quinta-feira, 26 de maio de 2011

Depressão, o mal da modernidade


"Dados de uma série de estudos apontam as doenças mentais como responsáveis pela maior parte de anos de qualidade de vida perdidos devido a doenças crônicas"
Com as mudanças ocorridas no estilo de vida dos brasileiros, os transtornos psicológicos e psiquiátricos passaram a ocupar lugar de destaque entre os problemas de saúde pública do país.
Dados de uma série de estudos, publicada no periódico médico Lancet, apontam as doenças mentais como responsáveis pela maior parte de anos de qualidade de vida perdidos devido a doenças crônicas. Os maiores vilões são a depressão, psicoses e dependência de álcool. Em seguida, estão as doenças cardiovasculares.
Segundo o estudo, entre 18% a 30% da população brasileira apresentam sintomas de depressão. A mortalidade por demência aumentou de 1,8 mil por 100 mil habitantes em 1996 para 7 por mil habitantes em 2007. Outros problemas emergentes de saúde são diabetes, hipertensão e alguns tipos de câncer, como de mama. Esses problemas estão associados às mudanças no padrão alimentar, como o aumento do consumo de produtos ricos em sódio ou açúcar.
Os estudos do Lancet também mostram aumento da freqüência de partos prematuros. Isso pode estar ligado ao número de cesáreas, que corresponde a quase metade dos partos realizados no País. Eles aumentaram de 38% em 2001 para 49% em 2008.
Em 1950, 40% dos óbitos no Brasil se deviam a moléstias infecto-contagiosas e 12% a doenças cardiovasculares. Agora, as estatísticas se inverteram: as doenças infecto-contagiosas respondem por 10% dos óbitos, e 40% são cardíacas. Entretanto, as cardíacas estão perdendo espaço para o câncer, que tende a se tornar a principal razão de óbitos.
Temos, portanto, novos problemas de saúde. É importante o Brasil preparar seu sistema de saúde para o futuro, já que, na área de saúde, as correções levam tempo, pois não se limitam à compra de aparelhos. Elas envolvem planejamento de longo prazo e a formação de médicos.
Precisaremos cada vez menos de pediatras e cardiologistas e de mais gerontologistas, oncologistas, psiquiatras e neurologistas. Sem falar da necessidade do aumento do número de CAPS – Centros de Atenção Psicossocial, e de leitos para internações de curto prazo.
A depressão não escolhe faixa social. Os ricos podem se tratar, mas os que não têm renda precisam do Sistema SUS.
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