A entidade precisa retomar para si a responsabilidade de lutar pelas causas nacionais, no geral, pela melhoria do ensino, em particular.
A história recente do Brasil em muito se mistura à União Nacional dos Estudantes, a UNE, fundada no dia 11 de agosto de 1937, a entidade atuou fortemente em favor da causas fundamentais para o país, como a democracia, o respeito aos direitos individuais e à escola pública e gratuita, a redução do valor das mensabilidades e a reforma universitária.
Foi a UNE que, em 1922, foi às ruas com sua legião de caras-pintadas, abrindo caminho para o movimento que culminou com a cassação do então presidente Fernando Collor de Mello.
A trajetória aguerrida da entidade, porém, se esvaziou com a chegada do PT ao poder. A UNE de hoje não é, nem sombra ,daquela que lutou bravamente pela redemocratização, que gritou no calor das "Diretas já!" ou que foi às ruas no "Fora Collor".
Um exemplo recente foi a ausência da entidade nas manifestações contra a corrupção que ocorreram em todo o país no feriado de 7 de Setembro. A atuação da UNE do século 21 está mais alinhada à partidos da base do governo federal do que às necessidades dos universitários brasileiros. Patrocínios de empresas públicas federais, com a Petrobrás, estão estampadas no site da entidade. O último congresso da UNE. realizado em julho. contou com apoio maciço do governo petista, cujos ministros (ao lado do ex-presidente Luiz Inácio) foram as estrelas principais.
Não nos parece que, a partir de 2003, os problemas da educação tenham terminado. Pelo contrário. As universidades estão sucateadas, com obras paradas e prédios que servem apenas para segurar placas de inauguração de espaços que não são, de fato,utilizados para formar bons profissionais.
O fato de o Brasil contar com programas de bolsas de estudo, apesar de importante, não resolve os problemas da falta de infraestrutura das universidades.
O jovem brasileiro precisa de uma entidade representativa e independente,que participe das grandes discussões nacionais sobre educação,que envolva e integre o estudante. Infelizmente, quando pensamos na UNE hoje, vem à mente apenas uma entidade que fabrica carteirinhas de meia-entrada.
Nada mais natural que um jovem que goste de politica se filie a um partido. O que não é natural é que, em um cenário tão amplo quanto o universitário, uma organização coma UNE não expresse a voz da ampla maioria dos estudantes e privilegie uma burocracia que visa à perpetuação no poder. Parcela expressiva da base do movimento estundantil, os dirigentes de centros acadêmicos, diretórios centrais de estudantes não são filiados a partidos, mas desfrutam de notável legitimidade aos olhos dos colegas.
Como diz o grito dos militantes, a UNE representa e dá voz à juventude do país. É preciso, portanto, que retome para si a respopnsabilidade de lutar pelas causas nacionais, no geral, e pela melhoria do ensino, em particular, que encerre esse cilclo de partidarização e reecontre a sua missão fundamental : fazer politica em prol do bem comum e de melhorias significativas para o Brasil.
Paulo Mathias é vice-presidente do Centro Acadêmico XXII de Agosto da PUC-SP e presidente da Juventude do PSDB de São Paulo
wwwcamacarimagazine.blogspot.com
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