quarta-feira, 15 de junho de 2011

'Pinóquio às avessas': o plano maldito de um ditador na Bahia



Reginaldo de Souza Silva *
Segunda-feira, 13/06/2011 00:13
Em uma terra não muito distante, havia um reino devastado por anos de violência, abandono e exploração. Nele, um ex-sindicalista petroquímico Jaques Wagner (quando jovem, acreditava na democracia, no governo voltado para o bem-estar da sociedade) sonhava ser rei.
Para tanto, foi conquistando espaços cada vez mais importantes na corte da indústria petroquímica, no Partido e Central Única dos Trabalhadores, na Câmara dos Deputados Federal e nos Ministérios, até que um dia, finalmente, conseguiu ser aclamado governador do reino através de duas lindas festas democráticas chamadas eleição direta.
Uniram-se a ele criaturas de nomes estranhos (e de propostas mais estranhas ainda): PT, PV, PPS, PCdoB, PTB, PMN e PMDB. O reinado ficou conhecido como “Reino de Todos Nós” em uma clara apologia às crenças que o novo rei e suas criaturas de nomes estranhos diziam defender para o povo daquela terra devastada.
Confiantes nas promessas, ninguém esperava o que viria a seguir...
O monstro do poder, criatura hedionda que vive nos palácios do reino e que se apossa de todo aquele que, com o coração repleto de arrogância, se afasta de seus mais puros ideais, encontrou vítima fácil no rei-ex-sindicalista petroquímico e em suas criaturas de nomes estranhos.
Arrogante e tendo a certeza de que ninguém mais poderia tirar a sua “coroa”, o rei-ex-sindicalista petroquímico Jaques Wagner virou as costas para o povo e decidiu transformar a todos em bonecos de madeira para que pudesse manipulá-los.
Era o plano maldito do “Pinóquio às Avessas”. Sabendo que em outro reino um simples marceneiro havia transformado um boneco de madeira em um ser humano o rei decidiu que, em seu reinado, se fizessem o contrário, transformar seres humanos em bonecos de madeira.
Para executar o seu plano, convocou todos os bruxos do reino para que, com todas as gingas e magias (construídas e executadas pelos “reis de armas e de guerras” anteriores), fizessem a transformação, garantindo, assim, a sua permanência eterna como rei-ex-sindicalista petroquímico do “Reino de Todos Nós” (agora apelidado pelo povo como o Reino de todos OS nós).
Nos passos para a transformação, os bruxos perceberam que um dos maiores perigos para o plano do reinado eterno seria a educação superior. Descobriram que quando os jovens ingressavam nos locais destinados a produção e socialização do saber, denominados universidades, cresciam o seu potencial, suas capacidades individuais e criativas, suas possibilidades de continuarem defendendo um reino democrático. Era preciso, então, destruir esse perigo com o plano maldito.
O rei “Pinóquio às Avessas” começou a enfrentar um dilema - precisava destruir as universidades, mas também precisava de um povo com diplomas para enganar os súditos e os reinos vizinhos. Iniciou então as manobras pérfidas para enquadrar a educação superior em um sistema educacional rígido, conservador, anacrônico e sufocante que resultasse na transformação de pessoas em bonecos.
O que ele não esperava era que os docentes e estudantes das universidades denunciassem por todo o reino o que estava acontecendo: direitos violados, constituição federal e estadual ignoradas, professores e estudantes universitários cansados. Enfim, a ameaça à democracia e a autonomia universitária.
Para calar a todos, o rei ex-sindicalista petroquímico começou a utilizar as piores estratégias para confundir o povo. Através de propagandas mentirosas, ameaças aos docentes, não pagamento de salários, corte de verbas das universidades tentava mais uma vez transformar gente de carne e osso em bonecos de pau.
Utilizando as mais novas tecnologias (mentiras e não cumprimento de liminar da justiça), o rei ex-sindicalista petroquímico Jaques Wagner usando os seus fiéis escudeiros enviados pela SERIN, SEFAZ, CODES, SAEB, SEC oferece ao povo a mordaça ou o calabouço.
Como resposta professores e estudantes tomam as ruas do reino e após dois meses de luta (GREVE), impedidos de contrair empréstimos para alimentar os seus filhos acampam na ante-sala da corte (Assembléia Legislativa do Estado) para restabelecer a verdade e lá permanecem por tempo indeterminado dormindo no chão. E assim, a notícia é levada para outros reinos...
Nossa estória ainda não chegou ao fim e você, caro leitor, que não consegue ver-se (nem a seus filhos) como um boneco de madeira, está na hora de escrever o final desta história, lutando publicamente em favor de uma educação verdadeira que preserve em nossos estudantes-seres-humanos a capacidade de sonhar, de criar, de transformar e de se realizar.
Para isto, convidamos a que defenda a Educação Pública da nossa terra Bahia e diga “não” às manobras do rei e de suas criaturas que conspiram para o sucateamento das Universidades Estaduais da Bahia.
Despertem pais, educadores, estudantes, empresários, políticos, religiosos, movimentos sociais e a sociedade baiana para um novo olhar sobre a Educação Superior na Bahia! "PINÓQUIO ÀS AVESSAS" é uma história real que provoca questionamentos sobre o sucateamento das Universidades Estaduais da Bahia, impedindo-as de realizarem a sua missão.
Reginaldo de Souza Silva é doutor em Educação Brasileira, professor do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Email: reginaldoprof@yahoo.com.br
Fonte = Jornal da Midia

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