Improbidade
Petista é acusado de improbidade administrativa quando
estava à frente da prefeitura de Nova Iguaçu, em 2005
Cecília Ritto
Lindbergh Farias é acusado de improbidade administrativa
(Celso Pupo/Fotoarena)
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) é acusado pelo
Ministério Público Estadual de contratar ilicitamente uma empresa para obras de
saneamento. A contratação aconteceu em 2005, quando Lindbergh era prefeito da
cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Réu do processo por improbidade
administrativa, o senador teve os bens bloqueados em julho deste ano. Ele
recorreu da liminar, mas, na segunda-feira, o recurso foi indeferido, por
decisão da desembargadora Renata Cotta. Lindbergh pleiteava a suspensão do
bloqueio.
A petição para cassar a liminar que prevê o bloqueio dos
bens, no entanto, ainda não pode ser dada como rejeitada. O próximo passo é a
análise do agravo por três desembargadores. É uma forma de ganhar tempo para
julgar o pedido do senador. Segundo a assessoria de Lindbergh, ele só foi
notificado, por enquanto, sobre o bloqueio de suas propriedades. A defesa de
Lindbergh ainda não foi apresentada.
A pedra no sapato do senador é a empresa Rumo Novo
Engenharia, contratada para obras em Nova Iguaçu no ano de 2005. O MP acusa a
prefeitura de ter contratado a empresa mesmo sem apresentar pré-requisitos
básicos como equipamentos e funcionários. Fausto Trindade, assessor de gabinete
de Lindbergh e encarregado de responder sobre o caso, negou que tenha havido
favorecimento à empresa.
“A empresa concorreu com outras nos processos
licitatórios e ganhou por apresentar valores até 35% mais baixos do que o preço
de largada”, afirma Trindade, que na ocasião era secretário municipal de
Governo de Nova Iguaçu. O secretário diz ainda que todas as licitações passaram
pelo crivo do Tribunal de Contas do Estado.
Segundo Trindade, houve rescisão de todos os contratos
feitos com a Rumo Novo Engenharia. “Todos os contratos foram rompidos pela
prefeitura porque a contratada não executou o trabalho”, diz Trindade. O
ex-secretário de governo explica ainda que não houve nenhum aditivo contratual.
Na avaliação de Trindade, esse pode ser um dos motivos pelos quais a empresa não
conseguiu executar as obras: falta de dinheiro.
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