sábado, 13 de novembro de 2010

Imprensa deixa Lula de lado e assedia Dilma

Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha dúvidas sobre o fim do ciclo de fama, assédio e gostinho do poder, não deve ter mais depois da reunião do G-20, que terminou ontem, em Seul. Ao seguir pelo tapete vermelho estendido até a saída do hotel onde estava, em companhia da presidente eleita, Dilma Rousseff, Lula não foi importunado uma única vez pelos repórteres de plantão; Dilma sim.
E a primeira pergunta foi exatamente sobre como ela vai se comportar daqui para a frente, sabendo que terá o assédio constante por parte da mídia e do público e falta de privacidade na nova vida que começa. Enquanto um acanhado Lula esperava pacientemente um pouco recuado, Dilma disse que não terá problemas em se acostumar com o aparato de seguranças e outros funcionários a serviço de quem está à frente do poder.
“Vai ser o inexorável”, filosofou ela. Em seguida, lembrou que tinha um tipo de vida e passou a ter outro no momento em que foi convidada para ser ministra de Lula, primeiro de Minas e Energia; depois, da Casa Civil. Nesse momento, Lula deu um leve sorriso. É que não há comparação entre a vida de um presidente da República e a de um ministro.
Embora tenha procurado ter uma atuação discreta no G-20 - o que conseguiu, visto que evitou enquanto pôde fazer sombra a Lula -, a vida de Dilma mudou. Ela ganhou tantos presentes de chefes de Estado e de pessoas anônimas que a Presidência da República teve de providenciar um caminhão para carregar os pacotes.
Entre eles, havia caixas e mais caixas de tipos variados, além de uma imensa, de chocolate suíço. Todas com a inscrição “presidente eleita Dilma Rousseff”. Tudo muito bem vigiado por Joelci de Oliveira, que desde o início do ano viaja com o presidente Lula com a única função de recolher as malas dos convidados pelos hotéis onde dormiram e encaminhá-las ao avião presidencial

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