Dilma minimiza aborto e parte para briga com Serra
Candidata do PT insistiu no tema das privatizações. Tucanos criticaram agressividade, que foi elogiada por petistas e aliados
Em debate, Dilma atacou Serra com privatizações. Tucano questionou fé da candidata do PT |
O primeiro debate do segundo turno entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), realizado na noite desse domingo (10) pela TV Bandeirantes, ficou marcado pelos ataques da candidata petista a um tucano pego de surpresa. “Devo confessar que estou surpreso com essa agressividade, esse treinamento que foi feito com a candidata Dilma”, resignou-se Serra, provocando risos da platéia já pelo quarto e penúltimo bloco.
Dilma criticava as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso e colocava em dúvida se um eventual governo Serra daria continuidade a programas como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, carros-chefe da gestão Lula e da campanha petista. Partir para o ataque foi a solução encontrada por Dilma para minimizar a abordagem de temas como aborto e a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
Serra criticou Dilma por tentar se fazer de “vítima” no episódio do aborto. Ele reafirmou que a petista mudou de opinião às vésperas de eleição e chegou a questionar a fé de Dilma em Deus.
A campanha petista parecia repetir a estratégia que levou à reeleição, em segundo turno, do presidente Lula no embate com o então candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, em 2006. A petista fez da comparação entre os governos Lula e FHC, com ênfase nas privatizações de grandes estatais feitas nos oito anos da gestão tucana (1995-2002), o elemento para evitar o foco sobre a questão do aborto. De olho no eleitorado católico e evangélico, os tucanos insistem em dizer que Dilma é favorável à prática.
Ao final do debate, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), reclamou do tom adotado pela petista. “A ministra mostrou uma estranha agressividade. Ela foi agressiva o tempo todo e misturava os assuntos com toda a naturalidade”, opinou
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