quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Escândalo dos dossiês

Amaury Ribeiro Jr diz que Rui Falcão infliltrou dois espiões no comitê de Dilma

Ribeiro Junior disse à PF acreditar que foi o “grupo do PT paulista” o responsável pelo vazamento das informações sigilosas da coordenação de comunicação da campanha de Dilma
O jornalista Amaury Ribeiro Júnior, que encomendou a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB, afirmou à Polícia Federal que o deputado estadual Rui Falcão (PT), um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à Presidência, colocou dois espiões no comitê eleitoral do partido em Brasília. A informação foi dada durante o depoimento prestado pelo jornalista na última segunda-feira.

De acordo com a edição desta quarta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, Amaury disse que a motivação para o uso de espiões – que Falcão teria apresentado ao jornalista como “voluntários” e militantes do PT paulista – era a briga pelo milionário orçamento dos serviços de comunicação da campanha.

Ribeiro Junior disse à PF acreditar que foi o “grupo do PT paulista” o responsável pelo vazamento das informações sigilosas da coordenação de comunicação da campanha de Dilma, ocorrido entre abril e maio deste ano. Em depoimento anterior, o jornalista disse que Falcão copiou dos dados fiscais de tucanos obtidos por ele com a ajuda de servidores da Receita Federal. Teria sido justamente a briga por dinheiro que culminou na revelação do dossiê com dados de pessoas ligadas ao candidato tucano à Presidência, José Serra.

O jornalista insinuou em seus depoimentos que Rui Falcão foi o responsável pelo vazamento do material para a imprensa. O objetivo do deputado seria desgastar a equipe do jornalista Luiz Lanzetta, que cuidava da assessoria de comunicação da pré-campanha de Dilma. Em nenhum momento, em seu depoimento, Ribeiro Junior diz ter agido para “proteger” Aécio Neves, tese sustentada pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, e outros dirigentes do partido.

Por volta de abril deste ano, Ribeiro Junior diz ter sido convidado para trabalhar na pré-campanha de Dilma. Ele foi chamado pelo próprio Lanzetta, incumbido de formar um “núcleo de inteligência”, ou seja, espionagem, para a petista. Ribeiro Junior foi a Brasília e se hospedou em um flat no apart-hotel Meliá. Ele diz ter levado para o apartamento um laptop com suas “apurações”, ou seja, a investigação ilegal sobre a família de Serra. E afirmou à PF “ter certeza” que o material “foi copiado por Rui Falcão, pois somente ele tinha a chave do citado apartamento, pois já havia residido no mesmo”. O jornalista também afirmou à polícia que foi até a recepção do apart-hotel e verificou que o nome de Falcão constava como sendo o ocupante do apartamento.

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