Nesta sexta-feira (19), Salvador recebeu um dos principais nomes da música brasileira, o cantor carioca Jorge Ben Jor. Para lhe acompanhar, Jauperi foi quem fechou a noite. Mas, apesar do excelente show, o alto preço do ingresso (R$100 a pista e R$ 160 o camarote, valores de inteira) afastou boa parte dos fãs de Ben. Quem foi, ainda teve de desembolsar R$4 a cada latinha de cerveja, ou R$7 em um Ice. A pouca presença de público, entretanto, só incomodou os cambistas – os produtores já tinham seus lucros garantidos. Isso porque 80% dos custos da festa foram bancados com o dinheiro do contribuinte, que recolhemos através dos impostos estaduais. O projeto Sintonia Musical, que também trouxe para Salvador a cantora Maria Rita e tem show marcado com Zé Ramalho, foi agraciado com financiamento da Secretaria de Cultura do Estado pelo programa Faz Cultura. Através de isenção fiscal, a produtora Uny Eventos Ltda, responsável pelo projeto, recebeu R$ 289 mil. Do gasto total com a festa, incluído o lucro da produtora, restou apenas R$ 72 mil para ser captado com bilheteria, bares e demais patrocínios. Curiosamente, o espaço utilizado para o espetáculo foi o Bahia Café Hall, na Paralela, que é um bem público. Originalmente utilizado como entrada ao Parque de Pituaçu, o equipamento público foi alugado pelo governo em 2005. Mas o contrato venceu em maio deste ano e o Bahia Café Hall se nega a devolvê-lo, além de não pagar o aluguel desde então. O Estado pediu, na Justiça, a reintegração de posse do local.
(Rafael Rodrigues)
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