À exemplo da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) a Eletrobras também esperou o final do ano para concretizar seus investimentos em 2011. Só no período de novembro e dezembro a estatal aplicou R$ 3 bilhões. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, nos outros bimestres do exercício passado, os investimentos da companhia não ultrapassaram a marca de R$ 900 milhões.
O ritmo de investimentos foi explicado e previsto pela assessoria da imprensa da empresa no começo de setembro. Questionada pelo Contas Abertas, a Eletrobrás explicou que a retração real das aplicações no começo do ano foram conseqüência de vários fatores, entre eles o tempo de liberação das licenças ambientais e a influência da sazonalidade climática. Na época, a assessoria afirmou ainda que a tendência era que a Eletrobrás conseguisse investir boa parte do orçamento até o fim do ano, o que de fato aconteceu.
Somados os investimentos realizados durante todo o ano, a estatal da energia aplicou R$ 6,8 bilhões em 2011. O montante equivale a 74,7% dos R$ 9,1 bilhões previstos para o ano. Em valores correntes, o valor é o maior desde 2000, ressaltadas as diferenças de dotação de cada ano. Percentualmente, as aplicações também ultrapassaram a média. Neste sentido, nos últimos onze anos a relação entre previsão e execução de investimentos variou entre 58,4% (2003) e 38,6% (2007).
Segundo a Assessoria de Comunicação, o investimento realizado em 2011 foi bom para diversos setores. Na geração de energia, por exemplo, entraram em operação comercial a hidrelétrica de Dardanelos (MT, 261 MW), a Fase C da Usina Candiota (RS, 350 MW), e as usinas eólicas de Cerro Chato (RS, 90 MW) e Mangue Seco 2 (RN, 25,2 MW), totalizando 726,2 MW, dos quais 571,24 MW pertencem às empresas Eletrobras, elevando a capacidade instalada para 42.302 MW.
Outro episódio marcante foi o início das obras da hidrelétrica Belo Monte (11.233 MW), localizada no Pará, cujo empreendedor, a Norte Energia S. A., conta com a presença da Eletrobras, da Eletrobras Chesf e da Eletrobras Eletronorte entre os sócios.
“Dois mil e onze termina deixando ainda um grande legado para a área de geração. No total, foram ganhos nos leilões de geração do ano que se encerra 1.258 MW, com destaque para as usinas eólicas, responsáveis por 808 MW, ficando o restante (450 MW) por conta da expansão da hidrelétrica Jirau, em Rondônia. As obras destes empreendimentos começarão logo que forem concedidas as licenças ambientais necessárias”, explica nota da assessoria.
No setor de transmissão também ocorreram avanços. Dos 21 lotes colocados em disputa pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as empresas Eletrobras arremataram 13, obtendo, junto com seus sócios, Receitas Anuais Permitidas (RAPs) de R$ 312.686.184,60 no total. As vitórias vão agregar 3.079 km de linhas de transmissão, sendo 1.967 km das empresas Eletrobras.
Na área de distribuição, os investimentos atingiram R$ 1 bilhão. A verba foi utilizada na construção de cerca de 24 mil km de linhas de distribuição, ligando à rede a aproximadamente 194.200 novos consumidores. Do total, foram investidos R$ 715 milhões na ampliação e construção de sete subestações em Manaus, em Alagoas, e na implantação das SE de Poty, em Teresina. Para 2012, estão previstos R$ 1,9 bilhão para a distribuição.
Ao todo, este ano, a empresa recebeu autorização do governo para investir R$ 13 bilhões, o maior valor de sua história. Entre as ações, estão previstas a entrada em operação de 15 empreendimentos, que agregarão 2.809,3 MW ao Sistema Interligado Nacional (SIN), sendo 1.466,63 MW pertencentes ao Sistema Eletrobras.
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domingo, 5 de fevereiro de 2012
Eletrobras investiu R$ 3 bilhões entre os meses de novembro e dezembro de 2011
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