quinta-feira, 7 de abril de 2011

Gaeco denuncia policiais e comparsas que extorquiam pessoas em "situação de erro"


O Ministério Público estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco), denunciou ontem, dia 5, à Justiça os agentes de polícia Antonio Dante Barbosa Ferreira e Jurandir do Amor Divino Desidério e os comparsas Leonardo Sanches Gonçalves de Almeida, Geilsom Sérgio Cerqueira da Fonseca, Valter José Farias Dantas e Philippe Teixeira Pimentel D'Ávila Costa por formação de quadrilha. Eles atuavam arquitetando planos de abordagem contra pessoas que estivessem em “situação de erro”, como vendedores de anabolizantes, de drogas, mercadorias sem notas fiscais, dentre outras, atraindo-as para um flagrante previamente preparado por eles e depois exigindo pagamento de vantagem indevida em troca de não conduzir o suposto infrator para a delegacia. A denúncia foi assinada pelos promotores de Justiça Ediene Lousado, Gervásio Lopes e Marcos Pontes, do Gaeco, e Ramires Tyrone, da 2ª Vara Criminal.

De acordo com o MP, o grupo organizado atuava há mais de um ano em Salvador com as atividades criminosas voltadas para exigência de pagamento de vantagens indevidas contra pessoas que, em seus entendimentos, estariam infringindo a lei, e que, caso não lhes pagassem, seriam conduzidas à Delegacia de Polícia. Segundo a denúncia, no último dia 2 de março, a vítima Luís Felipe Alves da Silva foi atraída pelos denunciados Philippe e Geilsom que disseram estar interessados na aquisição de “lança perfume”. No local combinado, nas proximidades do Centro de Convenções, também chegaram os policiais Antonio Dante e Valmir Borges e mais Leonardo e Valter, que abordaram a todos, fingindo que não conheciam os comparsas Geilsom e Philippe. Eles apreenderam o frasco de “lança perfume” e exigiram R$ 10 mil para que Luís Felipe não fosse conduzido à delegacia. A vítima afirmou não possuir o valor exigido e os policiais civis Antonio e Valmir e também Leonardo e Valter, que se passavam por policiais, concordaram na redução da vantagem para R$ 3 mil.

Dirigindo seu próprio carro e seguido pelo grupo criminoso, Luís Felipe buscou ajuda da família para conseguir o dinheiro exigido. Estranhando o comportamento dos supostos servidores públicos, eles entraram em contato com um delegado da Corregedoria da Polícia Civil, que, por sua vez, contatou com o delegado titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) e acionou o Centro de Operações Especiais da Polícia Civil (COE). A vítima, explicam os promotores na denúncia, foi orientada a pedir mais prazo para os criminosos, alegando que não havia conseguido todo o dinheiro. O grupo foi desarticulado após uma operação organizada pela DTE e COE, usando Luís Filipe para marcar um encontro com os denunciados. Na ação, houve troca de tiros e o policial Valmir foi morto, enquanto Geilsom, Phillipe, Antonio Dante, Valter e Leonardo fugiram do local

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