quinta-feira, 8 de setembro de 2011

HÁ 50 ANOS - O GLOBO NOTICIAVA EM 6 DE SETEMBRO DE 1961

Espaço do Leitor:

Tiago Oliveira, por email


 JOSE FIGUEIREDO


  • Ás 20h 15m pousou no aeroporto de Brasília, o Caravelle da Varig trazendo, finalmente, o presidente João Goulart, o que deverá marcar, ao que se espera, o fim da crise política surgida com a renúncia do Sr. Jânio Quadros.
  • A grande expectativa que reina em todo país é em torno da escolha do primeiro-ministro, que se deve dar nas próximas horas. O Sr. João Goulart comunicou ontem que não abrirá mão do direito de escolher o primeiro ministro. Sabe-se que o Sr. João Goulart pretende submeter à câmara o nome do Sr. Ajadil de Lemos, advogado do Rio Grande do Sul intimamente ligado ao governador Leonel Brizola. Os círculos políticos e parlamentares interpretaram as tendências do Sr. João Goulart como uma manobra visando a desmoralizar, logo de início, o novo regime vigente no país, de vez que os partidos mantêm-se na disposição de só aceitar a indicação de um parlamentar, governador ou presidente de partido para primeiro-ministro.
  • A imprensa estrangeira está emprestando à renúncia do Sr. Jânio Quadros versões fantasiosas, pelas quais o ex-presidente da República teria sido forçado a renunciar pelas Forças Armadas. O GLOBO conseguiu obter um relato fiel do que se passou após a solenidade de entrega da Ordem do Mérito Militar no dia 25 de Agosto último, e que foi a última cerimônia a que compareceu o ex-presidente. Segundo fontes dignas de crédito, o marechal convocou os três ministros militares e lhes disse:
- O presidente da República acaba de renunciar. Tudo fizemos para dissuadi-lo, mas o presidente se mostrou inabalável. Em face de nossos apelos, declarou: "Com este Congresso não posso governar. Organizem uma junta militar e dirijam o país".
 
 

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