O ex-governador do Rio de Janeiro e atual deputado federal pelo Partido da República, Anthony Garotinho, tem divulgado em seu blog vídeos e fotos que expõem as relações pessoais entre Sérgio Cabral, atual governador do estado pelo PMDB, e Fernando Cavendish, dono da empresa Delta Construções S/A, em 2009. O ex-peemedebista, entretanto, já esteve ele próprio associado à empresa no passado – por meio, principalmente, dos candidatos que apoiava nas eleições municipais de 2004.
De acordo com matéria do jornalista Lúcio Vaz, Correio Braziliense, de 12 de fevereiro de 2006, a construtora de Cavendish pagou a postagem de cartas pedindo votos ao então candidato à prefeitura de Nova Iguaçu-RJ, Mário Marques, do PMDB – que naquelas eleições municipais, de 2004, recebeu doações de R$ 119,9 mil da Delta. As cartas traziam a assinatura de Anthony Garotinho, onde, além de pedir votos ao candidato, dizia estar “orando” pelos “irmãos e irmãs”. Também houve envio de cartas, pagas pela Delta, com pedidos de voto para o candidato do PSC à prefeitura de Itatiaia-RJ, Nilson Neves, igualmente com assinatura de Garotinho.
O Contas Abertas conversou com o jornalista Lúcio Vaz, que – durante estadia no estado do Rio, na época – teve acesso ao conteúdo das cartas. O pagamento e envio da correspondência chegou a ser investigado pelo Ministério Público. Conforme reportagem, a Delta, que tem contratos com o Departamento Estadual de Estrada e Rodagens (DER), é a maior acionista da concessionária Rota 116, administradora do trecho Itaboraí-Friburgo.
O governo do estado possuía convênio com a prefeitura de Nova Iguaçu, na gestão de Nelson Bornier, do PMDB, para obras de pavimentação, saneamento e drenagem. Ainda segundo reportagem, “o prefeito dividiu a obra em 77 partes, de forma que cada área não ultrapassasse o valor de R$ 1,5 milhão. Assim, foram realizadas tomadas de preços. Do total de R$ 104 milhões, a Delta ficou com R$ 42,5 milhões, ou 30 lotes. O Tribunal de Contas do Estado apontou indícios de irregularidades e está investigando o caso”.
A matéria afirma ainda que, a respeito dos repasses da Delta a políticos do PMDB no estado, foram apreendidos pacotes com dinheiro vivo no diretório do partido em Campos dos Goytacazes, no Rio, município do candidato Geraldo Pudim , que naquele ano recebeu doações de R$ 300 mil da construtora. Pudim recebia apoio maciço de Garotinho – nas eleições seguintes, o slogan “votar no Pudim é votar no Garotinho” o fez se eleger deputado federal. A construtora também destinou a quantia de R$ 100 mil ao candidato do PL à prefeitura de Magé, Reinaldo Pereira Pinto.
Na época, procurado pela reportagem, o tesoureiro do PMDB do Rio de Janeiro, Luiz Rogério Magalhães, afirmou que foram utilizadas "franquias que a empresa (Delta) tinha com os Correios" e negou que o ex-governador tivesse relações pessoais com os donos da Delta. Já a empreiteira afirmou que contribuiu, na forma da Lei Eleitoral, para as campanhas dos candidatos a prefeito de Nova Iguaçu e Itatiaia. "Os comitês de campanha dos candidatos solicitaram que a contribuição fosse realizada por meio de pagamento de custos de postagem de correspondência. Tal contribuição foi realizada através de contrato firmado entre a Delta e a empresa de Correios".
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segunda-feira, 30 de abril de 2012
Delta pagou cartas eleitorais assinadas por Garotinho
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