quinta-feira, 11 de novembro de 2010

'Faz-tudo' de Dilma, ex-office-boy é nome certo para futuro governo

'Faz-tudo' de Dilma, ex-office-boy é nome certo para futuro governo

MÁRCIO FALCÃO
LEILA COIMBRA
DE BRASÍLIA

Ministros, presidentes de partidos, integrantes de legendas aliadas travam nos bastidores uma guerra por cargos no futuro governo Dilma. Enquanto as peças desse quebra-cabeça são mantidas em sigilo, um ex-office boy já garantiu seu lugar ao lado da presidente eleita nos próximos quatro anos.
Anderson Braga Dorneles, 31, é uma espécie de "faz-tudo". Assessor pessoal de Dilma, se transformou na "sombra" da petista. Suas tarefas vão desde segurar a bolsa, acompanhar a ex-ministra em reuniões, filtrar telefonemas, verificar e-mails e até mesmo administrar sua casa e contas pessoais.
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O vínculo com Dilma vai além das tarefas do dia a dia. O assessor mantém relação com a família da presidente, em especial com a filha, Paula, e a mãe, Dilma Jane.
A relação de confiança teve início há 17 anos, na Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul, então comandada por Dilma, e onde Anderson trabalhava como office-boy.

Alan Marques - 03.nov.2010/Folhapress
Anderson Dorneles carrega a bolsa de Dilma em Brasília
Anderson Dorneles carrega a bolsa de Dilma em Brasília

Dilma o levou como estagiário para a Secretaria de Minas e Energia gaúcha e depois para o governo de transição do presidente Lula, em Brasília, em 2002.
Os dois ficaram mais próximos quando ela assumiu o Ministério de Minas e Energia. Nessa época, Anderson passou a frequentar a casa de Dilma e se tornou um "assessor para todas as horas".
Anderson tem informações sobre a reservada vida de Dilma: preferências gastronômicas, manias e exigências, por exemplo. Está sempre à disposição, mesmo nos fins de semana, sendo o último a ser liberado.
A dedicação fez com que trancasse a faculdade de direito durante a campanha.
Em comum, eles têm a torcida pelo Internacional.
Mas apesar da lealdade à presidente eleita Anderson passou dificuldades com o temperamento de Dilma. Por mais de uma ocasião chegou a pedir demissão. Em 2004, largou ' e voltou para Porto Alegre, onde ficou por oito meses.
Durante a campanha presidencial, Anderson afastou-se por uma semana devido a uma crise de estresse.
Discreto, recusa-se a dar entrevistas. Argumenta que não quer, e não deve, falar sobre Dilma. Pessoas próximas relatam que ele tem com a presidente uma espécie de relação de "mãe e filho".
Sobre o futuro, Anderson diz a amigos que não espera cargos no governo, somente a alcunha de "assessor pessoal" da presidente eleita.

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