"Kassab e os outros proibicionistas, pelo visto, nunca leram sobre Al Capone, o mafioso que ficou rico e poderoso às custas de uma proibição dessas bem-intencionadas"
A discussão sobre três proibições me chamou a atenção nos últimos dias. A lógica de todas elas é a mesma, e é por essa mesma lógica que sou contra todas elas da maneira como estão propostas. O motivo está ilustrado pela quarta proibição.
1) Após o ataque do assassino de Realengo, o Senado quer mostrar serviço e empurrar um novo referendo pra ver se DESTA VEZ a população aceita a proposta de proibir a venda legal de armas no país, sob a comoção da morte de 12 jovens.
2) O ministro Ricardo Lewandowski, atual presidente do TSE, defendeu a proibição das doações eleitorais por parte de empresas, na tentativa de corrigir o desequilíbrio no financiamento de candidatos.
3) O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira, publicou em seu site um vídeo defendendo a liberação do plantio de maconha por cooperativas de usuários. Num arroubo de grêmio estudantil, disse que comer no McDonald’s pode ser “talvez o maior crime”.
Finalmente, a quarta proibição. Não uso armas, não fumo maconha e não faço doações eleitorais. Mas gosto de beber cerveja com moderação. Exatamente por isso, me tornei neste final de semana um perigoso infrator da lei seca do prefeito Gilberto Kassab, em São Paulo.
A cidade promoveu a Virada Cultural – uma série de shows variados ao longo de 24 horas. Neste ano, porém, Kassab resolveu proibir a venda de bebidas alcoólicas no evento. Em parte, a atitude dele foi uma reação ao nojento “vinho químico”, vendido baratinho por camelôs a deserdados da noção que não gostam das próprias entranhas. Em parte, era talvez uma tentativa de gastar menos com a varrição da cidade depois.
Fazia calor. Os shows eram bons. O povo queria tomar cerveja gelada. E a cada cinco metros se achava alguém vendendo. No começo, eram sujeitos encostados em portinholas, timidamente arrastando sacolas térmicas e oferecendo discretamente seu produto. Depois das 10 da noite, já se viam camelôs com isopor na cabeça. Perto da meia-noite, já se via jovens caídos ao lado de garrafas de vinho químico. E, fora dois casos isolados em meio a quatro milhões de pessoas curtindo, a Virada foi pacífica. O Kassab até fechou alguns bares, a prefeitura apreendeu algumas toneladas de bebida. Mas ninguém deixou de beber só porque o Kassab mandou.
1) Após o ataque do assassino de Realengo, o Senado quer mostrar serviço e empurrar um novo referendo pra ver se DESTA VEZ a população aceita a proposta de proibir a venda legal de armas no país, sob a comoção da morte de 12 jovens.
2) O ministro Ricardo Lewandowski, atual presidente do TSE, defendeu a proibição das doações eleitorais por parte de empresas, na tentativa de corrigir o desequilíbrio no financiamento de candidatos.
3) O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira, publicou em seu site um vídeo defendendo a liberação do plantio de maconha por cooperativas de usuários. Num arroubo de grêmio estudantil, disse que comer no McDonald’s pode ser “talvez o maior crime”.
Finalmente, a quarta proibição. Não uso armas, não fumo maconha e não faço doações eleitorais. Mas gosto de beber cerveja com moderação. Exatamente por isso, me tornei neste final de semana um perigoso infrator da lei seca do prefeito Gilberto Kassab, em São Paulo.
A cidade promoveu a Virada Cultural – uma série de shows variados ao longo de 24 horas. Neste ano, porém, Kassab resolveu proibir a venda de bebidas alcoólicas no evento. Em parte, a atitude dele foi uma reação ao nojento “vinho químico”, vendido baratinho por camelôs a deserdados da noção que não gostam das próprias entranhas. Em parte, era talvez uma tentativa de gastar menos com a varrição da cidade depois.
Fazia calor. Os shows eram bons. O povo queria tomar cerveja gelada. E a cada cinco metros se achava alguém vendendo. No começo, eram sujeitos encostados em portinholas, timidamente arrastando sacolas térmicas e oferecendo discretamente seu produto. Depois das 10 da noite, já se viam camelôs com isopor na cabeça. Perto da meia-noite, já se via jovens caídos ao lado de garrafas de vinho químico. E, fora dois casos isolados em meio a quatro milhões de pessoas curtindo, a Virada foi pacífica. O Kassab até fechou alguns bares, a prefeitura apreendeu algumas toneladas de bebida. Mas ninguém deixou de beber só porque o Kassab mandou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário