terça-feira, 13 de setembro de 2011

RECADO DE UM APOSENTADO, PARA O MINISTRO GARIBALDI ALVES, DA PREVIDÊNCIA SOCIAL:

 

Caro Ministro,
Quando o senhor era Senador da República, estava do lado dos aposentados e pensionistas que recebem acima de um salário mínimo. O senhor participou de vigílias no Senado, buscando a solução dos nossos problemas; defendeu com veemência os direitos dos aposentados, surrupiados pelo governo, assumindo várias vezes a tribuna do Senado para expor o seu ponto de vista a respeito desta situação; votou a favor dos Projetos Legislativos 01/07, 3299/08 e 4434/08; votou a favor da derrubada do maldito Fator Previdenciário, tão combatido pelo PT, quando não era governo e que votou contra a sua aprovação, quando apresentado pelo governo FHC; enfim, caro Ministro, o senhor ganhou a confiança dos idosos desprotegidos.
Agora, como Ministro da Previdência Social, o senhor está patinando? O senhor, que já defendeu a queda do Fator Previdenciário, agora, já não sabe o que fazer para eliminá-lo da vida dos trabalhadores aposentáveis? Como Ministro, o senhor já declarou que o RGPS/Urbano é superavitário. Agora, perdeu a força para defender essa afirmativa?
Fica difícil admitir que o RGPS/Urbano, sendo superavitário, não tenha condições para recompor as perdas dos aposentados e pensionistas. O governo utiliza esses recursos para compor o superávit primário, que derrama dinheiro para pagar os juros da impagável dívida interna, que já está na casa dos R$2,4 trilhões, e não se dispõe a pagar o que tirou dos aposentados e pensionistas. Se não tem dinheiro para devolver o que nos deve, como esse mesmo governo entrega de mãos beijadas renúncias previdenciárias para o agronegócio; para os times de futebol; para as obras da FIFA-Copa do Mundo? O senhor acha isto justo? Quando senador, o senhor não achava!
Sabe caro Ministro, o Senhor já foi uma esperança para a classe dos aposentados, pensionistas, trabalhadores e contribuintes autônomos aposentáveis. Hoje, patinando nas suas convicções anteriores, o senhor nos decepciona e nos deixa órfãos nessa luta desigual, em que o governo só trabalha para nos prejudicar. Está ai, o exemplo do veto da Presidente da República para o nosso reajuste para 2012.
Ministro, se o senhor é contra todo esse engenho de maldades do governo do PT para conosco e não tem força, amparo, ou seja, lá o que for para defender as suas convicções, o melhor que o senhor faz, é entregar o Ministério e sair honrosamente, declarando o porquê da sua atitude, retornando ao Senado. Lá, o senhor poderá perder no voto, mas, estará exercendo a sua autoridade, sem ter que cumprir ordens da Presidente da República contra a sua consciência. Com certeza, o senhor sairá com dignidade e terá o respeito dos aposentados, pensionistas, trabalhadores da ativa e contribuintes autônomos, que formam um contingente de milhões de cidadãos e cidadãs que tanto contribuíram e ainda contribuem para o desenvolvimento deste país.
Desculpe Ministro o meu desabafo, mas, falo sem ter procuração, em nome de milhões de brasileiros que sofrem a decepção de ver um governo que, em nome da mentira e de interesses irresponsáveis, insiste em prejudicar uma classe que já não pode lutar em igualdade de condições.
Fica aqui o meu recado. Espero que o senhor leia e reflita!
Respeitosamente,
Belém-PA, 08 de setembro de 2011.
Odoaldo Vasconcelos Passos
Aposentado/Belém-PA
 
 
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