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Em entrevista coletiva concedida na tarde desta
segunda-feira, 23, o coordenador em exercício do Centro de Apoio Operacional às
Promotorias do Meio Ambiente (Ceama), promotor de Justiça Roberto Gomes, que
representou ainda o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações
Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco) do Ministério Público baiano,
revelou que os explosivos utilizados pelos praticantes de pesca com bomba na
Bahia “podem ter a mesma origem que os explosivos usados em assaltos a bancos no
interior do estado”. A declaração foi dada durante a apresentação do material
apreendido na 'Operação Poseidon', no auditório da Coordenação de Operações
Especiais da Polícia Civil (Coe), em Salvador. A investigação, que resultou na
prisão de 12 pessoas e na apreensão de 305 quilos de dinamite, 4.200 espoletas
pirotécnicas, 230 metros de estopim e 30 metros de cordel detonante, durou três
anos e, além do Ministério Público, contou com a participação das polícias Civil
e Militar, do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), do Exército e da Marinha do Brasil, numa ação conjunta que envolveu
cerca de 100 profissionais.
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Iniciada com o objetivo de combater a pesca com explosivo,
a operação acabou se desdobrando para o combate aos crimes contra instituições
financeiras, a partir do momento em que os investigadores detectaram a
semelhança entre os explosivos usados por ambas as organizações criminosas. “O
Ministério Público participou de todas as etapas da investigação”, afirmou
Roberto Gomes, destacando que, além da sua atuação, o MP foi representado ao
longo desses três anos pelos promotores de Justiça Ediene Lousado (coordenadora
do Gaeco), Marcos Pontes, Paulo Gomes e Marcelo Guedes (coordenador do Ceama).
“Atingimos duas vertentes do crime, a ambiental e a financeira. Isso fortalece a
segurança pública no estado e revela o alto grau de integração existente hoje
entre o Ministério Público estadual e os demais órgãos estaduais, federais e
municipais, coordenados para combater o crime”, ressalta o coordenador em
exercício do Ceama.
As prisões e a apreensão do material, que aconteceu
nos municípios de Salvador, Feira de Santana, Ilha de Itaparica, Candeias,
Simões Filho e Salinas da Margarida, marcam apenas uma etapa do trabalho de
investigação. “O nosso foco agora são os fornecedores. Constatamos que não se
tratam de grupos isolados. A atuação deles é ordenada e o desdobramento natural
do nosso trabalho é buscar a origem desses explosivos”, destacou Roberto Gomes,
que concluiu lembrando que, a partir daqui, cabe ao MP buscar na Justiça as
condenações dos 12 presos detidos durante a operação.
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