Na BR-324, um carro particular, a serviço da prefeitura de Ubaíra, no interior, é flagrado levando pacientes para fazer exames em Salvador.
- Aquele veículo de placa particular, se for contratado para transportar pessoas ou pessoas doentes, já se transforma em um veículo que está fazendo transporte irregular - explica o inspetor Junaldo Correia.
No carro, superlotado, estavam duas crianças, uma delas de três meses.
- Só tem este exame em Salvador. Deveria ter mais perto, mas não tem. Não tem carro adequado para levar a gente - conta a lavradora Ayane Bittencourt.
Um ônibus da prefeitura de Conceição do Coité estava com passageiros a mais. Duas pacientes viajavam sentadas no chão, o que é proibido.
Pior ainda é a situação do pescador Damião Oliveira:
- Procurei ambulância, mas não tinha, não - disse.
Já outro ônibus, da prefeitura de Inhambupe, deveria ser usado apenas por estudantes, mas levava 28 pessoas para tratamento médico. Em operações que duram em média três horas, a Polícia Rodoviária Federal chega a fazer 50 autuações. É bom lembrar que os policiais não conseguem parar todos os carros que passam pelo local levando pacientes. Muitos escapam da fiscalização, mas, nem sempre, de uma tragédia.
Nesta terça-feira, um carro da prefeitura de Ourolândia, no Sertão, bateu na traseira de uma carreta já perto de Salvador. Cinco pessoas morreram na hora. Nenhuma usava cinto de segurança.
A Secretaria da Saúde de Inhambupe declarou que cedeu o ônibus escolar porque a ambulância da cidade está quebrada há uma semana. A Secretaria da Saúde de Conceição do Coité afirma que tem duas ambulâncias, um ônibus e uma van para transportar pacientes, mas que tem gente que exige embarcar, mesmo sem estar na lista de passageiros. A prefeitura de Ubaíra admitiu alugar carros particulares para transportar pacientes e anunciou que vai apurar o excesso de passageiros. oglobo
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