Apesar de terem aumentado os investimento nos últimos meses do ano passado, as empresas estatais aplicaram menos recursos do que em 2010. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão na última terça-feira (31), a queda foi de R$ 1,8 bilhão. Lideradas pelo Grupo Petrobrás, as estatais investiram R$ 82,4 bilhões em 2011, enquanto no ano retrasado foram desembolsados R$ 84,2 bilhões, em valores correntes. Em relação aos recursos previstos para o ano passado, as empresas investiram 79,4% do total de R$ 103,8 bilhões previstos. Do total desembolsado, 89,1% foram financiados com recursos próprios das estatais. (veja tabela)
Mesmo antes da publicação do Ministério do Planejamento já era possível perceber que as aplicações seriam reduzidas. No final de 2011, o governo cancelou R$ 12,1 bilhões em investimentos das empresas estatais federais no ano. O corte ocorreu porque, por razões variadas, elas não conseguiram gastar os valores que haviam sido programados no início do ano.
Segundo técnicos, o corte foi feito para adequar o orçamento ao que foi efetivamente realizado. Em outubro, as estatais informaram ao governo sobre a impossibilidade de realizar a totalidade dos investimentos, por isso os valores foram adaptados à nova previsão.
De acordo com dados publicados no Diário Oficial da União, no dia 30 de dezembro de 2011, o maior cancelamento, de R$ 5,8 bilhões, atingiu o programa de oferta de petróleo e gás natural. Foram afetados o desenvolvimento dos sistemas de produção de óleo e gás natural da Bacia de Campos e a recuperação dos sistemas de produção de óleo e gás natural na região Norte, por exemplo. O programa recebeu o maior investimento de 2011, R$ 32,9 bilhões, cerca de 87,6% no total realizado pelas empresas estatais em todas as rubricas.
O segundo maior corte, de R$ 5,4 bilhões, foi na área de refino de petróleo, com projetos como a implantação de uma refinaria no complexo petroquímico do Rio de Janeiro. Em seguida, o programa mais afetado é o de transporte de petróleo, derivados, gás natural e combustíveis, com R$ 2,6 bilhões.
Apesar disso, segundo o Ministério do Planejamento, dentre os 36 programas contemplados pelas empresas estatais federais, destaca-se a execução do setor petrolífero em relação aos demais, tanto pelo vulto de recursos que são destinados, quanto pelo empenho na execução por parte das empresas responsáveis.
O Orçamento de Investimento das Empresas Estatais para 2011, aprovado pela Lei nº 12.381, de 9 de fevereiro de 2011, englobou as programações de 73 empresas estatais federais. Posteriormente, por intermédio das Leis nº 12.570, de 26.12.2011, e nº 12.582, de 29.12.2011, foram inseridas as programações de mais seis empresas. Com isso, passou para 79 o número de empresas estatais federais no orçamento do ano passado, sendo 72 do setor produtivo e sete do setor financeiro. Das empresas do setor produtivo, 19 pertencem ao Grupo Eletrobrás, 30 ao Grupo Petrobras e as 23 restantes estão agrupadas em demais empresas.
O montante originalmente aprovado para 2011, cerca de R$ 108 bilhões, agregava dotações para a execução de obras ou serviços em 369 projetos e 286 atividades. Contudo, a previsão de recursos foi alterada. Esse movimento resultou na dotação final no montante de R$ 103,4 bilhões. Como consequência, o Orçamento de Investimento de 2011 passou a agregar dotações para a execução de obras e serviços em 392 projetos e 290 atividades.
Outros dados
Entre os órgãos, o Ministério da Defesa é o que obteve o melhor desempenho, com 99,7% da programação do ano já realizada. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento obteve o segundo melhor desempenho, aos realizar 83,9%, dos R$ 17,4 milhões previstos. O Ministério de Minas e Energia, ao qual estão vinculados 92,1% do total de investimentos de estatais, equivalente a R$ R$ 96,3 bilhões, obteve a terceira melhor execução, ao realizar 81% da programação atual. Os demais ministérios apresentaram atuação abaixo de 69,4% das respectivas dotações.
*Com informações do jornal Estado de S. Paulo
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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Empresas estatais investiram menos em 2011
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