sábado, 13 de novembro de 2010

Empresa citada no escandâlo do DF já recebeu R$8,7 milhões da união


Milton Júnior
Do Contas Abertas
Uma das empresas denunciadas no suposto esquema de corrupção que derrubou o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda foi condenada nesta semana a devolver R$ 35 milhões aos cofres públicos. Alvo da Justiça desde o ano passado, no entanto, a Linknet Tecnologia e Telecomunicações continuou prestando serviços ao GDF e, até para o governo federal. Os dois últimos pagamentos do governo federal feitos para a empresa referem-se a serviços prestados para órgãos de controle das contas públicas: Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU).
A Linknet é citada em flagrantes de pagamentos de propina e negociatas exibidas em vídeos gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa e divulgadas por ele em novembro do ano passado. Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público do Distrito Federal contra a Linknet, foram firmados oito contratos emergenciais no valor aproximado de R$ 128 milhões entre a empresa de informática e a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) entre 24 de maio e 16 de agosto de 2005. Durante as investigações, foram apuradas denúncias de irregularidades na dispensa de licitação.
No âmbito federal, a empresa manteve contratos com o governo desde pelo menos 2005. De lá para cá, diversos órgãos contrataram a empresa, que recebeu R$ 8,7 milhões desde então. Só neste ano, as ordens bancárias em favor da Linknet somam R$ 2,5 milhões. O último pagamento, no valor de R$ 38,8 mil, partiu do TCU no dia 15 de julho deste ano. O crédito faz parte do contrato firmado entre o tribunal e a empresa em dezembro do ano passado. O objeto do contrato com a Corte era o suporte e atualização de licenças do banco de dados conhecido como “Oracle”.
Após ter pago cerca de R$ 2,2 milhões pelos serviços prestados pela Linknet, o TCU suspendeu a parceria e cancelou o contrato com a empresa. Isso aconteceu em 18 de outubro, quando, segundo o tribunal, a empresa deixou de apresentar alguma das certidões obrigatórias de regularidade fiscal, provavelmente devido às pendências com o GDF.  
Outro contrato na esfera federal foi realizado com a CGU. O objeto da contratação foi a “prestação de serviços técnicos especializados de desenvolvimento de sistemas, na área de Tecnologia da Informação, para utilização no Projeto Migração Ativa, com previsão de execução de 2.400 pontos de função”. O acordo vigorou até dezembro do ano passado e foi prorrogado por mais dois meses. A assessoria da CGU explica, no entanto, que após as denúncias que envolveram empresa, não houve a prorrogação do contrato como estava previsto.

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