sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Caso da acusação de estupro contra soldado do Exército:

  Amorim não sabia de nada — nem jornais parece que o ministro lê




Ricardo Setti

Amorim: colocando no condicional inquérito que já foi até concluído
(Foto: Agência Brasil)
Amigos do blog, mais uma matéria reveladora e altamente significativa publicada pelo site Sul21, de Porto Alegre. Leiam, por favor, e depois da curta notícia eu vou comentar:
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Amorim falou em abrir inquérito, mas a investigação já está até concluída
O ministro da Defesa, Celso Amorim, demonstrou nesta quarta-feira (21) desconhecer completamente a denúncia de estupro que um jovem soldado teria sofrido em um quartel de Santa Maria.


Inquirido pelo Sul21 sobre o caso em entrevista coletiva realizada no Comando Militar do Sul, em Porto Alegre, Amorim declarou que “teria que examinar especificamente este caso”, mas que todos os casos como este são objeto de investigação dentro das Forças Armadas e pelo Ministério da Defesa. “Se houver necessidade se estabelece o inquérito”, completou o ministro.


Celso Amorim mostrou desconhecer que o inquérito militar começou há cerca de três meses e já foi, inclusive, concluído e entregue à Justiça Militar.
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Aí, cabem várias perguntas.
Começo pela mais óbvia: o que faz o ministro Celso Amorim?


Continuo por esta: o que fazem os serviços de informação da Defesa?


E prossigo: ninguém do Exército avisou o chefe sobre o crime?


O Centro de Informações do Exército (CIE) ou equivalente, tão eficiente na época da ditadura, desaprendeu o seu ofício?


O ministro nunca ouviu falar da sua colega Maria do Rosário, que está em cima do caso e enviou para o Rio Grande o Ouvidor Nacional dos Direitos Humanos?


O ministro, para finalizar, não lê jornais, sites, resumos do que a mídia publica?


Com ar de perplexidade, Amorim avisou que “se houver necessidade” mandará abrir inquérito, sem saber que o inquérito já foi aberto e já foi concluído pelo Ministério Público Militar.


Que, alías, como já comentamos aqui, carimbou o soldado que denunciou o crime como réu.


O que mais precisa acontecer, neste caso surreal — de um suposto “sexo consentido” com quatro marmanjos segurando o garoto, com as autoridades internando-o em um hospital e mantendo sigilo sobre o caso, até para a família, durante uma semana — para que o Amorim pareça bem informado e bem intencionado?


Ou, como o ex-ministro Nelson Jobim, Amorim também acha que o jornalistas são idiotas que perderam a modéstia?

wwwcamacarimagazine.blogspot.com

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