Um acordo entre poderes públicos e representações 
do bairro do Rio Vermelho foi firmado hoje, dia 30, à tarde, com a intermediação 
do Ministério Público estadual, no sentido de proibir a participação de veículo 
não oficial, de qualquer tipo, durante a Festa de Iemanjá que acontecerá no 
próximo dia 2 de fevereiro, salvo casos de emergência. A medida foi adotada após 
audiência realizada sob a presidência do promotor de Justiça Heron Gordilho, 
titular da 2ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, que atendeu ao apelo de 
uma representação que chegou ao MP solicitando providências.
A proibição também inclui as entidades 
carnavalescas que pretendiam participar da festa utilizando carro de som. As que 
se inscreveram com esse objetivo, deverão ser oficiadas amanhã pela Empresa de 
Turismo de Salvador (Saltur) que encaminhará um comunicado e a cópia do acordo 
que foi assinado pelo MP, na sede de Nazaré, e por representantes da Saltur, 
Polícia Militar, Secretaria de Serviços Públicos, Sucom, Fundação Gregório de 
Matos, além da Associação de Moradores e Amigos do Rio Vermelho (Amarv), Colônia 
de Pescadores Z1 do Rio Vermelho e Conselho de Segurança Comunitária do Rio 
Vermelho, que ingressaram com a representação no MP. De acordo com o que ficou 
decidido hoje, os barraqueiros serão notificados pela Sucom para desligar o som 
às 22h.
Segundo o documento que chegou ao MP, a Festa de 
Iemanjá é um evento religioso e cultural que atrai a cada ano um número maior de 
participantes, mas o espaço físico permanece o mesmo ficando intransitável 
principalmente no Largo de Santana e ruas adjacentes. Após 2008, quando a festa 
coincidiu com o sábado de Carnaval, trios elétricos passaram a participar e, no 
ano passado, até a fila de entrega de presentes foi desfeita durante a passagem 
de um mini-trio, “num flagrante desrespeito às tradições da festa”, sendo que 
algumas pessoas quase foram lançadas ao mar. Daí o movimento em busca da 
proibição de trios elétricos e similares.
Ainda no ano passado, a cidade recebeu a visita 
de sete navios durante esse período e muitos dos passageiros que foram 
participar da festa ficaram acuados. Para o representante da Colônia de Pesca 
Z1, Fabiano Bastos, a paz está acabando no Rio Vermelho, onde existem inúmeros 
imóveis tombados que “sofrem com a trioeletrização da festa”. Explicou Heron 
Santana que esses veículos não possuem o licenciamento ambiental previsto pelo 
Art. 46 do decreto Municipal 20.505/2009. Assim é que o descumprimento ao que 
foi acordado na audiência de hoje ensejará a adoção das medidas civis e 
criminais cabíveis pelo MP, especialmente quando caracterizado o crime ambiental 
previsto no Art. 60 da Lei 9.605/98.
Nenhum comentário:
Postar um comentário