segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Juiz baleado no Rio quer indenização? e os pobres que morrem como ficam

Juiz Marcelo Alexandrino deixa o hospital ao lado da mulher - Foto: Hudson Pontes - Agência O Globo
RIO - O juiz trabalhista Marcelo Alexandrino da Costa Santos, que teve o carro onde estava atingido por tiros em uma blitz da Polícia Civil na Estrada do Pau Ferro, recebeu alta do Hospital Pasteur, no Méier, na manhã desta segunda-feira. Ele disse, em entrevista coletiva, que, após seu filho e sua enteada receberem alta do hospital, pensa em processar o estado pela ação desastrosa dos policiais que atiraram em seu carro. O juiz afirmou não conseguir, a princípio, perdoar os policiais que estavam na blitz por não conhecer a índole e a vida passada deles. Ele ressaltou querer apenas que os agentes contem a verdade.
Os dois policiais civis presos após terem atirado no carro do juiz criticaram o treinamento que receberam na Academia de Polícia Civil. "Nunca havia disparado com aquele fuzil", disse um deles, Bruno Souza, ao "Fantástico", da TV Globo, que foi ao ar neste domingo.
- Tenho dois meses de polícia. Foi minha primeira situação de confronto real. Não recebemos treinamento para fazer blitzes. Dentro da academia, isso não foi dado (...). Um dia foi dedicado ao uso de fuzil, com 50 disparos (...) - disse Souza.
Dos seis agentes que participaram da ação da Polícia Civil, apenas ele e Bruno Andrade foram indiciados. Ambos alegaram que abriram fogo porque teriam sido atacados por bandidos.
Em sua decisão, o magistrado Fábio Uchoa diz que "os policiais têm instinto homicida e envergonham a Polícia Civil do Rio de Janeiro."
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