quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Delta já recebeu mais de R$ 300,2 milhões da União em 2012

Enquanto a apuração sobre o envolvimento de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com a empresa Delta Construções S/A continua sendo realizada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) responsável pelo caso, o governo federal continua a repassar verbas para a maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Desde o início do ano, R$ 300,2 milhões foram pagos à construtora em razão de serviços prestados ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e ao Ministério da Integração Nacional (MI). No mês de maio, pouco antes de ser considerada inidônea, a construtora recebeu a maior quantia do ano: R$ 55,2 milhões.
Nos meses seguintes, os gastos só diminuíram. Em junho, R$ 31,8 milhões chegaram aos cofres da Delta, enquanto em julho e agosto (até o último dia 26) os montantes foram de R$ 22,1 milhões e R$ 15,7 milhões, respectivamente. (veja tabela)
Da Integração Nacional, a empresa recebeu R$ 27,5 milhões referentes às obras de integração do rio São Francisco com as Bacias dos rios Jaguaribe, Piranhas-Açu e Apodi, no eixo norte da região Nordeste. Todo o valor é decorrente de “restos a pagar”.
Para se entender a relação Delta e Cachoeira, no entanto, é preciso dar relevância aos contratos que a empresa tem com o Dnit – responsável por 90,8% dos repasses à companhia em 2012, isto é, de R$ 272,7 milhões. Como exemplo da quantia envolvida, apenas para adequação de trecho rodoviário entre Goiânia e Jataí, na BR 060, em Goiás, foram desembolsados quase R$ 30 milhões.
De fato, os empreendimentos da construtora englobam todo o território nacional: Para obras de manutenção de rodovias no estado do Paraná, por exemplo, foram desembolsados R$ 29 milhões. Esse é praticamente o mesmo valor repassado à Delta em razão de serviço da mesma natureza feito no estado de Alagoas.
Uma das suspeitas levantadas por investigações da Polícia Federal é a de que a quadrilha de Cachoeira estaria fornecendo informações sigilosas de licitações públicas a diretores da Delta. Nesse contexto, o ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot, confirmou ontem, em depoimento prestado na CPMI, o que havia dito em entrevistas, ou seja, que indicou empreiteiras para contribuir com a campanha da presidente Dilma Rousseff. Ele reafirmou que as doações foram feitas dentro da lei. Segundo Pagot, algumas empreiteiras apresentaram, posteriormente, comprovantes de doações à campanha presidencial do PT

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