SÃO PAULO - A polícia paulista procura dois dos sequestradores do publicitário Washington Olivetto, que fugiram da prisão depois de serem beneficiados com a saída temporária para o Dia das Crianças. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, Marco Rodolfo Rodrigues Ortega e William Gaona Becerra cumpriam pena na Penitenciária de Itaí, a 303 km da capital paulista. Os dois cumpriam pena de 30 anos pelo sequestro, ocorrido em 2001.
O delegado da Divisão de Capturas da Polícia Civil, Luís Carlos dos Santos, informou que a Polícia Federal e a Interpol estão sendo comunicadas e que fotos dos dois sequestradores foram incluídas nas listas de procurados pela polícia paulista.
O publicitário passou 53 dias em cativeiro e foi submetido a tortura psicológica.
Ortega e outros cinco sequestradores, todos chilenos, tinham sido inicialmente condenados a 16 anos de prisão por extorsão mediante sequestro. A pena foi aumentada para 19 anos de reclusão por extorsão mediante sequestro, seis anos por formação de quadrilha e cinco anos por tortura.
A Justiça considerou que o publicitário foi constrangido e submetido a sofrimento físico, moral e mental, que foram além da prática de sequestro. Um dos objetivos dos sequestradores com os maus tratos era obter informações sobre o patrimônio da vítima.
Para sequestrar Olivetto, a quadrilha liderada por Maurício Hernandez Norambuena montou uma operação ousada, uma falsa blitz da Polícia Federal na Avenida Angélica, em São Paulo, perto da agência do publicitário, a W/Brasil.
Durante o sequestro, Olivetto foi mantido em uma casa na Rua Kansas, no Brooklin, área nobre da cidade. O publicitário foi mantido num quarto escuro do sobrado.
Quando descobertos, os sequestradores abandonaram o cativeiro e deixaram o publicitário trancado, sem água ou comida. O publicitário foi descoberto por um golpe de sorte: o sobrado tinha como vizinha uma estudante de medicina, que escutou um barulho abafado (os gritos do publicitário) e resolveu colocar o estetoscópio na parede. Com isso, pode ouvir os pedidos de socorro.
Os integrantes da quadrilha de Norambuena tinham sido de uma dissidência do antigo Movimento Esquerda Revolucionária (MIR) chileno. Além dos três já citados, foram presos e condenados Carina Lopes, Alfredo Moreno e Marta Ligia Mejia.
Norambuena era professor de educação física até entrar, em 1983, para a Frente Patriótica Manuel Rodríguez, organização que pregava a revolução socialista pelas armas. Fugitivo da polícia chilena, Norambuena havia sido condenado duas vezes no Chile à prisão perpétua pelo assassinato do senador Jaime Guzmán e pelo sequestro do empresário Cristián Edwards em 1992. Em 1996, Norambuena fugiu de helicóptero do presídio de segurança máxima de Santiago, em operação conhecida como a "fuga do século" no Chile. inf. o globo
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