Considerado um dos maiores eventos indígenas das Américas, os Jogos dos Povos Indígenas reuniram no ano passado 1.300 indígenas de mais de 30 etnias. Os jogos são repetidos a cada dois anos, sendo voltados para o resgate da alto-estima dos povos e a valorização do esporte indígena, por meio de competições em modalidades como arco e flecha, cabo de guerra, arremesso de lança e corrida com tora. Para este ano, a previsão de gastos com a próxima edição da competição, a ser realizada em 2013, é de R$ 100 mil.
O valor é baixo diante dos cerca de R$ 793 milhões autorizados para a execução de 2012 do programa “Proteção e Promoção dos Direitos dos Povos Indígenas”. Apesar dos recursos, o ministro dos Esportes Aldo Rebelo disse na abertura oficial da XI edição dos Jogos, no ano passado, que pretende tornar o evento internacional, criando os Jogos Mundiais Indígenas.
No entanto, de acordo com a assessoria do ministério, este ano não serão investidos mais recursos nos jogos. “A verba deste ano é destinada para outras ações com os povos indígenas”, informou a assessoria em resposta. Na semana passada o Contas Abertas publicou matéria que informa a destinação orçamentária do programa para 2012, em que grande parte será despendida com a saúde dos povos indígenas. (veja matéria)
Para o próximo ano, a previsão é de que já ocorra edição com envolvimento de grupos indígenas de outros países. “O ministro Aldo Rebelo incorporou a idéia de pronto. Este é um trabalho compartilhado. Primeiro estamos falando com os indígenas. Provavelmente já conseguiremos essa realização no ano que vem”, informou Marcos Terena, articulador do Comitê Intertribal - Memória e Ciência Indígena (ITC). Segundo ele, inicialmente essa edição internacional reuniria 16 países, que já estão em contato com o ITC.
Ainda segundo a assessoria do ministério, em junho deste ano ocorrerá uma versão resumida dos jogos indígenas brasileiros, durante a Conferência Rio + 20, no Rio de Janeiro, “para mobilizar outras ações em torno do projeto e reafirmar a capacidade do Brasil em realizar grandes eventos.”
No ano passado, os valores empenhados com a realização dos Jogos atingiram R$ 1,4 milhão, divididos entre gastos diretos do governo e transferência de recursos. As despesas gastas com as transferências foram responsáveis pelo maior montante do empenho, devido à realização de convênio entre o Ministério do Esporte com o ITC, no valor de R$ 1,3 milhão. De acordo com a assessoria do ministério, o convênio foi realizado após chamamento público realizado pelo órgão, em que o Comitê foi vencedor.
Terena explicou que o patrocínio do Ministério é feito a partir de levantamento de necessidades apontado pelo comitê. “A gente apresenta a demanda ao ministério em torno de seis meses antes, para verificar se ele pode arcar com as despesas, com custos operacionais, que envolvem, por exemplo, transporte, alimentação e infraestrutura dos jogos. Esse orçamento é variável, depende do lugar e de quantas federações participam”, afirma.
Como consequência da crise ocorrida no ano passado, envolvendo o ministério com diversas organizações não-governamentais (ONG’s), e do decreto presidencial exigindo maior rigor na realização de convênios (Decreto nº 7.592, de 28 de outubro de 2011), a liberação do valor ocorreu apenas em 4 de novembro, um dia antes do início oficial dos Jogos. Para Marcos Terena, esse processo ocorreu com certo atraso.
“Os técnicos não entendem que você precisa ter o dinheiro antes, só que as empresas que prestam serviços determinam os prazos. Essa é uma situação que a gente está debatendo com os técnicos do ministério, pois isto não pode acontecer com os jogos do ano que vem.” No ano passado, a demora na liberação dos recursos causou danos à estruturação dos jogos, como transporte e alimentação para as delegações.
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segunda-feira, 5 de março de 2012
Jogos dos Povos Indígenas de 2013 já contam com R$ 100 mil no orçamento
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