áreas rurais no Piauí contempladas pelo programa Luz para Todos.
Nível 2:
Geraldo Magela Fernandes da Rocha - servidor público do Maranhão. Teria recebido inúmeras propinas para fraudar licitações e contratos de obras no Estado. Ele assessorou o ex-governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares;
Flávio Conceição de Oliveira Neto - ex-chefe da Casa Civil do ex-governador de Sergipe, João Alves Filho, e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Sempre teria atuado em favor da Gautama, segundo as investigações. Ele teria recebido propina enquanto era chefe da Casa Civil e intermediado propinas para o filho do governador, João Alves Neto. Mesmo no Tribunal de Contas, ele teria ajudado o esquema pedindo a liberação de recursos devidos à Gautama;
João Alves Neto - filho do ex-governador do Sergipe. Comandaria a área financeira do Estado, segundo as investigações, mesmo sem ecercer vargo público. A PF diz que ele recebeu propinas da organização criminosa para autorizar liberação de recursos para a Gautama e viabilizar empréstimos à empresa;
José Edson Vasconcelos Fontenelle - empresário. Teria ajudado a corromper servidores públicos em Camaçari (BA) e participado da elaboração do plano de trabalho e projeto básico para conseguir os recursos junto à Caixa Econômica Federal;
Alexandre de Maia Lago - sobrinho do governador do Maranhão (MA), Jackson Lago. Teria recebido propinas em nome do governador para fazer medições irregulares de obras no Estado;
Francisco de Paula Lima Júnior - também é sobrinho de governador do Maranhão, Jackson Lago. Teria recebido propinas em nome do governador para fazer medições irregulares de obras no Estado;
Jair Pessine - ex-secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente da Prefeitura de Sinop (MT). Teria intermediado o recebimento de vantagens indevidas pelo atual prefeito da cidade, Nilson Aparecido Leitão. A quadrilha teria se beneficiado com obras de construção de rede de esgoto;
Ernani Soares Gomes Filho - servidor do Ministério do Planejamento e trabalhava no gabinete do deputado Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG), que, quando soube do envolvimento do funcionário com o esquema, o exonerou. Segundo as investigações, sua função seria liberar orçamento para obras de interesse da quadrilha;
Roberto Figueiredo Guimarães - consultor financeiro do Maranhão. Teria contribuido para que o grupo obtivesse sucesso no pagamento de medições irregulares apresentadas à Secretaria de Infra-estrutura do Estado recebendo propina em troca;
Sérgio Luiz Pompeu Sá - se dizia servidor do Ministério de Minas e Energia e teria auxiliado o grupo criminoso na obtenção de repasses de recursos do Programa Luz para Todos para a Gautama em troca de propina;
Zaqueu de Oliveira Filho (foragido) - servidor público de Camaçari. Auxiliaria no desvio de recursos em obras públicas;
Ivo de Almeida Costa - assessor de gabinete do Ministério de Minas e Energia. Teria fraudado a contratação das obras do Programa do Luz para Todos para beneficiar a Gautama. O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, exonerou o funcionário;
Jorge Targa Juni - presidente da Companhia Energética do Piauí (Cepisa). Teria fraudado a contratação de obras do Programa Luz para Todos e receberam propina em troca. O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, pediu para a Eletrobrás convocar uma reunião do Conselho de Administração para desligá-lo da empresa.
Nível 3:
Iran César Araújo Filho - secretário de Obras do município de Camaçari (BA). Teria ajudado o esquema a conseguir a liberação de R$ 10 milhões junto ao Ministério das Cidades para obras de saneamento. Segundo as investigações, ele recebeu em troca convites para o camarote da Gautama no carnaval de Salvador e alguns passeios de lancha;
Edílio Pereira Neto - assessor do secretário de Obras de Camaçari. Teria ajudado o esquema a conseguir a liberação de recursos junto ao governo federal e recebeu vantagens em troca;
Luiz Carlos Caetano - prefeito de Camaçari. Ajudaria o esquema assinando os contratos e convênios com o governo federal. Em troca teria recebido convites para o camarote da Gautama no carnaval de Salvador, passeios de lancha e passagens aéreas e hospedagem na capital baiana;
Adeilson Teixeira Bezerra - secretário de Infra-estrutura de Alagoas. Teria participado ativamente na liberação da ordem de pagamento para a Gautama em março desse ano no valor de R$ 3,1 milhões. Em troca teria recebido propina de R$ 145 mil;
Denisson de Luna Tenório - subsecretário de Infra-estrutura de Alagoas. Teria recebido propinas para emitir parecer favorável à aprovação de medições favoráveis ao grupo, mais especificamente para obras no rio Pratagy;
José Vieira Crispim - diretor de obras da Secretaria de Infra-estrutura de Alagoas. Teria participado das negociações para pagamento antecipados de medições para a Gautama de obras que ela não executou;
Enéas de Alencastro Neto - representante do governo de Alagoas em Brasília. Teria pressionado o secretário de Infra-estrutura do Estado, Adeílson Bezerra, para que fizesse pagamentos de medição à Gautama por serviços não realizados. Segundo as investigações, teria recebido em troca R$ 150 mil do dono da empresa;
Márcio Fidelson Menezes Gomes - ex-secretário de Infra-estrutura de Alagoas. Teria recebido propinas enquanto estava no cargo para liberação de recursos públicos para a Gautama independente da medição de obras;
José Reinaldo Tavares - ex-governador do Maranhão. Teria recebido vantagens durante o exercício do cargo. Ele teria ajudado no pagamento de medições fraudadas e direcionamento da licitação para favorecer a Gautama nas obras de pavimentação da BR-402;
José Ivan Paixão - ex-deputado licenciado do PPS. Teria ajudado a intermediar a liberação de recursos para eventos que beneficiariam a Gautama. A liberação foi de aproximadamente R$ 6,8 milhões e ele teria recebido em troca uma propina de R$ 50 mil;
Nilson Aparecido Leitão - prefeito de Sinop (MT). Teria recebido, por meio do ex-prefeito da cidade, Jair Pessine, propina de R$ 200 mil para direcionar a contratação da Gautama para execução de obras na rede de esgoto da cidade;
Ney Barros Bello - ex-secretário de Infra-estrutura do Maranhão. Teria participado ativamente do esquema no ano passado elaborando pareceres favoráveis às medições irregulares de obras da empresa;
Sebastião José Pinheiro Franco - fiscal de obras do Maranhão. Teria recebido propina para avalizar as medições contendo erros graves, permitindo o pagamento sem aditivos de contrato das obras;
Ulisses César Martins de Souza (foragido) - procurador-geral do Maranhão. Teria pressionado a procuradora do Estado e dado parecer favorável para permitir o pagamento de medições com erros graves para a Gautama. Com isso, a empresa teria recebido cerca de 1,6 milhão no Estado;
Pedro Passos Júnior - deputado distrital. Teria conseguido aprovar, na Assembléia Legislativa, um crédito suplementar de R$ 3,5 milhões para pagamento da Gautama;
Flávio José Pin - superintendente de produtos de repasses na Caixa Econômica Federal em Brasília. Teria orientado a organização criminosa na solução de pendências que pudessem prejudicar a formalização dos contratos em repasse de recursos públicos para obras irregulares da Gautama;
Everaldo José de Siqueira Alves - sub-secretário de Obras de Camaçari (BA). Teria sido corrompido pela organização criminosa para obter recursos federais do Ministério das Cidades;
José de Ribamar Ribeiro Hortegal - servidor da Secretaria de Infra-estrutura do Maranhão. Teria pedido ajuda financeira para a organização criminosa para fazer uma cirurgia e, em contrapartida, usado suas funções para reajustar o pagamento de medições em 20%.

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